Domingo, 2 de março de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Leo Ladeia

Política & Murupi - A difícil tarefa de transferir votos


Política & Murupi - A difícil tarefa de transferir votos - Gente de Opinião
Política & Murupi - A difícil tarefa de transferir votos - Gente de Opinião

Não importa a avaliação positiva e o legado do prefeito Hildon Chaves após duas administrações de sucesso em Porto Velho. Na hora do voto impacta e agrega, mas o eleitor ontem estava votando noutra pessoa, como votaria noutro nome que por acaso ele indicasse. Para ser justo Hildon Chaves e aliados se aplicaram para definir a eleição logo no primeiro turno. Mas o voto é personalíssimo, ainda que boa parte dos votos que levaram a candidata Mariana ao segundo turno são fruto do legado do prefeito Hildon. Transferir votos é uma pedreira, que o diga Cassol.  Mariana e Leo Moraes vão encarar outra eleição e agora sozinhos, sem a ajuda daqueles candidatos a vereador que estavam ao lado dos dois fazendo o papel de cabos eleitorais. Os dois terão que manter para esta nova eleição os votos que foram obtidos e garimpar os quase 30% dos votos restantes que ficaram divididos entre os eleitores que queriam Célio, Euma, Benedito, Frota ou Samuel. É a caça ao tesouro com o mapa revelando onde está o ouro e a mina. É disso que se trata.  

1.1-       O “X” ausente da eleição brazuka

Política & Murupi - A difícil tarefa de transferir votos - Gente de Opinião

Se você acreditava que algum ministro em defesa da democracia iria refrescar para Elon Musk & Cia permitindo que a plataforma “X” informasse o resultado da eleição no domingo, pela empresa banida da Terra Brasilis, desculpe a franqueza maluco, mas seus neurônios estão fora da lógica e órbita brazukas. O “X” por seus interpostos representantes liquidou as multas, pagando no caixa errado. Lembrei até da Lavajato e a história do CEP curitibano errado. Difícil de explicar, mas fácil de entender: Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal são parte, mas não um conglomerado financeiro. Têm nomes, endereços e acionistas diversos, ainda que a União seja a administradora dos dois. É bem diferente do “X” e da Starlink, duas empresas que têm nomes, endereços e acionistas diversos, inclusive Elon Musk, ainda que ele não seja o administrador de ambas que aliás têm objeto e negócios distintos e que em comum têm Elon Musk, o “cabra da peste” que achou possível encarar o sistema brazuka. Como se vê é tudo igual, mas muito diferente e a razão é simples. Por serem associadas mesmo não constituídas de fato como um grupo, pressupõe o colegiado do STF e não só um ministro, que sejam a Starlink, X, Musk e Dra Rachel um só rolo de cobra. Assim, quem pagou as multas no lugar errado cancela e faz no outro local até como aprendizado. E onde? Basta olhar as logomarcas. Uma é azul e a outra é amarela. Elon Musk que sabe fazer foguete que dá ré, nunca vai entender o sentido da frase “o Brasil não é para amadores”. Mas sabe que aqui “o buraco é mais embaixo” e que “o sistema é f(*)oda parceiro!”

1.1-       Saudável renovação na Câmara de Vereadores de PVH 

Política & Murupi - A difícil tarefa de transferir votos - Gente de Opinião

Salvo raras exceções, o povo aplicou o corretivo democrático negando a reeleição  quem pouco ou nada fez na Câmara de Vereadores da capital na legislatura que finda. De 19 vereadores, só irão permanecer por mais um mandato, porém com o aviso implícito de que ao final de 4 anos serão de novo avaliados junto aos 15 novos que comporão a nova formação da Câmara. É um bom emprego. O salário, pago no dia certo, acrescido de verbas extras é acima da média para um trabalho que consiste em encaminhar proposições, analisar projetos e fiscalizar o que faz o executivo, que é frequentemente relegado como foi nesta legislatura. Não tenho anseios. Ulisses Guimarães disse: “Se você acha esse congresso ruim espere o próximo”. Tenho reservas quanto a alguns nomes que permaneceram e a alguns que iniciam. Aqui em Porto Velho a população ainda é pequena. Somos poucos, mas as redes sociais são muitas e mostram tudo sem filtro. Zé de Nana diz: “quem é da tribo, mas não conhece o cacique nem o pajé, da tribo não é”. Porto Velho é a nossa tribo. O povo é ligado. Vê, sabe e julga tudo que ocorre. Não se enganem.  

