Domingo, 8 de maio de 2016 - 11h21
Eu poderia desejar um feliz Dia das Mães com muito amor, abraços e beijos para todas as mulheres que conheço e desfrutam a benção – para os religiosos ou privilégio – para os ditos ateus, de gerar ou adotar outra vida! Isso eu tenho feito diariamente há sete anos, desde que perdi a minha mãe! É uma missão!
As mães alheias para tristeza e ciúmes de alguns parentes, amigos e colegas tem recebido de mim todo o carinho que não pude dar a minha. Não que eu tenha sido uma filha muito ruim, ou distante da minha genitora. É que dona Maria Natália era daquela geração, criada em Minas Gerais que não era dada a demonstrações de carinho físicas. Beijar, abraçar e ficar “inhoinho” demais era algo que não combinava com minha mãe.
Eu poderia até achar coisa de outro mundo este fato e ter crescido cheia de dramas e traumas existenciais – não que eu não os tenha, dizem que seria sem graça a vida sem eles, só que este mesmo comportamento eu vi na mãe de meu pai, que por acaso “obrigou” todos os netos a chama-la de mãe Silvéria. Abraçar, beijar e ficar com “enjoou” demais não era ou é ainda aceitável!
Para compensar ou para demonstrar o amor que com certeza, as duas tinham para com os seus entes queridos, escondido em um coração aparentemente de pedra ou gelo, este tipo não tão raro de mãe são mestres em criar filhos fortes a todas as provações. Junto com isso elas costumavam dar presentes (materiais) e conselhos com muita constância. Não por acaso, cresci ouvindo minha mãe Silvéria dizer que minha mãe Natália era uma filha para ela. As duas eram extremamente iguais nesse aspecto. Um relacionamento sogra x nora invejável! Minha mãe, a Silvéria tem fama de não ser fácil! Acho que herdei dela algo...
Nas vezes que minha mãe me abraçava, datas contadas em dois dedos da mãe: aniversário e Natal - ela fazia aniversário também nesse dia, era algo meio estranho. Sabe quando os adultos obrigam crianças que não se conhecem a se abraçarem, ou mesmo quando por educação você é obrigada a abraçar alguém que não exatamente a pessoa mais querida de seu mundo?! É isso. Parecia que eu estava agarrando um pedaço de madeira, de tão dura que ela ficava.
Talvez o comportamento atípico venha da perda da minha avó Maria das Dores – gente como o povo coloca um nome desses em alguém, quando ela tinha apenas 10 anos de idade e a partir daí sua criação foi por irmãs mais velhas e meu avó, que educava a moda antiga: com muita rigidez e normas. Assim, tentando decifrar os motivos maternos.
Agora da minha avó, ops, mãe Silvéria é complicado entender porque suas irmãs e irmãos abraçam com vontade, apertando mesmo até quase perdemos o fôlego. Ouvi diversas vezes e presenciei também o relacionamento da minha mãe Silvéria com a bisavó Augusta. Dava uma tese no curso de Psicologia ou Psicanálise. Minha avó cuidava da mãe como todo bom filho deve fazer na velhice, no entanto parecia guarda certo rancor da genitora. Segundo minha avó, ela não era a preferida por ser negra! Assim, explicando. Minha bisavó era branca, descendentes de holandeses e casou com meu bisavô, um negro, logicamente descendente de escravos africanos trazidos para o centro-oeste brasileiro.
Para minha mãe Silvéria, que é realmente a mais “negra” – para ficar compreensível, afinal dessa mistura só sairia mulato, dos oito filhos que meus bisavós tiveram, era este o motivo da falta de amor materno... Acho que não. Eu não sou a loira da família miscigenada paterna, nem a mais negra, nem a mais desbotada, e recebi muito carinho dela. Tudo bem que na minha infância vó Augusta já era cega...
Enfim! Ainda ontem estava eu perguntando para meu filho Vinycius o motivo de não ganhar postagem no Facebook com o famoso I love mom, do momento de apoio a uma mãe americana que esta em tratamento de câncer. Da minha filha, que saiu muito a dona Natália nem espero essas coisas! Agora dele que é muito Paz, Amor e Carinho esperava algo mais. Ele elevou minha estima e orgulho ao dizer: “Mãe eu amo você, não preciso ficar expondo isso para os outros”. Ponto. É realmente ele não poupa a frase. Estou cozinhando: Eu te amo mãe; Estou dirigindo: Eu te amo, sabia?!; Estou brigando com ele e alguns minutos depois: Eu te amo, mãe você só quer o meu melhor!
Levei exatos 41 anos para entender minha mãe Natália e minha mãe Silvéria que compartilhavam até o mesmo pensamento. “Fica nessa abrazação e beijação enjoada é só para mostrar pros outros”! Meu filho de 11 anos, em um único comentário resolveu o dilema de uma vida.
Fui mãe solteira, da minha progênita e casei com o pai dela sete anos depois para ser mãe casada! Qual a diferença de momento para o outro?! Nenhum, apenas a maioria dos olhares, no segundo momento da minha vida não foram críticos e mordazes. A mãe solteira ouviu coisas de pessoas negativas e certamente frustradas que não merecia e nem precisava ouvir. E, em compensação ganhei apoio e incentivo de outros que se tornaram grandes amigos e fazem parte da minha vida até hoje.
Tenho que ouvir e agradecer por não ser surda e cega – ou não, pois isto também não é o fim do mundo, comentários contra pessoas que adotam, ou aquelas que estão impedidas de adotar por serem homossexuais que me arrepiam! Ser mãe é uma opção para quem pode gerar um filho no próprio ventre de forma natural ou com ajuda da ciência, e também para quem não pode e quer assumir o compromisso com outra vida!
De uma mãe solteira, mãe casada, mãe com fama de “fria” para todas as demais mães: Ser mãe é um presente divino, não existe presente ou demonstração de carinho maior!! Aha: Feliz Dia das Mães!
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