Quinta-feira, 20 de agosto de 2015 - 08h16
Inócua. Assim se pode classificar, sem muito medo de errar, a operação feita pela Polícia Ambiental em conjunto com a Sedam e a Marinha do Brasil, no Rio Madeira, em frente a Porto Velho, esta semana, na área onde estão balsas e dragas operando e tirando ouro, local que em realidade é uma APA – Área de Proteção Ambiental e na qual a extração do ouro é ilegal.
Para a TV-Rondônia foi uma boa. Trouxe novamente a questão, já abordada várias vezes na Imprensa local, sobre a garimpagem de ouro do outro lado do Madeira, bem em frente a Porto Velho o que, do ponto de vista da Lei é ilegal e, pelo que se ouve inclusive de autoridades ligadas à questão, representa um crime.
Mas talvez esteja alguém se perguntando qual o motivo que leva este Jornal a considerar inócua (*) a operação? Afinal os órgãos citados foram lá, impuseram a lei, apreenderam, prenderam, multaram, então por que imaginar que só valeu a pena para a TV? Muito simples. Tirando a TV, que fez uma matéria jornalística e pode, a partir daí, fazer com que a situação seja levada a sério, para combater efetivamente o crime que ali está acontecendo não se fez nada de mais.
Vejamos: um grupo de balsas e dragas estacionou em frente a Porto Velho, do outro lado do rio, em plena área de preservação ambiental e operam tirando ouro do leito, usando técnicas altamente poluidoras, gerando desassossego para os moradores daquele lado do Madeira e os órgãos responsáveis por proibir que eles atuem vão lá e voltam.
Claro, quem estava trabalhando pulou n’água ou entrou em voadeiras e caiu fora – o que pode confirmar denúncia de moradores de que lá estão vários foragidos da Justiça. Apreensão só de quem estava com o carpete molhado, o que confirma a garimpagem naquele momento.
Mas a grande maioria dos que atuam de forma irregular nem se mexeu. Simples: eles trabalham à noite, quando os órgãos que deveriam exercer o poder de polícia e acabar com o que está acontecendo ali, esses órgãos estão fora do expediente normal. E a despescagem acontece justamente quando a noite cai.
Há, sem qualquer dúvida uma omissão ou um apoio “branco” para que a garimpagem aconteça “no nariz” de quem deve fiscalizar e impedir. Inclusive o que já deveria ter demandado uma ação do Ministério Público, haja vista haver ali uma promotoria do Meio Ambiente.
Agora, fazer operação ali durante o dia é, sem dúvida, gastar dinheiro público à toa, e posar para a fotografia. Afora isso é deixar a ideia de que a Lei, pelo menos na APA, está bem distante de ser aplicada.
Considere-se dito!
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