Sexta-feira, 25 de janeiro de 2013 - 12h23
Na volta às aulas, sob a ameaça daquelas famigeradas redações (“como foram minhas férias”), fazíamos muitas gozações e ironias. Hoje, faz tempo que não vou à escola pública, penso que as coisas mudaram bastante e que isso seja apenas uma lembrança. Em todo caso, para mim, de uns dois anos para cá, sempre que tenho de embarcar em Guarulhos/São Paulo, para retornar a Porto Velho, sinto arrependimento antecipado e uma ansiedade muito ruim. Começo a sofrer com o perigo do constrangimento que me espera no aeroporto mais disfuncional do território nacional: não tem nem cadeiras para sentar, além de um café custar quase dez reais (DEZ reais um café chocho). Para piorar, ocorre que é o único lugar do Brasil – e olhe que por ano viajo muito a trabalho – em que os deficientes físicos são tratados como suspeitos de cometimento de crimes graves. Em Guarulhos devem pensar que transporto cocaína ou uma metralhadora dentro das muletas. Porque, toda vez tenho de passar por uma inspeção na sala de revistas; tenho uma órtese na perna, de alumínio, que aciona o detector de metais. De qualquer forma, até recentemente, bastava explicar isto aos agentes da lei (sic) para que verificassem com um equipamento portátil, sem a necessidade de ir para a tal sala. Na última vez foi ainda pior, pois além desse constrangimento – que deve render um processo de reparação –, ainda me obrigaram a retirar o laptop da pasta, para passá-lo separadamente na máquina de RX. Perguntei ao agente da segurança pública (sic) qual a diferença entre passar dentro e fora da pasta, pois nem abriu o equipamento. Como você, espero a resposta até agora. De fato, essa é uma das regras tolas ou de uma regra boa aplicada tolamente. Realmente, não sei. Em conversa com um amigo advogado, pensamos nas possibilidades de uma ação reparatória. O problema seria a prova, pois sempre viajo sozinho ou com a esposa. Portanto, praticamente, não teria testemunhas. Isto ainda me motivou a pensar em pagar uma passagem para algum conhecido me acompanhar e assim verificar a inspeção de minha extrema periculosidade. A pessoa apenas viajaria para me ver naquela situação e depois retornaria para sua casa. Ainda estudo a melhor forma de agir. Todavia, além de publicar o texto, no gentedeopinião, encaminhei queixa pela ouvidoria da INFRAERO (Protocolo: RTKQ0FHS) que, aliás, é essa mesma redação que você lê. Espero que sua crônica de viagem de férias tenha sido melhor do que a minha. E também espero que a INFRAERO responda minha solicitação por mais racionalidade e, dpois, não mais julgue deficientes físicos como criminosos perigosos.
Vinício Carrilho Martinez
Professor Adjunto II da Universidade Federal de Rondônia
Departamento de Ciências Jurídicas
Doutor pela Universidade de São Paulo
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