Terça-feira, 2 de novembro de 2021 - 10h51
Converso sozinha comigo nas várias horas que há no dia – um “zum-zum-zum” de falas que parece não ter fim. O que falamos tanto conosco que não somos capazes de dizer? Às vezes, sonhos e ilusões; em outras as falas são conversas duras que nos remetem a angústias, tristezas, ressentimentos, dores e desilusões – amarguras da alma, dores que na alma se encontram; mágoas, conversas intermináveis sobre possibilidades que não foram além das falas silenciosas.
Penso no por que é tão difícil verbalizar essas falas que povoam nossa mente. Não fomos educados para ser; fomos e somos educados para ter, produzir e reproduzir histórias e conceitos que nos limitam a percepção e a compreensão da vida em suas variadas faces. No mundo virtual em que vivemos, muitas e muitas vezes nos pegamos obrigados a postagens para manter o feed de nossas páginas atualizados. É uma obrigação! Precisamos informar ao mundo que estamos conectados com a virtualidade da vida. Em contrapartida, nossa desconexão conosco é abismal.
Fica claro, portanto, que subtraímos nosso ser para investir na louca façanha de virtualizarmos nossa existência. Essas conversas sonoras vão tomando forma em nós e acabam, muitas vezes, por nos destruir – destruir nossa essência, nossa alma sedenta de saber filosófico. Mas o que é isso afinal? Para onde estamos indo nessa andança da vida, que mais parece um círculo vicioso que nos empobrece como seres em busca de evolução? Onde estão as rodas de amigos musicais, amigos de compartilhamento de leituras, de sonhos e utopias possíveis?
Tenho pensado nisso. Pandemonicamente falando, chegou a hora de retornarmos a nossa caverna interior e resgatarmos em nós essa maravilhosa oportunidade de falarmos sobre a vida, suas nuances e as sombras que nos inquietam. Para além disso, penso em Dorothy, com quem mantive e mantenho conversas intermináveis sobre o viver. Do seu balanço no jardim, seus pensamentos voam para a vida, e os meus seguem os dela. Às vezes, penso que nos confundimos uma na outra. Mas o que importa? As mulheres são assim: bichos esquisitos e intensos – tal como a vida.
Ao primeiro gato da minha vida eu dei o nome de Tunder. Uma referência ao desenho animado Tunder Cats. Tunder parecia um tigre e surgiu em minha casa
Olhando as folhas das samambaias pela janela da minha sala eu posso também ver o céu azul e infinito. Em um átimo de segundo uma vida inteira passou e
A rede amanhecia estendida na sala principal; chinelos novos em folha, e arrumados, demonstravam que alguém andou com eles. Fôra papai Noel!!! Sim!!
Quando lembro da minha infância, a mente voa e me vejo sob o céu estrelado do Ceará; sob a luz do candeeiro e das noites que começavam às 17 horas. Re