Segunda-feira, 10 de outubro de 2016 - 05h33
Para muitos, Nice é só uma cidade francesa.
Para mim, como toda cidade francesa, é puro romantismo.
É onde busquei inspiração para o romance que quero descrever.
Nice é o seu nome. Mas, é o nome que lhe dei.
É como lhe chamo: Nice.
Um nome que combina com a voz: doce, gentil, como o “amor de criança”. O mais puro...
Para mim, é uma voz molinha.
É a voz que amolece a minha voz, que me tira a razão sisuda.
É o nome que encontrei no coração.
Nice é o amor que julgava não ser capaz de ter.
Confesso que nunca fui bom nas coisas do coração.
Dizem que a razão interessa mais.
No meu caso, que parece ser o da maioria, é resultado de um pouco de treino e bastante da cultura que se reserva aos homens.
Dizem que homem não chora ... mas como chorei.
Dizem que homem não sofre porque não sonha, não ama.
E como sofri, porque o coração quis assim.
Porém, dizem que homem ama também; mas, com exceção dos grandes poetas, como Vinícius de Moraes, apenas temos medo da confissão.
Para outros tantos, confessar o amor parece pena mais grave do que relatar crime ao juiz.
Com medo, preferimos esconder o sentimento, guardar e aguardar não se sabe bem o que.
Talvez porque a razão dê mais lucros – aliás, chama-se Livro Razão o que move o coração dos homens.
De fato, se tivesse razão em tudo que faço ou no que falo, não teria problemas no coração.
Do que me conheço pela razão, não sou cardíaco, mas meu coração tem razões que a razão de Pascal não me contou.
Hoje, qualquer distância – na voz – parece que me leva para Nice, de tão longe que fica a França.
Nunca pensei que teria medo de dizer que amo essa mulher, mas também nunca supus que uma voz pudesse me desconcertar tanto.
Não ouvi e suponho que não ouvirei ninguém que me fale tanto ao coração, fazendo-me esquecer da própria razão que me levou a escrever essas linhas.
Mas, a essa altura, a razão, o motivo, já não serão importantes.
Inclusive porque o motivo (a razão) talvez nem seja racional.
Talvez – com certeza – seja apenas a voz da emoção.
Hoje, até esse momento, não chorei.
Talvez porque tenha falado da razão.
Mas, também não importa.
Basta que ouça essa voz, esse sopro de vida sem maldade, para que tenha mil motivos.
Ou, basta que o motivo seja a Nice.
Comecei e terminei com seu nome – Nice.
Porque é assim que termino os meus dias e começo as minhas noites.
Vendo e ouvindo meu nome misturado ao seu.
Porque é meu amor. Minha rainha, minha mulher.
Sinto uma ponta de lágrima, achei que não viriam. Mas vieram.
Porque é minha mulher, minha rainha, meu amor.
E ninguém que tenha um coração saudável pode falar essa frase impunemente.
Chorei e já não me sinto um sujeito oculto.
Com esse texto, já não há o que não se conheça.
Você tirou minha razão, agora – desde sempre – tens meu coração.
NICE: minha mulher, minha rainha, meu amor.
Vinício Carrilho Martinez (Dr.)
Professor Ajunto IV da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar/CECH
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