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Vinício Carrilho

Ensaio sobre a anticiência – Direito à Ciência?


Ensaio sobre a anticiência – Direito à Ciência? - Gente de Opinião

Muitos e brilhantes autores e pesquisadores fizeram ensaios magníficos. O gênio de Rousseau o fez sobre as artes, a Ciência e a origem desigual de tudo isso.  Hoje, porque é muito especial o momento em que vivemos, de retrocesso a tempos anteriores à própria Ciência, escreveria algumas linhas diferentes.  Comporia um “Ensaio Sobre a Anticiência”.

Aliás, alguém poderia fazer uma monografia anticientífica. Seria uma pesquisa altamente inovadora no campo, por exemplo, da Ciência, Tecnologia e Sociedade falar sobre a Anticiência: um tipo de antimatéria do pensamento lógico. 

Outros poderiam fazer uma tese ensaística. Eu mesmo já fiz uma, quando não se falava em Anticiência. Porém, hoje, com esse Ensaio Sobre a Anticiência, lendo de modo invertido, estaria eu construindo um Discurso pela Ciência. 

Não quero fazer discursos – embora isso aqui esteja parecendo um. Quero mesmo é fazer um ensaio. E como se trata de um ensaio, não preciso reunir provas. Meu esforço se restringe a reunir algumas poucas falhas de inteligência. 

Nesse ensaio, por exemplo, perguntaria: “O que são provas?” 

Penso que, para essa questão, as respostas possíveis são muitas – incluindo a pergunta sobre o que são provas definitivas.

Pois bem, existem provas transitórias?

Sem observar nenhuma lição definitiva, descreveria o que é o Direito à Ciência. 

A partir disso, eu poderia questionar: “Quais provas podem sustentá-lo?”

Um Ensaio é diferente porque pode trazer apenas uma ideia e muitas perguntas. Podemos até usar poesias, instalações virtuais, músicas e filmes. 

Poderia, nessa perspectiva, perguntar aqui o que Goethe diria sobre a nossa Peste. 

Ou então: “Será que Rousseau escreveu sobre o Direito à Ciência?”

O que nós diríamos sobre tais coisas?

Um ensaio é mais ou menos assim: nós Ensaiamos. Justamente por isso, há algo de muito teatral nos ensaios. 

A Ciência é um grande Ensaio: ensaiamos, erramos e acertamos. 

O Direito, por exemplo, é um Ensaio da Justiça. 

A Humanidade é um Ensaio: nós nos experimentamos sempre. 

A Anticiência, ao contrário, é a negação desse mesmo Ensaio. 

E se a Humanidade também é um grande e infinito Ensaio, negar nossos Ensaios não significa negar a Humanidade?

Gostaria de ler o seu Ensaio sobre o que nós “ensaiamos” conversar aqui.

Quem sabe um dia ensaiamos algo juntos e juntas.

Se eu fizesse uma música, iria copiar Gilberto Gil e sua “Pessoa Nefasta”.  Só que eu falaria das Pessoas Pestilentas…

Minha conclusão inicial, muito breve – porque é urgente – diria que a Humanidade precisa de remédio igualmente urgente para os assassinos de Ensaios. 

“E depois?”

Bem, depois – e não pode ser bem depois –, talvez não haja um depois…

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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