Sexta-feira, 22 de abril de 2016 - 14h35
Não poderia ser diferente, a 1ª turbina a gerar energia comercialmente na Usina Hidrelétrica Belo Monte está no Sítio Belo Monte, onde foi construída a Casa de Força principal do maior empreendimento de construção do PAC, do atual governo.
A geração iniciada em 20 de abril, foi sem grandes alardes, apesar de ter sido, juntamente com o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira: usinas Santo Antônio e Jirau, “a menina dos olhos” da presidente Dilma. Mas, o momento dispensa comentários de quem não é especialista em política como é o meu caso. Agora sobre a importância e marco na história desta obra polêmica não consigo evitar.
Lá, estão em fase de montagem outras 17 unidades geradoras, que serão concluídas e acionadas, gradativamente, até 2019. Também foram iniciados os testes para geração comercial da primeira turbina no Sítio Pimental, onde está o vertedouro e a barragem principal da usina. Na Casa de Força Complementar, serão seis turbinas do tipo bulbo, cada uma com potência de 38,8 MW.
A entrada em operação da primeira unidade geradora do tipo Francis, das 18 que serão concluídas e acionadas, até 2019, no Sítio Belo Monte e futuramente mais 6 turbinas tipo bulbo, no Sítio Pimental - onde fica o vertedouro e a barragem principal da usina, não poderia ficar à sombra do impeachement,do duelo entre direita e esquerda e principalmente da “trollagem” da “bela, recatada e do lar” mulher do vice-presidente.
Estamos falando de uma obra que demorou mais de três décadas para sair do papel, passou por dezenas de governos de diferentes partidos; dividiu opiniões de ambientalistas e técnicos; contribuiu com a saída da Marina Silva do PT depois de uma quebra de braço “velada” com Dilma, na época ministra de Minas e Energia; trouxe ao País artistas e personalidades internacionais contrárias a sua construção; foi recentemente alvo de denúncias da Lava Jato... E, muito mais!
A entrada da 1ª máquina, adicionou mais 611,11 MW no Sistema Interligado Nacional (SIN).A operação comercial de Belo Monte, maior usina elétrica 100% nacional, teve um atraso mínimo pela grandeza do empreendimento, as paralisações provocadas por indígenas, greve de trabalhadores, liminares na Justiça e intemperes da natureza. O atraso foi de 20 dias! A data acordada com a ANEEL no Contrato de Concessão era 31 de março de 2016.
Claro que quem acompanha as notícias do setor elétrico, ou o noticiário diário está informado que a entrada em operação de Belo Monte acontece em um momento desfavorável tanto político quanto de logística do SIN. O escoamento da energia gerada na usina acontece pela Subestação Xingu, situada apenas 15 km da obra, no município de Vitória do Xingu, onde Belo Monte foi construída.
As duas maiores linhas de transmissão de Belo Monte, que levarão a energia para o Sudeste, só devem ficar prontas em 2018 e 2019. A primeira, leiloada em fevereiro de 2014, que vai levar a energia da Subestação Xingu até Estreito (MG). A linha de 2 mil quilômetros de extensão, deve ficar pronta em 2018 e está sendo construída pelo consórcio formado pelas empresas Eletronorte, Furnas e State Grid.
A segunda linha, leiloada em julho de 2015, vai até Nova Iguaçu, Baixa Fluminense (RJ) e deve estar pronta em dezembro de 2019, com 2,5 mil quilômetros de extensão.
As obras civis de Belo Monte estão praticamente concluídas e os trabalhos de montagem eletromecânica continuam no empreendimento. A previsão é que a cada dois meses, em média, seja ativada uma nova turbina até o pleno funcionamento da hidrelétrica, em 2019.
O problema está nas linhas de transmissão que deverão levar a energia de Belo Monte à Região Nordeste. Elas estavam sendo construídas pela empresa Abengoa, mas as obras foram paralisadas no fim do ano passado porque a matriz da empresa, na Espanha, entrou em recuperação judicial. No mesmo período, a Agência Nacional de Energia Elétrica adiantou que o atraso nesses empreendimentos poderia restringir a geração de energia em Belo Monte até a entrada da primeira grande linha de transmissão.
Enfim, lamentável que o primeiro marco de Belo Monte tenha passado sem o merecido registro. Lamentável porque a obra gerou mais de 32 mil empregos diretos e indiretos no auge de sua construção – hoje ainda trabalham mais de 12 mil pessoas; proporcionou a retirada de mais de três mil famílias ribeirinhas que moravam em área de risco para cinco novos bairros com casas de alvenaria, infraestrutura básica e iluminação, postos de saúde, escolas e área de lazer... E tantos outros benefícios que cabe a assessoria de imprensa do empreendedor e acionistas divulgarem.
Sê a usina foi um erro ou não, com as obras civis praticamente concluídas e os trabalhos de montagem eletromecânica em andamento está tarde para os grupos e movimentos contrários a ela continuarem “chorando pelo leite derramado”.
A partir de agora, a previsão é que a cada dois meses seja ativada uma unidade geradora e até 2019, Belo Monte estará em pleno funcionamento com capacidade instalada de 11.233,1 MW, dos quais 11 mil MW na Casa de Força Principal e 233,1 na Casa de Força Complementar que chegará às residências de 60 milhões de pessoas em 17 estados, incluindo os que foram contra sua construção!
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