Segunda-feira, 8 de janeiro de 2024 - 10h05
Dia 8 de Janeiro
de 2023 foi e seguirá sendo o marco da democracia brasileira por muitas
décadas. Há exatamente um ano, o país, recém saído do jugo fascista pela via
eleitoral, enfrentava um violento ataque terrorista na Praça dos Três Poderes,
na capital nacional.
Em ações coordenadas, como se fossem
grupos militares com formação em “Forças Especiais”, terroristas vandalizaram
os prédios, símbolos, histórias e prerrogativas dos três poderes constituídos.
O alvo dos terroristas era o Estado Democrático de Direito.
A resposta institucional foi pronta e
eficaz, primeiro desescalando os terroristas, depois cumprindo determinações de
prisão e confinamento de muitos dos agentes algozes da democracia brasileira.
Muitos sequer foram identificados, algumas lideranças foram apontadas, mas a
lei não os alcançou ainda; outros tantos foram julgados e permanecem presos,
indefesos diante da negativa de usufruírem os benefícios do indulto de Natal.
O choque, a comoção e a indignação
social foram enormes. As cenas de verdadeiro descalabro institucional e
desequilíbrio moral rodaram o mundo, bem como o imaginário do povo brasileiro.
Algumas dessas cenas, inclusive, não podem ser exibidas para jovens e crianças,
tamanha foi a escatologia política do 8 de Janeiro de 2023.
Por outro lado, no 8 de Janeiro de
2024, não apenas as instituições resistiram, como também o Estado Social pôde
conhecer uma refrigeração positiva no âmbito dos direitos fundamentais sociais.
Muito precisa ser feito, por óbvio, no entanto, em pouco tempo, muito já foi
feito.
Passado
um ano dos ataques terroristas contra os portais da democracia e do Estado
Democrático de Direito, a Constituição Federal de 1988 (em sua essência), a
República e a Federação nacional, continuam procurando melhores lastros na
representação e na defesa da soberania popular.
Os arruaceiros (que não são apenas
arruaceiros), os baderneiros (que não são apenas baderneiros), os terroristas
(que, de fato e de direito, são terroristas), presos, com direito a passarem o
Natal e o Ano Novo “vendo o sol nascer quadrado”, terão tempo de sobra (já
tiveram algum tempo) para refletir sobre suas piores ações enquanto cidadãos e
cidadãs brasileiras.
Uma pequena parte desses terroristas
presos aderiu a um programa de punição e de ressocialização (princípio
educativo da pena), algo que se pode definir como Justiça Política
Restaurativa. Comprometendo-se em acordos judiciais/formais a não mais violar a
democracia e as instituições públicas, parte dos terroristas viu-se, ainda,
submetida à realização de cursos técnicos acerca da democracia, da cidadania.
Se isto, no futuro próximo, não surtir os efeitos básicos desejados, os
cursantes voltarão às celas, para o cumprimento integral da pena.
O mais importante, por fim, é que as
instituições democráticas sobreviveram aos ataques terroristas, que o povo pôde
ou pode se identificar com o Estado Democrático de Direito e com a cidadania
democrática e ativa (conforme a CF88).
Nós sobrevivemos do ataque fascista do
8 de Janeiro de 2023 e, um ano depois, aqui nos encontramos, celebrando a
vitória do ano passado e o Ano Novo de 2024, com maior e ainda mais notável
confiança depositada nas nossas consciências, nos nossos atos, nas nossas
respostas e propostas para a cidadania, para o povo brasileiro – especialmente
o povo pobre, negro e oprimido.
A fé pública, a confiança na coisa
pública, na racionalidade e na previsibilidade, porquanto são a natureza
jurídica do Estado Democrático de Direito, seguem sendo nossas divisas e
premissas – como se fizessem coincidir o Renascimento e o Iluminismo num só
dia.
Portanto, se naquele 8 de Janeiro de
2023 nós fomos testemunhas absortas, neste 8 de Janeiro de 2024, nós somos
portadores, porta-vozes e propositores do Princípio Ativo do Estado Democrático
de Direito.
