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Viviane Paes

Será que o casamento é uma instituição falida?



Adão e Eva. Assim, curto e grosso seria minha resposta sobre o primeiro casal da humanidade! Na Bíblia está registrado no Gênesis, do Antigo Testamento. Bem sabemos como termina a história cristã, mas é bom relembrar: este relacionamento sofreu influências negativas de tal cobra – não, por favor, eu não estou pensando em nenhuma sogra, pois as que tiveram durante alguns namoros foram muito bacanas no geral...

Admito que não tive cabeça para estudar sobre os últimos escândalos da política brasileira afinal, estamos revivendo acontecimentos isto já desanima qualquer articulista. Depois como estava em clima de bodas de Ônix ou Seda, melhor dizendo 12 anos de casamento, a visita de meu pai e as festividades normais do período Natalino e um deadline apertado fui bem objetiva: era isto ou nada.

Estudei o tema como faço antes de iniciar qualquer escrito e viajei no tempo mesmo. A denominação casamento vem do Latim Casamentum – terreno com habitação instalada. Tudo a ver, não é à toa que surgiu a expressão: “Quem casa quer casa”...

Para a Antropologia: “o casamento apresenta algumas características universais como ser reconhecido pelo grupo social a que pertence às partes envolvidas, perpetuação da espécie através do fornecimento de herdeiros e cuidados com a prole, fortalecimento de vínculos psicológicos, afetivos, financeiros e culturais dos indivíduos e se constitui como célula da sociedade a qual pertence os indivíduos envolvidos. Além de outros fatores não menos importantes como a certeza de um sexo seguro, garantias de uma paternidade legitima e regulação da sexualidade humana”. Até parece que o casamento tem garantido esta certeza de paternidade e a fidelidade então é melhor deixar quieto...

No Brasil a instituição casamento já esteve em alta e em baixa. Desde o início de nossa história até meados do século XX o casamento era o bem mais desejado por qualquer moça, fosse de origem rica ou pobre, fosse de família ou mesmo de vida fácil. O motivo? Herdeiros de uma cultura europeia religiosa e tradicional onde a mulher é vista como reprodutora (mãe), esposa, dona de casa.

A partir do final do século XIX, com a introdução, no Brasil, do Capitalismo e a consequente procura por mão-de-obra as mulheres foram pouco a pouco buscando novos horizontes e o casamento já não era mais encarado como a única alternativa digna. A mudança dessa perspectiva do casamento como filosofia salvacionista das mulheres, se deu mais fortemente após os anos 1950 e 1960, com a difusão do movimento feminista no Brasil. Graças a Deus, né meninas!

Segundo dados apresentados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – No ano de 2003 houve uma recuperação no número de casamentos no Brasil e as estatísticas igualaram-se às de 1993. Foram realizados em 2003, “748.981 casamentos, representando um retorno ao patamar de 1993 (745 826)” (IBGE). E aqui não entram os casamentos consensuais que ainda não são mensurados pelo instituto.

Minha curiosidade ilimitada descobriu diversos tipos de casamentos pelo mundo: - Avuncular:de sobrinha com seu tio materno.
Bilateral: entre primos cruzados bilaterais, ou seja: casamento do filho ou filha da tia com filho ou filha do tio.
Matrilateral: Casamento com a filha do irmão da mãe
Patrilateral: Casamento com filha de irmã do pai.
Branco: Aquele em que não foi concebido o ato sexual.
Civil: validado por um juiz.
Religioso: celebrado na presença de uma autoridade religiosa, e que em alguns países tem efeito jurídico.
Nuncupativo: celebrado oralmente, sem mais formalidades que a presença de seis testemunhas, por haver motivo que justifique a imediata realização do ato.
- Putativo: nulo ou anulável, mas contraído de boa-fé por ambos os cônjuges ou por um só deles.
- Polaco: celebrado entre colonos poloneses, ou seus descendentes, que dura no mínimo três dias, com muita dança e comida farta, quando os noivos angariam dinheiro por meio de várias brincadeiras.

Sou filha única, fruto de um casamento que só terminou com a morte de minha mãe aos 35 anos de bodas! Coisa não muito rara para os casados na década de 70 como meus pais. Na minha época, como bem diz meu filho, raridade é ultrapassar uns 12 primeiros meses. E aí nem mencionou o das ditas celebridades que duram um flash de smartphone e uma postada no Facebook!

Sempre dizemos que o casamento é uma instituição falida é isto me recordou um comentário de um amigo sobre esta questão. Ele me dava conselhos: “Vivi sê a pessoa não gosta de você o suficiente para reconhecer para seus pais, os deles e as pessoas te cercam que vocês estão unidos, em um relacionamento sério casando, só morando juntos é afirmar: não tenho muito certeza do que está acontecendo, ele não te ama”! O comentário perfeito veio de uma pessoa admirável como profissional e pessoa, o hoje professor universitário Jorge Peixoto. É lógico que demorei a entender a profundidade do conselho, afinal estava apaixonada.

Na semana da comemoração dos meus 12 anos de casamento – tenho que enaltecer mesmo, pois para chegar até aqui percorremos um longo caminho de crescimento, aprendizado, de ceder e não ceder no orgulho, de aceitar ou não as imperfeições que possuímos; de entendimento e de parceira. O dolorido – não nego, é pensar que tudo que passei com meu esposo, amigo e parceiro são situações que se repetirão. As boas, Ok, são bienvenidas, as más – Senhor dê-me forças para suportar o que não posso mudar...

No meio do caminho afirmo que encontrei um parceiro, minha metade da laranja. Não somos iguais alguns casais são, ao contrário mais Norte e Sul impossível! Só posso afirmar que compensa investir nesta instituição quando vejo nosso maior patrimônio: um casal de filhos inteligentes, educados, amorosos cada um a sua maneira e muito eu e ele... Por tudo isso ainda pode afirmar que acredito no casamento e você?!
 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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