Terça-feira, 12 de março de 2024 - 09h33
Quando pensamos no desenvolvimento
de uma criança, devemos lembrar que as fases que o compõem são marcadas por
aprendizados, desenvolvimento físico e também desenvolvimento de habilidades
emocionais. É importante compreender que aquilo que a criança vive em seu
ambiente social marca sua história bem como suas emoções.
Muitas famílias se deparam com a necessidade de
compreender e tratar transtornos ansiosos ou um comportamento ansioso de seus
filhos. Especialmente na fase escolar, muitos são chamados ao colégio e recebem
dos professores ou coordenadores pedagógicos um alerta quanto à necessidade de
buscarem suporte psicológico para seus filhos.
É importante que não sejam colocados
diagnósticos antes de uma avaliação e de uma compreensão global daquilo que a
criança possa estar vivenciando naquela fase de sua vida. Também vale lembrar
que é normal passar por situações na vida como a ansiedade pelo primeiro
dia de aula, a adaptação com os novos colegas de classe, diferenças nas
características físicas e psicossociais entre as pessoas, e até mesmo certas
“disputas”.
Mas, como podemos saber quando uma criança está
passando por um transtorno ansioso? Para isso, existem algumas perguntas a
serem feitas: Há algum prejuízo funcional? A ansiedade está mais frequente,
durando mais tempo e de forma mais intensa? A criança tem evitado estar com
pessoas, nega-se a ir ao colégio ou sair de casa? Come mais ou menos? O sono
fica agitado ou demasiado? Tem tido um desempenho escolar prejudicado?
Além do que citamos acima, a criança apresenta
mais de um sintoma específico, tal como inquietação, agitação, sensação
de nervosismo ou tensão, queixas de dores pelo corpo, "dores de
barriga", ânsia de vômito?
Como está o ambiente em casa? Muitas vezes,
brigas, desentendimentos, perdas, luto, doenças? Estas ou outras situações que
acontecem dentro de casa ou no colégio podem gerar ansiedade nas crianças.
Outros sinais devem ser observados: Tem roído
as unhas? Baixo rendimento escolar? Pesadelos constantes? Falta de interesse
por coisas que gostava? Reações de raiva ou irritabilidade? Tiques ou reações
repetitivas? Será que a rotina de casa e com a família está desorganizada e
colaborando com a angústia dos filhos? A criança passou por alguma doença ou
internação que tenha gerado medo?
Ao notar isso, a quem devo procurar?
Primeiramente, busque o seu médico de confiança, que pode ser o pediatra da
criança, para que, juntos, possam traçar o melhor caminho. Nem sempre será
necessário um medicamento de uso controlado, talvez a psicoterapia poderá
ajudar a criança neste primeiro momento. E quando falamos em psicoterapia
infantil, a família será chamada pelo psicólogo a participar desse processo.
Quanto mais nova a criança, mais a orientação dos pais será um recurso
terapêutico aplicado.
Lembre-se que crianças não falam como adultos,
não conseguem expressar o que sentem de forma clara e objetiva. Se
a situação é notada e acompanhada desde o início, poderemos ajudar ainda mais
os pequenos em suas fases de desenvolvimento posteriores. Cultivar um bom
ambiente, emoções positivas, controlar o estresse, cuidar da alimentação, da
atividade física e dos bons hábitos, como menos telas, ajuda crianças e adultos
a viverem melhor!
*Elaine Ribeiro é psicóloga clínica e
organizacional da Fundação João Paulo II / Canção Nova.
Instagram: @elaineribeiro_psicologa
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