1.1-       A palavra tem força e o pau que bate em Chico...

Política & Murupi - A difícil tarefa de transferir votos - Gente de Opinião

Em 2010 na campanha da Dilma, Lula disse: "...Luiz Henrique, pensei que ele ia mudar, mas trouxe o DEM que nós precisamos extirpar da política brasileira". O DEM mudou o nome mas vive. Na época do mensalão e petrolão falava-se da morte do PT, mas a política não é matemática. Nem o direito. Um “erro de CEP” e “tudo que se foi não é”, cantou Lulu Santos e Lula reabilitado dá continuidade a tudo que fez ou não fez como dantes. O PFL, virou DEM que hoje é União Brasil e abriga o herdeiro do pefelista ACM, Toninho Malvadeza, sem perder a ideologia liberal. Aliás, a sua última alteração foi a fusão com o PSL-Partido Social Liberal. Já o PT seguiu um outro caminho e depois de expurgos que resultaram na criação de partidos satélites, continuou na mesma toada e hoje assiste, talvez de forma definitiva, o começo do seu fim. O PT fez e numa aposta alta e muito boa vontade, pode fazer apenas 4 de 26 capitais: Cuiabá, Fortaleza, Natal e Porto Alegre, mas vai ser preciso remar muito. Lula não tem sucessores e ninguém cresce à sua sombra. A possível salvação do PT é São Paulo com o seu puxadinho Psol. Claro  que o PT tem uma narrativa de que o foco desta eleição eram as cidades menores. Se era esta a ideia, não funcionou. Dizem que praga de defunto pega. Será praga do falecido Jorge Bornhausen do ressurrecto DEM? E seguindo a máxima de que a palavra tem força, “o pau que dá em Chico dá em Francisco”. Pois é, está dando.

02-    Penúltimo pingo  

Política & Murupi - A difícil tarefa de transferir votos - Gente de Opinião

Para o bem ou mal de São Paulo, Pablo Marçal está fora da disputa para prefeito, mas traz 1.710.958 votos e tecnicamente ficou embolado com Nunes que disputou a reeleição e Boulos. Marçal deu um nó na cabeça dos adversários, imprensa e establishment usando só a internet. Filiou-se a um partido nanico mas já é a figura da direita brazuka e vai, é o que diz, continuar levando sua bandeira caótica sabe Deus até onde. Considerando sua personalidade anárquica e anti qualquer coisa, Marçal deverá continuar andando com um alvo posto pelo sistema em suas costas por representar o louco, aquele que pode acender o rastilho do que mais teme a velha política que é a “voz rouca das ruas”. Atribui-se a Nietzsche esta frase que é suco de Marçal: “Aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música”. Marçal é goiano, rico, empresário, religioso, famoso, lidera um grupo com 19 vertentes lucrativas que fatura mais de R$ 400 milhões e resolveu entrar na política lançando-se candidato a prefeito de São Paulo sem tempo de TV e rádio, usando as redes sociais. Insano aos nossos olhos é certo, mas se resolver apoiar o Nunes é bom não perde-lo de vista.   

03-    Ponto final

Política & Murupi - A difícil tarefa de transferir votos - Gente de Opinião

Dona Carmem Lúcia disse neste fim de semana: “As urnas eletrônicas são seguras, auditáveis. Tudo o que se faz é com transparência absoluta.” Zé de só repetiu o que vem dizendo faz tempo: “Pois então, se é assim tá certo”.

leoladeia@hotmail.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoDomingo, 2 de março de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Uma excelente ação de governo

Uma excelente ação de governo

Nascido em 2008 com Roberto Sobrinho, o projeto vestibular municipal virou ação de governo para estudantes de baixa renda que não acessam cursinhos

Do palanque ao picadeiro

Do palanque ao picadeiro

Depois de se livrar da cadeia com a esquisita e providencial mudança de rumo nos processos e após a “ixpetacular” vitória sobre o Biroliro, coisa nu

Sem paraquedas

Sem paraquedas

A “primeira cumádi” pediu e o Grande Líder a mandou num rolê internacional, tudo pago no cartão com assessores e até um dos quase 40 ministros. É ca

Quem sobreviver verá?

Quem sobreviver verá?

E segue o sarau trazendo uma lição que se aprende com muito sacrifício: “não empregue quem não possa demitir”. O outsider eleito na esteira da aprov

Gente de Opinião Domingo, 2 de março de 2025 | Porto Velho (RO)