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Leo Ladeia

Política & Murupi - fenômeno Marçal I


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Do sempre antenado Ricardo Kertzman recolhi partes do artigo publicado em O Antagonista na busca por entender um fenômeno político. Pablos do Brasil merecem estudos como o caso do(a) cantor(a) “Pablo” e o já autoproclamado prefeito de São Paulo no primeiro turno, pelo rolo que causou na campanha eleitoral. Kertzman sugere-nos uma linha instigante: ”A razão de ser de Pablo Marçal, em grande medida, é Lula. Ou Boulos. Ou qualquer um que tenha poder e faça péssimo uso dele. É a política, estúpido! Ou a má política – sim, existe a boa, ainda que rara. A Justiça eleitoral, a pedido de Tabata Amaral, suspendeu a campanha (ilegal) de Marçal nas redes sociais – com razão -, e a consequência será ainda mais engajamento a seu favor. Eis a dificuldade de combater esses tipos. Talvez a solução seja uma espécie de Procon eleitoral. Um programa que proteja as eleições e os eleitores de gente como Marçal. O diabo é que teria de proteger, também, de ladrões. E de falsos propagandistas. E de mentirosos. Ou seja, de 90% dos políticos do país. Só um código eleitoral muito sério e rígido seria capaz de organizar as campanhas. O diabo é que, para isso, precisaríamos de gente igualmente séria e rígida no Legislativo”. Meu analista para assuntos proto-políticos-aleatórios, Zé de Nana, fez um corte profundo “Cada povo tem o político que elege e é muito fácil: basta escolher um boné e depois vestir a carapuça”. 

1.2-       O fenômeno Marçal II

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Para mim Datafolha e uma nota de “trêrreaus” tem valor igual assim como a maioria dos institutos. Não que a metodologia científica mas pelos recortes que tem a anuência dos institutos que até poderiam reparar, mas preferem manter pelo valor aju$tado, se me fiz entender. Mas dou o crédito e não o voto de confiança à pesquisa do Datafolha de 22 de agosto: Marçal cresceu sete pontos, Nunes caiu oito e Boulos comeu o que caiu do Nunes. Bolsonaro que aposta no Nunes sentiu o golpe e partiu para fritar Marçal que revidou com um contragolpe pra mostrar que “se a farinha é pouca, meu pirão é o que sai primeiro” e aí ligou o modo “maluco beleza” cobrando Bolsonaro and family. “Coloquei 100 mil reais na sua campanha pra presidente, te ajudei nas estratégias digitais, fiz você gravar mais de 800 vídeos no Planalto. Entrei na lista de investigados da PF por te ajudar”. Na política a traição é aceita, mas o traidor não. E no caso, quem traiu quem? Pelas redes sociais onde Marçal impera, a cobrança dos bolsonaristas contra o capitão surgiu, cresceu e com ela a dúvida se instalou: Bolsonaro e direita são a mesma coisa? Quem está com o Nunes que não reza a mesma novena, segue o capitão. Rifado, Marçal que domina as redes agrega a direita mais radical. O capitão quer transferir votos, mas Nunes é um fiasco. Como culpar o vendedor que perdeu a venda se o produto que não agrada? A saída pode estar nas mãos do Waldemar... 

1.1-       O fenômeno Marçal III

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O que é bolsonarismo? Onda, moda? E Bolsonaro? Mito? O brasileiro comum menos os 30% lulistas buscavam outra praia, insatisfeitos com o rumo político do Brasil. Alguns se bandearam para o PSDB que parecia o anti-PT, mas o tempo mostrou que os dois partidos eram irmãos que se odiavam, mas faziam negócios. Surge o bolsonarismo como movimento de brasileiros expurgados da política, de ideias conservadoras, cultivando pautas de costumes, saúde, educação, segurança pública, oposição forte anti-aborto, presos em casa e vendo a escalada da violência por trás dos muros. A Lavajato foi a esperança e Bolsonaro encarnou o político que poderia dar voz a esse grupo que pouco sabia sobre esquerda e direita vivendo pelo certo ou errado. Virou o líder com seu jeito troglodita de enfrentar o que o brasileiro comum rejeitava. Marçal que era “gado bolsonarista” como apelidou a esquerda está hoje em outro caminho e pelas redes sociais está buscando gado novo e juntando o gado disperso e Bolsonaro ficou na berlinda. Brigou com e sem razão e no 8/1 quem foia Brasília se sentiu traído por ele e pelo Exército, que não teria como dar o golpe, mas conviveu com ideia de que poderia. Outro ponto negativo é a ligação estreita com o Centrão. Não vejo em Marçal atributos para se tornar “a estrela da direita”, mas o maluco usa como poucos suas discutíveis armas.  

