Domingo, 2 de junho de 2013 - 11h07
Para que serve o Exército brasileiro? Depois de ler essa reportagem, fiquei me perguntando e confesso que, outra vez, tive vergonha de ser brasileiro.
Na fronteira entre as cidades de Bolpebra, na Bolívia, Iñapari, no Peru, e Assis Brasil, no Brasil, não há nenhum marco e nenhuma fiscalização. A única fiscalização ocorre no posto da Receita Federal e Polícia Federal em Assis Brasil --mas, depois das 20h, não tem ninguém trabalhando lá. Cerca de 20% da cocaína do mundo é produzida na Bolívia, 42% no Peru e 38% na Colômbia, segundo o Ministério da Defesa. Estima-se que mais de 70% da cocaína consumida no Brasil venha da Bolívia[1].
Basta ao tráfico acertar o relógio e começar o serviço um pouco mais tarde e o país todo vai se abastecer de coca e seus derivados. Aqui, parece que quanto mais se reza por providências, mas se vê assombrado.
Se alguém do Exército puder me explicar porque é que estamos fechados depois das oito, na região de um dos maiores corredores do tráfico, eu agradeço. E que não seja a baboseira do não temos efetivos.
Do contrário, pode fechar.
Não iria fazer a piada, mas diante da circunstância, mais do que merece: a inteligência militar é um contrassenso, uma contradição insolúvel nos próprios termos.
Essa qualquer um sabe responder.
Então, vamos a outra: por que é que, em Santa Maria RS, sem fronteira com nenhum país guerrilheiro, há um enorme contingente armado? E outro no Rio de Janeiro? Será saudades de quando era capital da República?
O mais provável é que seja pela maresia...
Vinício Carrilho Martinez
Professor Adjunto III da Universidade Federal de Rondônia - UFRO
Departamento de Ciências Jurídicas/DCJ
Pós-Doutor em Educação e em Ciências Sociais
Doutor pela Universidade de São Paulo
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Vinício Carrilho Martinez (Dr.) Cientista Social e professor da UFSCar Márlon Pessanha Doutor em Ensino de CiênciasDocente da Universidade Federal de