Sexta-feira, 15 de janeiro de 2016 - 08h10
Meu pai sempre me disse que estudar em escola pública era um luxo para poucos escolhidos a dedos, em sua infância, em Goiás Velho (GO). Estamos falando de muitas décadas atrás mesmo. Ele era um dos meninos que entregava os doces da quituteira e poetisa Cora Coralina, a velha da casa da ponte.
Hoje a realidade é diferente. Tudo muda afinal, às vezes para melhor e às vezes para pior... A educação no Brasil pode protestar agora, não melhora. Só piora... Quem pode afirmar são os educadores, não os políticos e os militantes partidários... E até muito deles, hoje, afirmam a boca pequena: tudo piorou nos últimos tempos.
Cheguei a Goiânia no dia 12 deste mês e dentro do avião, saindo de DF, já ouvi os comentários sobre a ocupação dos estudantes em algumas escolas da Capital e do interior. Não é nada recente a situação. São mais de 40 dias de manifestações. O motivo, a implantação de um novo modelo de gestão pelo governador Marconi Perillo (PSDB). As OSs – Organizações Sociais, entidades sem fins lucrativos, que recebem recursos do estado para administrar um determinado órgão público. Em Goiás esse sistema já vem sendo aplicado nos hospitais é o resultado não agrada a população.
Lembrando: Goiânia foi durante muitos anos referência na Saúde, em várias especialidades. Hoje não é mais assim e a população culpa as OSs.
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação de Goiás, as OSs, que já devem começar a atuar no início de 2016, trarão vantagens para as escolas como reformas, sem a necessidade de licitações, e poderá pagar melhores salários aos professores, que serão contratados no regime de Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). Para os concursados, nada mudaria. Bonito no papel, o problema é que Goiás ainda faz parte do Brasil, e sejamos sinceros, com licitação já ocorrem muitos desvios do dinheiro público, sem será a verdadeira farra do “boi gordo”!
Segundo o Governo do Estado de Goiás, as OSs ou não, terão que seguir o mesmo currículo e terão de seguir determinadas metas. Além disso, as OSs vão ter que seguir aquilo que a secretaria da Educação determinar, mas a escola continuará exatamente como é, pública, gratuita e... Sucateada, pois é assim que os prédios escolares estão...
Briga de Davi e Golias, mas não no futebol
Então, por esse motivo, centenas de estudantes ocuparam as escolas impedindo o processo de rematrícula e matrícula. Eles dormem, tomam café, almoçam, limpam as salas e pátios; lavam os banheiros, jantam, dormem de novo enquanto esperam que o governador Marconi Perillo mude de ideia. Ele não vai mudar. É fato!
No dia 14 de janeiro, a Justiça determinou a reintegração da posse de duas escolas. Caso o movimento estudantil não cumpra a medida serão multados diariamente. Bem normal...
Mas e depois como ficará a situação quando as escolas desocupadas estiverem na gestão das OSs?! Por favorece perguntem de que forma são escolhidos os gestores destas OSs, eu nem imagino, pois não é algo que é divulgado. Pesquisei para fazer esse artigo e nada encontrei. Aí começam a surgir os boatos: “só serão indicados os “apadrinhados” políticos da situação”, “só os parentes do governador”... Essas especulações ouvi dentro do avião.
E a pergunta se repete: Como ficará realmente?! Você, leitor, morador de Goiânia, sabe?! Eu que sou goianiense, no entanto cresci no Norte do País não imagino como será isto, apesar de ser jornalista e professora de Espanhol...
Só sofro intimamente, pois tenho parentes que estudam e lecionam nessas escolas... Com o governador Marconi Perillo, não tenho nenhum contato, é lógico! E se tivesse do que adiantaria! Dizem que depois que ele resolve fazer algo, já está feito.
Parabéns para ele por tanta determinação. Só espero que aguente as consequências e seus filhos não sofram com ela... Ah, dificilmente o filho de um governador, ex-senador estuda ou estudou em uma escola da rede pública...
Sabe o que amedronta a maioria dos goianiense: Marconi Perillo quer se candidatar a presidência da República... Claro que terá que “derrubar” Aécio Neves, mas sei lá, vai que acontece. Será quando todos nós saberemos se funciona ou não essas tais OSs administrando o que deveria se administrar sozinho.
Para falar do presente preciso voltar ao passado. Eu tinha uns oito anos quando assisti a uma reportagem do Globo Repórter mostrando um bairro tomad
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