Quinta-feira, 27 de janeiro de 2022 - 11h43
Digo-vos em primeira mão:
“– Pelo fim das cátedras!
– Todo mundo é tudo!
– O céu é o limite!”
(Menos para os limitados, é óbvio)
A ironia final do Brasil precluso nos séculos XXVII-XIX é
que usaram as "críticas" sobre esse suposto "conteudismo"
para retirar qualquer conteúdo relevante da educação – claro, a educação dos
mais pobres.
Os ricos continuarão, eternamente, ensinando e aprendendo
tudo.
Talvez porque tenham lido (entendido) e utilizem Bacon (o
filósofo, não o toucinho):
“ – SABER É PODER”.
Ou seja, para "solucionar" o conteudismo, retiram
o conteúdo.
Já faz algum tempo, não é mesmo?
Agora a tal progressão continuada será absoluta: vamos
todos progredir do zero.
Em política se chama soma zero.
Zero + zero = ?
É o que dizia o proscrito Maquiavel: Belfagor, o
Arquidiabo, que o diga.
Pois, bem, para ocupar o seu lugar foram empoderados os
"doutores generalistas", de forma generalizada.
Para que ciência se não sabemos matemática, não é mesmo?
Por favor, aguardem, o doutor genérico dirá qual é a
"sociologia" que presta.
Sem ansiedade…
Aí, você chega na universidade, sem ansiedade nenhuma, e se
conseguir sobreviver à negação de conteúdo (afinal, a forma é mais importante),
descobre que qualquer docente pode ensinar sociologia:
– com destaque para os que nunca leram um clássico da
sociologia…talvez, sim, algum manual decorativo ou uma dúzia de artigos que
reutilizam há 20 anos.
É melhor não saber o que são as "cátedras", as
noções de especialidades (isto é, conteúdo), porque, assim, o Engenheiro (que
virou suco) poderá ensinar sociologia da educação.
Em suma:
No país revisionista, em que qualquer pessoa se intitula
capacitada às ciências sociais ou da natureza, diremos com muito fervor (irmãs
e irmãos de fé e livres das cátedras do conhecimento):
"– Do pó viestes, ao pó voltarás!"
É mais fácil aprender isso do que o conteudismo de
Lavoisier.
É o pó pós-moderno:
Conteúdo mobile.
Também é a comprovação conteudista de que Darwin estava
absurdamente correto:
há uma poderosa cadeia alimentar…faminta, diuturnamente
operativa.
E assim seguimos, criando "críticos
revisionistas".
Daqueles que ainda perguntam: "– Para que serve a
leitura de Durkheim?"
Se na tal academia generalista não se entende a ironia
desse texto, o que esperar do "Fato Social" que rege a ignorância
nacional?
Veremos de modo mais extensivo que entre a emancipação e a autonomia se apresentam realidades e conceitos – igualmente impositivos – que suportam a
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