Segunda-feira, 12 de janeiro de 2015 - 12h30
Estou desfrutando uns dias de recesso de Natal e Ano Novo entre Goiás e Santa Catarina. No aeroporto de Congonhas durante uma conexão de 40 minutos encontrei o livro: Eu, Christiane F., a vida apesar de tudo. Fiquei muito emocionada porque posso afirmar sem nenhum receio de críticas negativas que a leitura do primeiro “Eu, Christina F, prostituída, drogada..., fez a diferença em minha infância e adolescência em Porto Velho – capital de Rondônia.
Deixem as idéias preconcebidas de lado, neste ponto, leitores de Goiânia e DF. Rondônia ainda pode ser considerado o paraíso das drogas, por fazer divisa com a Bolívia, mas isto não quer dizer que realmente as encontramos em todas as esquinas. E falo isto devido a algumas experiências que tive quando estudei em Goiânia, em 1997 e me perguntavam se realmente a maconha rondoniense era a mais pura do Brasil!
Estudei em uma escola pública em Porto Velho no meu ensino fundamental e realmente eu tive alguns colegas de classe que eram usuários de drogas. No entanto ninguém nunca me ofereceu ou me induziu a utilizar, até porque eu era apenas uma caipira de Goiás e não fazia parte do mundo “estiloso” da maioria dos estudantes filhos de pais funcionários públicos.
Lembro bem quando recebi o primeiro livro que retrata a vida de uma adolescente alemã, de 13 anos, usuária de drogas. Meu pai trouxe para mim, mesmo contrariando minha mãe que achou a leitura perigosa. Ela achava que iria despertar minha curiosidade de forma negativa. A personagem título do livro conta sua história de vida até a utilização da primeira droga ilícita. Dois jornalistas e a própria Christiane são os autores desta obra prima que é ainda hoje uma da obras mais lidas no mundo.
Os detalhes da utilização e a sensação experimentada nos mais diversos tipos de entorpecentes é uma leitura pesada, sofrida e perigosa mesmo. Mas, graças a Deus minha criação não permitiria que esta leitura influenciasse minha decisão de usar ou experimentar qualquer tipo de drogas aos longos dos meus 39 anos.
Podem rir, eu nem ligo, confesso que não consigo identificar o cheiro de maconha quando existe algum usuário nas proximidades. Meu marido até hoje fica indignado quando passamos em algum lugar e ele sente o tal cheiro da maconha e eu não. – Que tipo de jornalista é você que não consegue identificar este cheiro!? OK. Sabemos que esta profissão, como a de alguns da medicina são notórios usuários no período da faculdade e pela vida toda, de forma “moderada e controlada”. Tenho alguns conhecidos e amigos que fazem isto, agora eu realmente não ousaria testar minha resistência. Pra que tentar provar algo que sei de ler e de ver as conseqüências?
Sou casada com um fumante que começou neste vício aos 16 anos e vejo o quanto e difícil para ele deixar de lado algo que só faz mal para sua saúde e de seus filhos.
Eu que sou viciada em chocolate – que comparação, mas é assim mesmo, só consegui ficar sem comer uns seis meses para testar minha força e determinação! Agora só vou de chocolate amargo...
A continuidade do livro de Christiane F, agora ela com 52 anos – quem diria que estaria viva até agora, me deixou do mesmo modo: assustada e temerosa por meus filhos. A jovem de outrora, agora é mãe de um adolescente de 17 anos, cuja guarda perdeu por conta da dependência química que nunca conseguiu deixar totalmente.
Aos 52 anos ela admitiu ter feito muitas besteiras, entretanto continua sincera ao dizer que não é fácil deixar a dependência química. Nos últimos anos vive a base da metadona, um medicamento diário para inibir os efeitos da abstinência da heroína utilizada por mais de 25 anos. É alcoólatra e tem uma doença sem cura no fígado... Ou, seja, a vida apesar de tudo!
Ela vive até hoje com os lucros de direitos autorais do primeiro livro, que divide com os outros dois autores. O segundo livro é o resultado a parceria com a também jornalista Sonja Vukovic que respondeu a pergunta que o mundo faz até hoje: o que aconteceu com Christiane F,.
Ela vive apesar de tudo, uma vida menos intoxicada, mas não menos difícil e dolorida. Seus pais não falam mais com ela, por ter exposto no primeiro livro todos os problemas e fraquezas familiares e não foram poucos. Não foi do nada que ela enveredou pelo caminho das drogas. Faltou orientação, faltou amor e boas companhias.
Então á distância sou grata por ela ter compartilhado suas experiências com milhões de pessoas. Ela que se diz fraca foi corajosa demais, afinal paga por esta exposição até hoje de forma negativa na maioria das vezes.
Eu li Christiane F, e nunca me droguei. Eu vivo a vida sem pesares!
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