Quarta-feira, 3 de janeiro de 2024 - 17h34
Passados
os fogos, drones, a euforia acompanhada da velha ressaca do réveillon, o Brasil
apura o saldo fecha as contas e verifica que assim como nos outros anos a LDO,
o orçamento e o balanço contábil são como sempre foram, peças de ficção.
Cadáveres fiscais e/ou financeiros insepultos e antigos esqueletos são postos
em armários alguns na rubrica “Restos a Pagar” e outros sem quaisquer rubricas para
serem exumados pelo próximo mandatário ao anunciar num tom entre o bravo e o solene,
que recebeu uma herança maldita. Isso ocorre de quatro em quatro anos desde que
FHC passou a faixa presidencial para Lula, quando há alternância de poder, o
que exclui interrupções óbvias para o segundo mandato do Lula e da Dilma
Roussef, defenestrada depois de acidentes de percurso, para que se juntassem os
cacos da malfadada “Brasil Pátria Educadora” e sua contabilidade criativa. É
muita grana gasta para não obter um resultado confiável. Lembro-me do velho
contador na Bahia que faltando pouco tempo para entregar o balanço de uma
repartição pública e mantendo-se uma diferença não localizada entre o ativo e
passivo criou uma rubrica inexistente no Plano de Contas e lançou a diferença como
“Interferência Financeira”.
Sabemos
que o orçamento público nasce a partir das demandas do governo, ou seja, das
despesas e não das receitas e aqui começa o rolo e a possibilidade – sempre
confirmada – de rombo orçamentário. As receitas são um exercício de futurologia
que não guarda nenhum senso de racionalidade – sempre – com o que vai ou pode
acontecer. É como um jogo de dados ou roleta. Tendo sido enfim, acochambrado e
cada poder, para-poder, ministérios, partidos, senadores, deputados ficado com
uma parte da fanta$ia é chegada a hora do presidente meter caneta tesoura e com
a navalha do Ministério da Fazenda cortar a cabeleira revolta, apara as pontas
com contingenciamentos e abrir espaço para votações de leis e MPS que funcionam
como gazuas ou chaves michas para distribuir o leite da viúva de forma
dissimétrica.
E os
rapapés começaram com vetos presidenciais que, segundo o relator Danilo Forte, “afetam
o grande objetivo da LDO que é previsibilidade, transparência e execução do
Orçamento Federal”. Ao observador atento, o pepino são os programas sociais do
governo de um lado e o cronograma de emendas imposto aos ministérios e vetado
por Lula. Sem o domínio da fatia de recursos para os programas como o Minha
Casa, Minha Vida, principalmente em ano eleitoral o “bagúio ficou loko” e
acendeu o Lindbergh Farias que criou a figura do “golpe orçamentário” dado pela
CMO – Comissao Mista de Orçamento. E como gosta da palavra golpe a “tchurma do
primário malfeito”. O Legislativo advoga o interesse em “destinar recursos às
vias e municípios, como forma de ampliar o escoamento produtivo e permitir a
destinação de recursos a entidades sem fins lucrativos para a conclusão de
obras públicas”. É risível e como se pode ver nada há voltado para a população,
eterna fornecedora compulsória via imposto do caixa do governo.
E
sobre contabilidade criativa Rondônia deu um exemplo de bom viver e de um acochambramento
que já se tornaram uma tradição. Como o orçamento é uma peça de ficção, parte
das despesas lançadas não se realizam e então as sobras são anunciadas como sendo
a economia que os nobres deputados fizeram durante o ano o que é uma outra figura
de mágica contábil fantasiosa. No apagar das luzes a Assembleia Legislativa
devolveu ao governo, “fruto da economia que fizeram os parlamentares
comprometidos com a causa pública”, um checão simbólico no valor de R$ 30
milhões, com a recomendação de que o recurso seja utilizado na recuperação de
estradas estaduais para transporte da produção agrícola rural pelo DER. É o
tipo de ação bem inventiva para um ano eleitoral pois o produtor rural e até a população
ficarão com os dentes expostos- quando ou se existem - e sorrisos abertos de
orelha a orelha. E os deputados atuarão com parceiro preferencial, o DER,
indicando detalhes que apenas eles conhecem e só a eles interessam, como sejam,
o lugar onde o benefício e a obra irão ocorrer, qual o prefeito e os partidos
serão atendidos e acreditem por ser a mais pura e cristalina verdade que ainda que
nenhum deputado se preocupe com isso, afinal o mais importante é atender o
clamor do povo, o resultado é um caminhão de votos que cairão dentro das urnas
na próxima eleição. Isso lembra o lema dos donos de motéis e prostíbulos da
época da “sexual freedom”: “Viva a liberdade sexual. Traz prazer por um lado e
enriquece por outro”.
É isso
aí. E depois desses acochambramentos será a vez da tentativa de se entender a
reforma tributária, de domar o touro bravo do rombo nas contas públicas e
rififis eleitorais. Na pauta a pacificação nacional, mas aí são outros
quinhentos e depende de como o “des-golpe” de 8 de janeiro será visto para a
frente.
2-O ÚLTIMO PINGO
Um baita refresco para a “tchurma
do eu pago no cartão”. Os juros cobrados para atraso no pagamento não pode
ultrapassar o valor da fatura que está sendo cobrada. Exemplo: no caso de
débito em atraso no valor de R$ 100,00 a fatura será de no máximo R$200,00. Mas
a decisão de usar o cartão de crédito como parte integrante e complementar da
sua renda é sua. Você faz a escolha e depois aguenta o tranco.
3-PONTO FINAL
O estado desorganizado está
abrindo espaço para o crime organizado. A facçã criminosa Comando Vermelho está
na Amazônia ampliando sua atuação. Além de drogas o CV está operando no garimpo
e no comercio ilegal de madeiras. Pobre Amazônia tão rica e seus habitantes
condenados a perecer nas mãos de criminosos legais - ONGs - e ilegais como o
Comando Vermelho. É triste...
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