Segunda-feira, 16 de janeiro de 2017 - 15h11
Em mais uma madruga insone, descobri um texto fantástico do filósofo Mário Sérgio Cortella, sobre a importância de não adiarmos o encontro com a espiritualidade, tema que aborda no livro Viver em Paz para Morrer em Paz. Ele fala de algo que acredito muito, a religiosidade, não necessariamente a religião. Religiosidade que se manifesta como convivência, fraternidade, partilha, agradecimento, homenagem a uma vida que explode de beleza...
Quando me perguntam qual é a minha religião, ou se tenho alguma, já decorei um discurso politicamente correto: “Católica de batismo, kardecista por opção, Rosacruz – que não é uma religião, mas principalmente respeitadora de todas as religiões”.
Isso significa que você me verá algumas vezes em uma missa, frequentemente em centros espiritas kardecistas, nos trabalhos sociais que desenvolvem e praticando diariamente a caridade; não visível e diariamente em estudos na filosofia Rosacruz, feitos em casa e no ambiente do trabalho quando necessário.
O texto de Cortella que passou dois anos recluso em um convento da Ordem da Carmelitana Descalça durante a juventude deu aquele “click”... É isso mesmo, vejo algumas pessoas cobrando religião de outras, como justificativa para as atrocidades que vemos diariamente no mundo – nos últimos dias as chacinas e rebeliões nos presídios brasileiros, no EUA mais um assassinato em massa, casos e mais casos de estupros de crianças, mulheres, homens...
Enfim, não é a ida a templos, igrejas, mesquitas e centros espíritas que modifica a índole de uma pessoa. Caráter é algo que vem do berço, e mesmo sendo lá esplendido - como diziam antigamente, não é garantia de que estaremos lidando com seres humanos do bem!
Convivo com católicos maravilhosos e outros nem tanto; espíritas não praticantes do amor e da caridade ao próximo e outros sim; evangélicos sem preconceito a outras religiões e outros intolerantes; praticantes de filosofias como a Seicho-no-ie que pregam a paz e os bons pensamentos, no entanto são verdadeiros disseminadores da guerra no ambiente do trabalho ou na família...
Concordo com Cortella, hoje aos 41 anos e não evolui muito nesse sentimento nos últimos 25 anos. Eu tinha 16 quando uma greve no ensino público rondoniense me desestimulou a estudar... Felizmente meus pais foram compreensivos com minha pirraça. Trocamos um ano de estudo em sala de aula pela leitura de diversos autores brasileiros: Machado de Assis, Jorge Amado e muitos outros. Nesse tempo li toda a obra machadiana e me apaixonei por escrever! No final do ano sabático escolar – olha aí eu que inventei este troço, comecei a tentativa de criar um conto. Saiu Enaiviv, um conto infantil cujo tema principal é explicação da religiosidade a uma criança, nesse caso a criança que fui.
Misturei minha experiência familiar paterna, onde diversas crenças eram praticadas com muito respeito: A umbanda por minha avó, que tinha até um “terreiro”, legalizado e filiado a Associação de Umbandistas do Estado de Goiás; a protestante por minha bisavó, mãe de minha avó “macumbeira”, e a católica por sermos todos batizados nessa igreja e porque minha mãe Silvéria, minha avó, ensinou aos netos todas as orações católicas existentes.
Não era um momento de alegria, confesso, quando minha mãe Silvéria, em nossas férias escolares em Goiânia, nos colocava para ler um livro de orações trazendo detalhamento da intervenção de cada santo. Entretanto foi base para minha visão de religiosidade. Na sexta-feira, dia de trabalho do centro umbandista, minha avó pedia que levássemos sua mãe, na igreja evangélica na esquina de casa. E lá íamos nós, eu e meus primos. Minha bisavó soltava no máximo um: “Vou rezar por Silvéria para Jesus Cristo salvar ela”.
Era uma festa deveriam pensar os transeuntes, carros e mais carros fechando a Rua 1022, do setor Pedro Ludovico, por conta dessa rotina religiosa. Foi minha avó com sua atitude e às vezes com palavras que me ensinou a respeitar a opinião e principalmente a religião alheia.
Então, Enaiviv um experimento que se tornou um livro 25 anos depois - editado pela Chiado Editora, de Portugal, distribuído em Angola, Cabo Verde, Brasil e também o país lusitano traz é lógico os ensinamentos das duas religiões que permearam minha vida!
Em viagens ao País dos Sonhos, Enaiviv, uma menininha dos olhos iguais a duas jabuticabas maduras, fina como uma linha, de boca bico de passarinho, encontra Ordep, e depois SueD ou SeuD conseguindo respostas para perguntas simples que todo adulto fez quando criança.
SeuD me livre de tentar doutrinar alguém, ainda mais uma criança! Esta responsabilidade cabe a cada pai e mãe. Agora sobre religiosidade me atrevo e muito. Ela é meu alicerce! Quando não pratico a caridade espírita, me afasto da fé católica na santíssima trindade, ou deixo os ensinos rosacruzes que vem da época do faraó Aquenaton, aquele que ousou implantar o monoteísmo no Egito e por isso teve sua história praticamente dizimada, não sou eu. Sou uma casca que come, dorme e respira por respirar.
É isso. A VIDA não faz sentido sem Vida! Se você não gosta das religiões tente praticar a religiosidade. Ela faz bem, garanto!
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