É com o espírito republicano, assim
como o Iluminismo celebrava o “Espírito da Constituição”, que nós assentimos em
rubricar este documento:
●
Vinício Carrilho Martinez
– Cientista Social/UFSCar
●
Marcos Del Roio - Professor Titular de
Ciências Políticas da UNESP/Marília
●
Bruno Jordachi Frohlicki
– Professor na rede pública/SP
●
Dayane Lopes de Medeiros
– Professora e integrante do Grupo de Estudos e
Pesquisas da Educação em Paulo Freire/UFRN
●
Josenalvo Cerqueira da Silva – Advogado OAB/SP 227.397 - Educador socioambiental - Associação Ambiental e Sociocultural da Serra do Cocho (Tremedal-BA)
●
Elzário Pereira da Silva
– Turismólogo/Rio de Janeiro
●
Sebastião Squirra – Professor da ECA/USP
●
Lucas Gama –
Graduando em Filosofia/UFSCar
●
Walter Gustavo Lemos –
OAB/RO 655-A
●
Marilia Leite Washington
– Professora/UFSCar
●
Ana Valeska Duarte –
OAB/RO 1.290
●
Aldalucia Macêdo dos Santos – Professora de Biologia e integrante do Grupo de Pesquisa
Diversa/UFA
●
Daniel Amorim – OAB/MG
93.404
●
Jucimar de Melo Pereira
– Professor e Educador no Cursinho Popular
Carolina Maria de Jesus/UFSCar
●
Guilherme Salgado –
Ouvidor Municipal de São Carlos/SP
●
Franco Omar Herrera Alvis
– OAB/RO 1.228
●
Sandra Maria Guerreiro Saraiva – OAB/RO 2.525
●
Floriano Lins Anselmo –
Jornalista e Educador Popular na Teia de Educação Socioambiental e Interação em
Floresta/Parintis-AM
●
Manoel Rivaldo de Araújo –
OAB/RO 315-B
●
Édson Silveira –
OAB/RO 7.874
●
Emílio Theodoro Filho –
OAB/RO 6.274
●
Antonia Maria Nakayama - - Professora. Barueri. SP.
●
Regina Elza Solitrenick - Médica
Psiquiatria CRM SP 15 120
●
Roberto Kuppê- Jornalista político
●
Anaide Serafim Silva - Professora do ensino
fundamental da prefeitura municipal de Salvador
●
Maria das Vitórias Nunes Silva Lourenço - OAB/RN 8392
●
Manoel Guimarães Filho- Policial
militar e professor no MA.
●
Antônia Vanda de Paiva - Doutoranda, São Paulo/SP
●
Arquimedes Diógenes Ciloni - professor
Engenharia Civil/UFU
●
Janete Maria Warta - OAB/RO 6223
●
Marcelo De Chiacchio Guimarães - Advogado e
Tecnólogo em Gestão Pública - OAB/SP 142.736
●
Regina Azevedo Miguel, Socióloga,
Executiva Pública no governo de São Paulo. Atelier Arte Pau-d'arco em Paranapiacaba.
●
Jorge Kayano - Instituto Pólis/ SP integrante do GT
Democracia Participativa da Rede Nossa São Paulo
●
Celina Antonia de Aquino - Assistente
Social Saúde SP
●
Joaniro Amancio Pereira - Presidente da
Surep Brasil e integrante do GT Democracia Participativa da Rede Nossa São
Paulo, também Coordenador do Conselho Participativo Municipal Perus Anhanguera.
●
Seiti Takahama coordenador estadual Grito dos Excluídos
Continental
●
Jurandara Coletti - professora magistério
estadual RS - CPERS
●
Maria Teresa de Arruda Campos - psicóloga e
pedagoga
●
Jéssica Maria Frocel Holanda Sales - Advogada OAB 12585/RO
●
João Paulo Ferreira da Silva - Historiador e
Especialista em Gestão Pública.
●
Maria Teresa Augusti - Pedagoga,
Atuante em fortalecimento de Políticas Públicas.
