Terça-feira, 25 de julho de 2017 - 15h05
Frequentemente tenho me deparado com matérias na mídia em geral falando do abuso de drogas em todos os níveis, independente de classes sociais, origem, sexo, orientação sexual, cor, religião.
Milhares de pessoas sofrem, o usuário de drogas e todos a sua volta, pais, irmãos, parentes, empregadores e a sociedade que paga um alto custo com absenteísmo, acidentes de trabalho e de trânsito, justiça, hospitais onde as internações por causas externas, e todo o conjunto que faz o país perder milhões de reais.
O abuso de droga não pode ser visto como uma coisa isolada, privativa de alguns indivíduos, mas um complexo sistema que envolve dezenas de pessoas a cada caso, de forma direta por familiares, empregadores, de forma indireta com custos altíssimos pagos por impostos para manutenção dos sistemas de repressão, judiciais e de saúde pública, no mínimo para citar os custos mais elevados.
O que fazer? – bom, a princípio são familiares que desesperados buscam uma solução ao ente querido, dificilmente os usuários creem ter um problema.
Primeiro é necessário que se desmonte alguns mitos, entre eles saber que a grande maioria de dependentes de álcool e outras drogas, lícitas e ilícitas continuam trabalhando, esses, que é a grande maioria, são os mais complexos casos de identificação sobre o problema, pois ter um trabalho significa a manutenção de um status quo importante na sociedade em que vivemos. Pessoas com emprego, com família, com algum recurso financeiro se escondem melhor das tragédias pessoais e familiares, escondem melhor sua forma de uso abusivo do álcool e das outras drogas.
Ao contrário do que se pensa, aqueles que já se encontram nas ruas, sem emprego, sem família, sem proteção do Estado, cometendo inicialmente pequenos delitos, como furtos, sem vínculo empregatício são a minoria de um iceberg que cresce na escuridão.
O abuso de drogas cresce sempre na sombra, a dependência de drogas é progressiva, raramente alguém demonstra todos os danos no início, mas com a progressão do uso e depois abuso, alguns indivíduos podem chegar à sarjeta física literalmente, a minoria, pois a maioria sofre com mortes prematuras, por doenças associadas, acidentes diversos, mas antes afetam todas as suas relações, familiar, trabalho e a comunidade. Esse é o reflexo objetivo, pais e mães que choram. Filhos e filhas, esposos e esposas que se envergonham do processo de degradação do seu ente querido.
Para os usuários em sua caminhada egocêntrica, o foco dos seus problemas com o abuso álcool e de outras drogas é sempre externo, culpam tudo e todos ao seu redor, porém dificilmente fazem uma observação minuciosa de seus comportamentos abusivos e autodestruidor. O foco será sempre externo, do tipo: bebo por causa disso ou daquilo.
Focar no problema? – Não! - Foco na solução – Primeiro passo fundamental é o reconhecimento do abusador de álcool e outras drogas sobre sua condição e perda de controle quando inicia o consumo. Não há outro caminho, sem esse reconhecimento do abusador não há nenhuma expectativa de recuperação da saúde debilitada.
Ao familiar e ao empregador cabe ser objetivo, o jogo de esconde esconde apenas piora a situação ao longo do tempo, ser objetivo é ser assertivo olhar no olho e citar as situações vexatórias ou falta de compromisso com o trabalho, também buscar ajuda qualificada, sugiro sempre a leitura inicial do Livro: Co Dependência Nunca Mais, de Beattie, Melody, onde orientações significativas podem contribuir com a busca de soluções.
Sobre solução também aos abusadores de álcool e outras drogas sugiro procurar os Centros de Apoio Psico Social, CAPS, entidades públicas existentes em várias cidades, nesses locais profissionais qualificados podem contribuir de forma significativa em orientações focadas na solução.
Recursos também fundamentais são os grupos de autoajuda, destaque para Alcoólicos Anônimos, base de todos os Programas de Doze Passos, em Rondôniaatendem pelo (69) 33217243, eles tem sido a salvação de milhões de pessoas com problemas de abuso de álcool em Rondônia, no Brasil e em mais de 170 países, basta acabar com os preconceitos e ir à busca, há uma infinidade dos seus membros dispostos a ajudar de forma gratuita aqueles que os procuram.
Narcóticos Anônimosé outra “irmandade” baseada nos Doze Passos de Alcoólicos Anônimos e que se ocupam com pessoa com problemas relacionados ao abuso de álcool e outras drogas, que podem ser lícitas ou ilícitas, ajudam a compreender o problema da Adicção, ou seja, a escravidão às drogas e como se recuperar. Todos os grupos de autoajuda são focados na recuperação, pouco se importam sobre os porquês dos abusos, e sim o que se quer fazer de hoje. Em Rondônia NA, como se intitula, atende pelo seu Telefone de Linha de Ajuda, (69)99214-8511, basta ligar.
Familiares podem buscar ajuda também em grupos diversos, entre eles Amor Exigente, em Porto Velho funciona na Igreja de São Cristovão, aos sábados, há os grupos familiares de Narcóticos Anônimos e de Alcoólicos Anônimos, respectivamente Nar Anon e Al Anon, procurem oscontatos nos telefones das entidades acima citadas.
Orlando Francisco de Souza
Ex - Membro do Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas (COMAD - Porto Velho).
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