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1.4-       Ex-Povel 

A Expovel foi sucesso de público e os sertanejos Bruno e Marrone coroaram o evento numa parceria envolvendo o Governo e a Assembleia Legislativa. Claro que mesmo com portões abertos há reclamações de preços da comida e atrações, mas é normal pois o problema não são os preços e sim o que se convencionou chamar de custo de vida ou caso prefiram algo mais técnico “o poder de compra corroído pelo efeito inflacionário do Brasil”. Gostei do que vi, não sei quanto custou, mas não foi barato. Achei competente a empresa Porto Maria que pelo visto foi a peça fundamental para o evento e novamente lastimei o que ocorreu à época em que era governador o Sêo Confúcio. As estruturas do antigo Parque dos Tanques algumas precárias, outra boas e muitas até particulares foram ao chão. Parte do terreno foi invadida e outra parte cedida para atividades equinas e vaquejadas, ambas particulares, sem que nada fosse reconstruído. Virou terrenão baldio. A decisão de destruir o que havia, aliada a proibições sobre a cavalgada, trânsito, etc. puseram fim à festa da ASPRO e a Expovel virou Ex-povel. A estrutura de barracas, toldos, etc. deve ter sido paga pelo povo que via antigamente nas baias construídas pela Associação de Criadores de Rondônia-ACER animais variados de raça, mostrando o nascente agronegócio. Da Expovel ficou o nome. Até o recurso que era público e privado ficou somente público. E aí? Pense sobre o tema.

1.5-       João Paulo II – o paradoxo do bom atendimento 

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Por aqui a guerra entre facções, ferimentos à bala e os acidentes de trânsito que não arrefecem, têm posto à prova a única porta para emergência em saúde, o JPII. É por ali que o povo consegue o atendimento que não obteve nos postos de saúde ou quando precisam da atenção emergencial por motivos variados. Para lá vão os que mais precisam e menos possuem com a certeza e esperança de que serão atendidos. A estrutura física do JPII já está “sambada”, mas ele é ”a providência divina para os desvalidos”. O Corpo Clínico do JPII entrega acima do previsto, mas não há no horizonte a curto e médio prazos uma solução ao menos paliativa para torna-lo mais humano. E o horror no JPII não é só entre os pacientes. Médicos enfermeiros, técnicos e atendentes penam no mesmo local de sofrimentos diversos. É triste a falta de atenção. Sinto muito tocar nesse ponto, mas vendo a realização de uma feira – benvinda – em detrimento de solução para o JPII, imagino como se dá a planificação priorizada para as demandas do povo e fico de cara com a Expovel muitos furos acima do João Paulo II. Imaginem e graças a Deus não houve, se ocorresse uma tragédia na Expovel e o JPII fosse demandado para atender? O JPII é quase único. Lá cabem todos, independente de classe cor, e condição social e por isso o vejo como o paradoxo do bom atendimento.  

1.6-   Tá liberado... tá tudo liberado

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Se a moda pega a República Federativa do Brasil vai criar a única democracia marginal com tornozeleira eletrônica e entrar para o seleto livro dos recordes. É o clube da tornozeleira na democracia da bandidolatria. Por enquanto vão fazer parte pelo menos 48 dos 1.406 presos no 8/1 concorrendo nas vagas de 2 prefeitos, 1 vice prefeito e 45 vereadores. É a esculhambação geral da república bananeira. Todos de direita. 14 deles adotaram o codinome patriota 1 deles radicalizou para patriota preso, 16 são do PL do Capitão e o restante está nos partidos Republicanos, PP, Novo, DC, PMB, Mobiliza e até mesmo nas legendas da base de Sêo Lule, o União Brasil e o MDB. Todos, apesar das tornozeleiras ainda não foram julgados ou condenados pelo STF no caso do 8/1 podendo então participar da disputa, podem ganhar e aí pinta um outro imbróglio. Se futuramente forem condenados, a perda do mandato não se dá de forma automática. Para vereadores diz a Constituição que a decisão é do Poder Legislativo. E assim sendo os presos no 8/1 se eleitos só perdem seus direitos políticos após trânsito em julgado, com sentença definitiva sem direito a recurso. Chupa essa jabuticaba aí véio. O Brasil tem jeito não cumpádi. 

1.6-   Último pingo

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A moda agora é apostar em tudo e em todo lugar. Aposto que você não sabe o que significa “bet”. Quer apostar, a frase desde os tempos de criança virou um negócio lucrativo e o governo que adora tungar o mesmo que roubar viu que a taxação é grana no bolso do esperto. Vejam: os tributos da gasolina são de 60%, telefonia 40%, a bets ou casas de apostas só 12%. Pegaleso!

leoladeia@hotmail.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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