●
Domingos Donato Mendes Leal - Gerente de
Riscos e Seguros - Aposentado
●
Manuel Solla - Professor, dirigente da Luta Final - AP
●
Esilda Alciprete - Advogada/Consultoria, São
José dos Campos, SP
●
Zicleide de Lima - Professora de Ensino
Fundamental -Anos iniciais-Queiroz,SP
e Professora de Ensino Fundamental e
Médio, Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
●
Maria Helena Mesquita - OAB/SP 294.388
●
Thaís Maria de Araújo Pessoa - profa assistente IV curso de Pedagogia,
Universidade Estadual do Piauí (UESPI) Campus Clóvis Moura
●
Marcus Camargo - Licenciatura Plena em Filosofia, Bacharelado em ensino Religioso, Licenciatura em Educação física, Pós graduado
em Es. Em Educação, Pobreza e Desigualdade Social - UFES. Estudante de Direito 5° Período. Professor de
filosofia na Rede Estadual de Educação - SEDU. Direito Executivo - CEEDHES - Comitê Estadual de Direitos Humanos
●
André Gustavo Beck - Professor de Química
●
Fátima Maria de Lima - Professora, UFT/TO
●
Sebastião Monteiro Oliveira - grupo de
pesquisa Paulo Freire e Educação de Jovens e Adultos na Amazônia
Setentrional/UFRR
●
Priscilla Barbosa de Carvalho - Costa, Professora e Especialista, Municipal e
Estadual - Cordisburgo/MG
●
Jaqueline Pelozato - professora da rede pública
estadual/SC
●
José Rubens Silva Lima - professor da
Rede Pública Estadual de Alagoas e Municipal de Maceió, e estudante de mestrado
profissional do ProfEPT
●
Gabriel Longatto Clemente - Doutorando
PPGM/UFSCar
●
Gilberto Antônio de Castro Motta jr - OAB/SP
383 286
●
Margarete Sacramento Ribeiro - Professora de
História. Apesar de ideologias diferentes, RESPEITO É A PALAVRA CHAVE PARA A
VERDADEIRA DEMOCRACIA E ESSENCIAL UM PAÍS LAICO. SÃO VICENTE SP
●
Thereza Arlinda Hughes Guerreiro Costa - Docente
de Psicologia Aposentada da UEFS - CRP03-111
●
João Fernando Costa Júnior - Administrador,
Pedagogo, Mestre em Ciências da Educação, especialista em EAD e tecnologias na
educação. Consultor educacional
●
Felipe Pereira da Silva - professor de
língua portuguesa na Educação Básica Municipal em Cuitegi-PB. Doutorando em
Literatura e Interculturalidade PPGLI/UEPB
●
Rosa Gauditano - fotógrafa, São Luiz do Paraitinga,SP
●
Henrique Antoun - Professor Titular, ECO
UFRJ
●
Fernanda Luiza da Costa - graduanda em
Terapia Ocupacional na UFSCar
●
Ricardo Azevedo - escritor
●
Priscilla Viégas - Terapeuta Ocupacional, mãe
feminista antimanicomial, defensora dos Direitos Humanos e das liberdades
democráticas
●
Wolhfagon Costa de Araujo - doutor em
educação, professor da UEPB, presidente da Academia de Letras de Solânea-PB
●
Laura Cristina Fernandes Palmeira - Professora de
Geografia. Araçoiaba da Serra-SP
●
Prof. Dr. Reinaldo Silva - POLI-USP
●
Sueli Mara Soares Pinto - Professora
Titular da FFCLRP/ECA/USP e Diretora da Comissão Brasileira de Direitos Autoras
e Acesso Aberto da FEBAB
●
Regina Fazioli - bibliotecária e professora UNIFAI /FESPSP
●
Diomício Cardoso Melo - Professor-SC
●
Prof.dr. José Luiz Proença - ECA-USP
A ciência que não muda só se repete, na mesmice, na cópia, no óbvio e no mercadológico – e parece inadequado, por definição, falar-se em ciência nes
A Educação Constitucional do Prof. Vinício Carrilho Martinez
Introdução Neste texto é realizada uma leitura do livro “Educação constitucional: educação pela Constituição de 1988” de autoria do Prof. Dr. Viníci
Todos os golpes no Brasil são racistas. Sejam grandes ou pequenos, os golpes são racistas. É a nossa história, da nossa formação
Veremos de modo mais extensivo que entre a emancipação e a autonomia se apresentam realidades e conceitos – igualmente impositivos – que suportam a