Quinta-feira, 7 de novembro de 2013 - 05h20
Por que não temos ferrovias e hidrovias no Brasil e na América Latina, com raríssimas exceções? Desde a década de 1960, sabe-se que os governos militares – como um todo – foram financiados pela indústria automobilística. Os sindicatos pelegos também cresceram no grande ABC/SP, liderando os trabalhadores da mesma indústria automobilística. Desde aquele tempo as ferrovias vêm sendo achatadas, sobretudo no Brasil. Agora temos outra indicação bastante clara de quais as forças reais que movimentam os governos latino-americanos:
A fabricante italiana de pneus Pirelli divulgou nesta quarta-feira (6), em Londres, o plano industrial mundial para os próximos quatro anos. Os investimentos chegam a até € 1,6 bilhão — 26% (€ 416 milhões
, o equivalente a R$ 1,38 bilhão) desse valor destinado à América do Sul. A empresa possui sete fábricas na região: cinco no Brasil, uma na Argentina e uma na Venezuela[1].
Esta empresa investiria mais de um bilhão de reais, se não tivesse certeza de que os governos latinos investiriam em rodovias? Se houvesse uma dúvida mínima de que os governos iriam construir ferrovias e hidrovias (mais ainda na Região Norte), será que correriam o risco de perder um bilhão em investimentos que não renderiam lucros sólidos? Vamos construir mais carros ou metrôs? Aliás, isto prova porque até os trens urbanos agora rodam com pneus e não sobre trilhos, como as composições antigas.
Como se vê, não se trata de nenhuma teoria da conspiração. Temos aqui os argumentos, quantificados inclusive, e demonstrados pelas próprias empresas interessadas em dirigir as políticas de infraestrutura na maioria dos países. No Brasil, a Pirelli já tem cinco fábricas – se pretende investir muito mais, será que se imagina o fechamento de alguma dessas fábricas ou a expansão do fluxo de automóveis (de todo tipo)?
Alguém ainda sonha com as rodovias movimentando o Brasil? Há quantos anos seguidos – com exceção do último período trimestral – os financiamentos para aquisição de automóveis têm sido facilitados? Espasmodicamente, houve uma retração de um por cento na venda de automóveis. Mas, em compensação, cresceram as vendas em 30%, no campo.
É evidente que nas cidades não teremos grandes mudanças nos transportes públicos. Pois, se isto ocorresse, a Pirelli e outras não teriam como vender seus produtos automotivos. Se fosse preciso, venderiam outro Golpe de Estado, antes de mudar os trilhos do Brasil.
[1]http://economia.ig.com.br/empresas/2013-11-06/pirelli-investira--416-milhoes-na-america-do-sul-ate-2017.html.
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A Educação Constitucional do Prof. Vinício Carrilho Martinez
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