A Paz, jamais. A guerra sempre. Infelizmente...

Antes da votação do impeachement de Dilma na Câmara dos Deputados, no histórico e vergonhoso, 17 de abril, escrevi um artigo sobre a paz que deveria reinar sempre, independente do resultado positivo para oposição ou negativo para o atual governo.

Assisti, junto com grande parte dos 205 milhões de brasileiros que tem acesso a energia elétrica e consequentemente a uma TV – segundo o atual governo, toda a votação dos 513 deputados federais... É como a maioria, de lá ou de cá, “coxinha” ou “petralha” vi a verdadeira face de nossos representantes! Não aquela que conhecemos no período eleitoral, que também não é nada exemplar. Foi muito pior, tenebroso!

Tinha parlamentar que merecia o Quiquito, o nosso Oscar brasileiro. Quanto desempenho e demagogia! Conta-se nos meus 10 dedos, os que só chegaram na tribuna e disseram sim ou não, sem muito alarde e encenação!

Os brasileiros e o mundo viram de tudo nesse dia. Do desequilibrado ao moderado; do apaixonado pela família – ahãaa poucos mencionaram os eleitores, aos infiéis aos partidos... Claro muitas amantes ficaram arrasadas, mas deixemos quieto; do palhaço sem graça ao delegado injusto e por aí foi... Em comum apenas o assassinato ao idioma pátrio. Sério?! E muitos adoram questionar a falta de escolaridade do ex-presidente Lula. Sejamos justos, diploma no Brasil não é mais coisa do outro mundo. A quantidade perdeu para a qualidade que já não era boa...

Eu também monitorei na madrugada, os discursos de 22... Isso mesmo 22 deputados, dos 513, míseros 0,43% da Câmara. E, também fui das que pensou: “Será que realmente precisamos dos outros 491?!”  A TV Câmara à disposição de todos, entretanto não havia a audiência necessária para o show que cada um preparou com antecedência.

Visualizei tudo que aprendi nos “cursinhos” de pós-graduação em Gestão de Comunicação Corporativa e Marketing feitos por aqui e por “aí” - nem mencionou mais aonde foi porque se tornou “blasé” e arrogante dizer que com muito esforço saí do meu país, não para passear e sim para estudar - Enfim, me perdoem o desabafo... Volta à articulista:  .... Existe o Media Training – treinamento específico que o assessorado recebe de um relações pública ou jornalista para dar entrevistas coesas, diretas e principalmente que favoreça a imagem da empresa representada e, principalmente, a imagem do entrevistado, em momentos de crise. Teve muito colega comunicólogo mostrando serviço nesses últimos dias. Não significa que o orientado ouviu ou aprendeu algo! Tá na cara.

Aí passado a primeira fase do processo de Impeachement as agressões físicas, que deveriam ser contidas pelo muro da vergonha, aquele lá de DF na Esplanada dos Ministérios seguiu o caminho “normal”, o mundo virtual...

Já perdi alguns “amigos” do facebook por conta desta guerra política, porque para muitos que são militantes do PT eu não tenho direito algum de externar minha opinião por afirmar: não gosto de política. Não gosto na verdade da política brasileira...

Mesmo não sendo ativa ou filiada a nenhum partido, sempre cumpri com meus deveres e obrigações de eleitora e  fiz questão de não negar que votei no Lula, nos dois mandatos e na Dilma no primeiro sem ser petista para raiva dos que eram dos demais partidos da direita brasileira. Meu partido sempre foi e será o Brasil, idem valendo para time de futebol. Sempre votei em políticos, como pessoas que são, jamais nessa ou aquela sigla partidária. Sê eles que são PT, PMDB, PSDB e todos os demais praticam a tal infidelidade partidária porque serei eu fiel a algum deles...

Ahã e pra pagar a boca, meu pai é filiado ao PT desde a fundação do partido. Entonces... Claro que ele está no momento de lucidez, decepção e tudo mais como muitos outros militantes: Marina e Marta Suplicy e alguns próximos. Claro, existem os que não veem o partido da massa, hoje mais elitizado que a dita elite brasileira. Alguns e é direito adquirido pensar assim, aceitam as críticas feita ao fundador do partido, um novato e deslumbrado membro da elite brasileira que não nasceu em berço de ouro, mas rapidamente aprendeu a receber e aceitar favores para aumentar o patrimônio...

Enfim, por tudo isso, me perdoem os da esquerda, os da direita, sou apenas uma humilde comunicóloga que como vocês tem direito a ter opinião! Não aceitei o cuspe do Jean Willys no Bonsonaro e menos ainda o discurso assustador do último enaltecendo um condenado pelo crime de tortura! E sinceramente me assusta àqueles que não nasceram no período da Ditatura e afirmam: Volte a ditatura: Dilma e os demais mereceram as torturas; ou do outro lado: Dilma matou e roubou por isso foi torturada...

Uma das maiores vantagens que o Brasil tem sobre todos os demais, além da deslumbrante Amazônia e justamente o fato de não vivermos em guerra civis. Sim. Sei que em cidades como o Rio de Janeiro  e São Paulo morrem centenas de vítimas do crime organizado; milhares em acidentes no trânsito e mais milhares pela ausência da saneamento básico e assistência médica...

Viver numa guerra, onde até parentes se tornam inimigos é algo inadmissível. Quem quer isso?! Eu, jamais! Eu trabalho diariamente por minha paz profunda e não é fácil aceitar opiniões que são contrárias as minhas crenças e convicções; sorrir para desafetos dominando o instinto animal; perdoar ações imperdoáveis e justificar atitudes injustificáveis apenas pra evitar discussões... Tenho a guerra em mim, no entanto escolhi trilhar o caminho da paz e é a minha PAZ que estendo a todos aqueles que me condenaram e me condenarão por não concordar com a opinião do momento!