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Gente de Opinião

Viviane Paes

Então o sistema não falhou, mas energia faltou


 

Poderia até ser o início de um poema, no entanto é apenas um título de mais um artigo sobre energia elétrica. Um dos primeiros de 2015, porque no ritmo que começamos este ano:  quebra de promessas de campanha, aumento de impostos incluindo a energia elétrica nossa de cada dia...

Sejamos  mais que otimistas, mais que bacanas, mais que alienados para agüentar o que está por vir: muito calor, quedas  frequentes do SIN – Sistema Interligado  Nacional, atrasos nas usinas em construção,  falta de recursos para investimentos futuros, descobertas de superfaturamentos em algumas obras e arroucho no orçamento das famílias brasileiras...

Não busquemos culpados, pouco adianta neste momento. O setor elétrico brasileiro não foi revolucionado por este ou aquele partido. Ele em sua atual estrutura é fruto das ações de todas siglas partidárias. E estamos falando de algumas décadas e não anos de interferências, investimentos ou não, acertos e erros!

Podemos até culpar a própria humanidade pelo calor infernal que enfrentamos, atualmente em diversas regiões brasileiras. Afinal já faz tempo que os ambientalistas avisam que o tal aquecimento global  iria afetar nossas vidas. É de assustar estar em Goiânia e suar horrores num calor de 37 graus. Esta era a temperatura habitual de Rondônia há algumas décadas, não de Goiás. Mas, aí estive também nos últimos dias em Navegantes, Santa  Catarina e derreti nos 34 graus à beira da praia.

O comum nestes estados e até em São Paulo, onde fiquei no aeroporto de Guarulhos por três horas é o calor angustiante e a reclamação de todos.  E de calor eu entendo, saí aos nove anos de Goiânia com um temperatura em média de 30 graus, mas é claro que isto a 30 anos e fui para Porto Velho, Rondônia para sufocar em até 39 graus.

Eu não queria ser funcionário de carreira ou nomeado da ONS – Operadora Nacional do Sistema, nem da Eletrobrás e muito menos do Ministério de Minas e Energia. Justificar o injustificável para milhares de brasileiros atingidos pelo não apagão da última segunda-feira é uma tarefa pra lá de infeliz.

Tipo: “houve uma deficiência com a queda de freqüência, mas todo o sistema de proteção funcionou” - André Pepitone da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica.    

“O que ocorreu não foi um desligamento por falta de geração. O que aconteceu foi uma seqüência de desligamentos” – Eduardo Braga, ministro de Minas e Energia.

Os especialistas do setor elétrico foram unânimes em afirmar que o alívio de carga feito pela ONS evidencia que o sistema nacional está em seu limite. É claro que estes especialistas não atuam no governo, porque caso atuassem o discurso seria o mesmo dos representantes do setor elétrico, não há risco de racionamento. O único ponto em comum dos dois lados é que a baixa dos reservatórios neste período é preocupante e que a melhor medida é a racionalização no uso de energia. Mas como fazer isto!?

Para muitos o horário de Verão é um sacrifício extremo, mas ele tem funcionado no seu objetivo de reduzir o consumo neste período. O problema é que se esqueceu de avisar São Pedro, o representante máximo dos católicos para questão das chuvas e aí pouco tem adiantado com o aumento populacional, crescimento econômico e industrialização recorde do País, nos últimos anos...

Como ensinar uma população que sempre desperdiçou energia elétrica que é preciso economizar, utilizar o produto com cuidado e diminuir alguns confortos da vida moderna que tantos no Sudeste e Sul gostam bancados pelas riquezas naturais do Norte e Centro-Oeste?

Dez estados atingidos por um não apagão e a reclamação de centenas de pessoas é a prova que a missão é pra lá de difícil.

Houve um erro grasso desde o início da era do PT no Brasil: esquecer de investir nos programas de educação do uso racional de água e do consumo de energia elétrica. Não que estes programas não existissem antes, o que faltou foi humildade para reconhecer e dar continuidade há algo muito bom criado por outros partidos.

E nem adianta virem dizer que quem detém a pasta do Ministério de Minas e Energia é o PMDB, pois os recursos orçamentários continuam saindo do partido líder na nação, então...

Então o sistema não falhou, mas energia faltou e a população se ferrou...  Assim mesmo aproveitando a rima e lembrando que o ano apenas começou!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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