Sexta-feira, 2 de novembro de 2018 - 14h55
O Estilo Guizálico, como guizo de cascavel, mata como cobra grande ou miúda.
Como sugeriu um amigo de Facebook (Henrique Bica Bica), o texto foi construído na forma de um CERTO “estilo literário”. Diz ele que começa intelectual e conclui com “palavras de baixo escalão”. Daí ter sugerido o nome para esse estilo: Guizálico.
A culpa pelos exageros, pela descrição de um Tipo Social Devasso é, unicamente, minha. Do amigo emprestei apenas o título – mas segue ele aí nomeado.
A POLÍTICA MACABRA
Onde estamos errando? Erramos, de novo, ao pensar ou reagir como se houvesse “terceiro turno” – e não há. Ao invés de atacar cada notícia escabrosa que me chega, quando o ouvinte tem capacidade de entender ou aceitar, “revelo” em doses homeopáticas os danos que já nos cercam: 450 bilhões sonegados ou evadidos para paraísos fiscais; 1 trilhão perdido na entrega do Pré-Sal; liquidação do meio ambiente e entrega da Amazônia; crise econômica que se agravará se romperem os acordos econômicos com a China. E outras tantas, como “comer com uma mão e trabalhar com a outra”.
A POLÍTICA DO KIT GAY
Quanto ao moralismo, tipo Kit Gay, apenas pergunto se algum pároco da hipocrisia já mostrou uma chupeta com piroca. Não havendo, porque é ridículo pensar que haja, volto à base material – que é o bolso do infeliz que votou no Eleito por alguma dessas razões – ou por outras razões, talvez mais macabras. Quando se apresenta a miséria que vai cercar o Arrependido (ou em vias de) é possível que veja o esgoto de 2019.
A POLÍTICA DA CANALHICE
Onde foi que erramos? Erramos ao subestimar a quantidade de canalhas que formam a sociedade brasileira; nosso maior problema não é a quantidade de ignorantes (ou imbecis), mas sim de canalhas. Também erramos porque não vimos como se uniram nesta eleição. Além do apoio maciço daqueles zumbis que querem comprar um lote no céu, mas para desfrutarem ainda vivos. São os mesmos que compram a fé, pagam indulgências – como pagãos e bárbaros – ou revelam a pedofilia. “Relevam” (de esconder) e não revelam, portanto. Esta sempre me soou como a suma hipocrisia, a mesma que já começa a se arrepender. E é daí que vem nosso fascismo de hoje, da cultura podre de sempre.
A POLÍTICA DE MACUNAÍMA
Quem venceu, braços dados com o fascismo? O povo corrupto que corrompe seus políticos. E quem é o povo corrupto? As personagens de Nelson Rodrigues, de Plínio Marcos, os Capitães do Mato que caçam os Capitães de Areia (Jorge Amado). E que refletem, no cotidiano, ações em desgoverno corrupto como descrito na Ralé (Gorki), na Quinta Coluna entreguista (Camus), dentre os colaboradores da França ocupada (Governo de Vichy). Também são os atacados por Reich, quando ele dizia aos gritos “Escuta Zé Ninguém”, ou os seguidores do Analfabeto Político – de Brecht. Então, imaginemos tudo isso somado (e outros que esqueci) para ver o caldo da cultura corrupta (in brasilis) que alimenta a hipocrisia na soleira do fascismo. Em 2018, Macunaíma (Mário de Andrade) se juntou com Saci Pererê e João Grilo.
A POLÍTICA PODRE
Quem está nesse rol? Todos e todas que compartilham pequenas e grandes corrupções no dia a dia, seja no bolso de alguém, seja da alma mal lavada que se ajoelha de noite. Aqueles e aquelas que furam fila, que correm para pegar a senha na frente do idoso, que estacionam na vaga de deficiente físico, que provocam ou embolsam troco errado no caixa – e que o trabalhador pagará com o próprio salário. Na prática, a lista não acaba, porque, além de ser eleitor do Maluf, efetivamente, concordavam que “a professora era mal casada” – não é que ela ganha mal, que mal paga suas contas, apenas casou com marido pobre. Ele, Maluf, falar isso é o de menos; demais é a própria professora concordar.
A POLÍTICA DO LODO
O Eleito ameaçar de morte florestas e pessoas não me assusta, tanto quanto me mata lembrar que 50 milhões de pessoas fingiram não ouvir isso. Portanto, Fake News, de verdade, é a cultura brasileira. O Eleito, todos e todas que foram Eleitos, nesse rumo, são apenas paródias daqueles que aguentamos todo santo dia: os comensais na mão do diabo, mas sempre em nome de algum Deus bem obscuro. Almas podres, eis o que sois, eis o que somos. Piadas internacionais, de mau gosto, de péssimo gosto. Somos o gosto do Paladar Bichado, de quem não tem visão de mundo, por isso cerramos os olhos ao fascismo – porque sempre fomos fascistas. Hoje, o fascismo é só um novo nome que demos a um lodo de cultura de 500 anos.
A POLÍTICA GUIZÁLICA
Enfim, esta é síntese nacional, um povo guizálico, possuído, cheio de veneno que se irrompe em violência. O grito de guerra falangista era: “Viva La Muerte” (Espanha Franquista, fascista). Aqui replicamos: “morte aos gays, pobres, negros, deficientes, mulheres, trabalhadores”. Somos o povo guizálico que mata qualquer grisalha iluminista.
Vinício Carrilho Martinez (Dr.)
Professor Associado da Universidade Federal de São Carlos – PPGCTS/DEd
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Vinício Carrilho Martinez (Dr.) Cientista Social e professor da UFSCar Márlon Pessanha Doutor em Ensino de CiênciasDocente da Universidade Federal de