Domingo, 1 de março de 2015 - 10h57
As últimas notícias sobre a Operação Lava Jato associadas à construção da Usina Belo Monte me deram um frio na barriga! Falo das manchetes do último final de semana: “Por Belo Monte, Moro soltará executivos da Camargo Corrêa”. Entenda-se, a Camargo é a líder do CCBM – Consórcio Construtor Belo Monte, que agregou as maiores empreiteiras nacionais entre elas Odebrecht, Andrade Gutierrez... E tenho todos os motivos do mundo para isso! Mudei de Porto Velho para Altamira há três anos para ser mais uma trabalhadora do maior empreendimento do setor elétrico nacional e o terceiro mundial juntamente com minha família.
Não houve sacrifícios, pois a saída de Rondônia era algo que planejava há muitos anos, não por não amar este pedaço nobre da Amazônia onde passei parte da infância, toda adolescência e vida adulta e que estava na hora de apresentar outras cidades e estilos de vida a meus filhos e principalmente desapegar da situação de filha de única vivendo a vida dos pais.
Então, sim, é uma questão pessoal o mal estar que sinto toda vez que Belo Monte é citado de forma negativa. Não é exclusividade minha, os 32 mil trabalhadores que hoje estão espalhados nos quatro grandes sítios desta obra também sentem isto. Mais de 30% deste montante são de Altamira, uma cidade de 100 mil habitantes. Os demais oriundos de todas as regiões do Brasil e também recentemente os angolanos, como aconteceu nas usinas de Santo Antônio Jirau (RO).
São nossos empregos diretos e indiretos em jogo, sonhos, investimentos – sim porque por aqui estão os melhores salários em todas as categorias, e principalmente o futuro do País. Agora sim chega de egoísmo, de ser a “única” incomodada com o futuro da usina Belo Monte. Quando a Lava Jato começou a ser denunciada no ano passado já se dizia nos bastidores que era impossível não haver conexão dos desvios com o maior empreendimento do PAC, do setor elétrico.
As suposições devem se transformar em fatos, nesta semana que se inicia. Ou seja, março será terrível para o setor elétrico e toda população. Quem não tem afinidade com este setor, o que é irreal do meu ponto de vista, afinal todos nós trabalhando ou não em construções de barragens utilizamos a energia elétrica; não sabe que a Norte Energia S.A - empresa dona de Belo Monte formada por Eletrobrás, Eletronorte e outras, pediu a Licença de Operação da obra ao IBAMA.
Bem a chamada L.O é o ponto alto da construção de uma usina hidrelétrica, sem ela o empreendimento não tem validade. Tudo que foi investido fica parado se o IBAMA disser não. O não do órgão significa que a empresa responsável pela obra pode estar devendo algumas contrapartidas para a comunidade da área prometidas no PBA – Plano Básico Ambiental. Não é que a obra esteja com o cronograma atrasado. Por que, sim, Belo Monte está com atrasos provocados por imprevistos climáticos, invasão indígena nos canteiros, ações do MAB – Movimentos dos Atingidos por Barragens e ONGS, falta de mão de obra nos picos do empreendimento... Enfim como explicar para quem não tem vive em barragem que um dia de máquinas e trabalhadores parados, quando se tem uma rotina de 24 horas ativa em troca de três turnos, significa um mês de prejuízo; que uma semana se transforma em seis meses de atraso?!
Espero que como ocorreu tardiamente no Mensalão, a Operação Lava Jato penalize os criminosos sem afetar instituições como Correios – pois afinal este órgão centenário nunca mais foi o mesmo pós-Mensalão. Espero que a Petrobrás resista. Caso a Eletrobrás e demais empresas irmãs do setor tenham sido envolvidas na Lava Jato consigam sobreviver a mais este caso de corrupção.
Não quero apontar culpados, nem partidos, nem seus representantes, quero a roupa lavada aqui internamente no Brasil, justiça feita sem interesses eleitoreiros da posição ou oposição, e que milhares de famílias brasileiras não paguem novamente pelo pecado alheio!
Peço demais?!
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