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Gente de Opinião

Viviane Paes

Quem não teve Educação não faz Gestão



A educação realmente começa em casa. A Educação no caso sinônimo de bons modos. Na verdade, ela inicia quando ainda somos considerados bebês e ensaiamos as primeiras palavras. Não é à toa que aprendemos – normalmente, a dizer, por favor, e obrigado. São estas palavrinhas que levaremos para toda vida adulta e que facilitará o convívio com outros tão educados, ou não.

O que isto mesmo tem a ver com o título deste artigo?! Geralmente desenvolvo meus textos semanais conforme acontecimentos na minha vida, tema da atualidade, do setor elétrico, meio ambiente e alguns outros. E este não poderia ser diferente. Nos últimos dias presenciei situações no meu trabalho e no “quintal alheio”, que refletem a consequência da falta de educação e a lógica ausência de tato na maneira de lidar com pessoas, a famosa gestão!

Antes eu era daquelas que considerava alguns treinamentos e cursos voltados para o crescimento do profissional e da pessoa como algo desnecessário. O Tempo provou o quanto estava errada, felizmente, e tive humildade para reconhecer e mudar atitudes que criavam conflitos com colegas e barreiras com os chefes – líderes.  Mas, também devo confessar que meu primeiro contato com o tema aconteceu em um lugar muito fácil de adaptação, a estatal do grupo Eletrobras, Eletronorte.

Nesta empresa você é admitido como estagiário ou concursado passando por treinamentos de relações interpessoais, procedimentos e brifieng para mais adiante ajudar nos momentos das auditorias de Excelência Empresarial e das normas de toda família da ISO - uma rede de institutos nacionais de padronização de 157 países tendo o critério de um membro por país, com um Secretariado Central em Genebra na Suíça, que coordena o sistema.

Então, para a profissional que sou e ainda tento ser - que buscou uma pós-graduação na área de Comunicação para ajudar na carreira, pois só a formação de jornalista não era suficiente para lidar com processos e procedimentos da Eletronorte, e também investiu em um curso no exterior para minimizar esta fraqueza é difícil aceitar como normal o que ainda testemunho no ambiente corporativo.

Ah sim, lógico não posso deixar de citar que estes cursos me deram o famoso Know-howpara atuar como consultora e analista de Comunicação em multinacionais do setor elétrico como Odebrecht e Andrade Gutierrez; trabalhar em empreendimentos como Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira e a Usina Hidrelétrica Belo Monte. Sê lá atrás em minha carreira de assessora de comunicação na Eletronorte eu não tivesse mudado de atitude e hábitos nada disto seria possível.

Refletindo para iniciar o artigo – percebi que geralmente os profissionais que tem dificuldade até de utilizar a palavra gestão, não são pessoas muito educadas...

Comecei relembrando pequenas atitudes do dia a dia: a ausência do cumprimento diário, a arrogância no trato com colegas de trabalho que estão em funções como serviços gerais e atendimento; a falta de elegância – como diz Sandra Annenbergue, ao gritar em uma sala ao invés de levantar e chamar que está próximo; comer na mesa de trabalho e não limpar a deixando cheia de copos sujos; “filar” o lanche dos colegas sem ter contribuído... Enfim, devem ter reconhecido alguns assim, não é mesmo?

Quando eu era criança meus pais me diziam sempre: não é porque todos estão fazendo que seja o correto! É assim mesmo. Sabe aquele chefe mesmo – que gosta de ser chamado desta denominação arcaica, condenável e pejorativa até para quem passa por cursos de MBA e outros do gênero?! Pois é, ele não deve ter sido uma criança muito educada. E nem culpo os pais deles, pois sou mãe e nem sempre consigo fazer meus filhos adotarem minhas recomendações.

O líder – este profissional almejado por todas as boas empresas hoje em dia, aquele que não manda, pede; que orienta, não grita nem ameaça; que incentiva o crescimento profissional e pessoal, não te humilha e assedia moralmente; que cria oportunidades e não dificuldades, a este ser existe, acreditem. Tive alguns nesta vida, graças a Deus. Por isso é muito difícil assistir algumas situações e não ser sentir nada.

Sabem um profissional despreparado em uma função gerencial, de coordenação ou supervisão pode e é na maioria das vezes, responsável pela má reputação de uma equipe e de uma empresa inteira. Primeiro porque só ele quer e pode aparecer, segundo por não “vestir” a camisa do local que trabalha e não ligar para a consequência disto na vida dos demais colegas; terceiro por não saber lidar com o cliente que paga seu salário, seja diretamente ou em forma de impostos, no caso de serviço público.

Enfim, até da vontade de pegar um livreto de Stephen R. Covey – Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes e emprestar ou dar para estes colegas... Desisto na metade do pensamento. Isto seria tomado como uma ofensa de altíssimo grau, pois estes não profissionais do mundo da Gestão 2.O são muito sensíveis às críticas. Eles até podem fingir que estão ouvindo você, no entanto irão processar o ocorrido como uma tentativa de puxar o tapete... E aí já viu, o que isto pode gerar.

Qual seria então a atitude correta?! Acredito que tenho feito o mais fácil, mudar minha atitude, criando hábitos tão eficazes que no máximo consigo visualizar esta situação dar sugestões de melhorias e esperar. Quando percebo que nada vai mudar, mudo eu – não de personalidade ou de postura profissional; mudo de organização e sempre para melhor, porque acreditem o bom trabalho é reconhecido sempre! Meu conselho: façam o mesmo!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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