Sexta-feira, 28 de janeiro de 2022 - 11h26
Tem aumentado um questionamento sobre o porquê de nada se fazer,
contrariamente aos atos do Poder Público que age contra (nega) a própria saúde
pública.
Por que ninguém faz nada?
Para investigar isso, hoje vamos investigar o próprio Direito.
Isto é, a instância criada para investigar os crimes.
Não se enganem, o Direito não foi criado para bonificar a sociedade, a
justiça.
O Direito foi criado pelo Poder.
Mas vejamos outros detalhes dessa afirmação: "O Direito foi criado
pelo Poder".
Perguntemos inicialmente: Direito é ciência ou não?
É uma ciência - daí falar-se em Ciência do Direito - ou só uma
disciplina axiológica? Ou seja, trata-se de uma coleção constante de axiomas e
aforismos?
A discussão pode ter infinitos caminhos.
Assim, se pensarmos que toda ciência (clássica) precisa, logicamente, de
um objeto, qual seria o objetivo do Direito?
A justiça?
Logicamente que não é.
Pois, se fosse, se a justiça fosse o objeto do Direito, não haveria
decisão, sentença, acórdão, jurisprudência injusta.
O que vemos, faticamente, é a manutenção e o aprofundamento da injustiça
social com a aplicação do Direito.
As exceções a essa lógica só confirmam a regra. Afinal, a Ciência de
verdade não generaliza particularidades. Quem faz isso é a ideologia,
notadamente a ideologia do Direito. Ideologia que, impreterivelmente, volta-se
contra a ciência social que faria, daí sim, a justiça social consumar-se como
objeto da Ciência do Direito.
Como disciplina axiológica, o Direito segue ou não os próprios
Princípios Gerais do Direito. Às vezes segue. Na maioria das vezes não segue, e
o resultado é a incapacidade do Direito em regular efetivamente o próprio poder
que lhe deu origem. Aliás, muito raramente este foi o primeiro objetivo.
Desse modo, como disciplina axiológica, com aforismos, rotinas e
empunhaduras de poder, o Direito mostra-se uma fração do poder dominante.
Minha conclusão, breve, é que o Direito é uma disciplina axiológica
móvel entre os reguladores, executores da política.
A origem do Direito é a política, não é mesmo?
Então, como é que podemos pensar numa ciência, se seu objeto se modifica
de acordo com os jogos políticos?
Seria o equivalente da lei da gravidade se modificar de acordo com a
ideologia do físico ou a dialética ser transposta (negada) de acordo com o mau
humor do filósofo.
Os maus bofes do déspota soberano em nada anulam o fato de que o poder é
o objeto da Ciência Política.
Pelo contrário, só confirmam.
É por isso que nada fazem, juridicamente, judicialmente, contra os
políticos que destinam milhares de pessoas à morte, sob a pandemia.
Também é por isso que o Bem Maior, do Direito (fora do alcance de seus
esvaziados axiomas), não é a Vida.
Aliás, na vida real, o axioma do Direito é a propriedade.
Enfim, nada foi feito até agora porque o poder imperial hoje é fascista.
Daí a correspondência do Direito com o CEP de 600 mil pessoas mortas.
É por isso que o Direito é negacionista, porque se nega a ser insumo da
justiça social.
A ciência que não muda só se repete, na mesmice, na cópia, no óbvio e no mercadológico – e parece inadequado, por definição, falar-se em ciência nes
A Educação Constitucional do Prof. Vinício Carrilho Martinez
Introdução Neste texto é realizada uma leitura do livro “Educação constitucional: educação pela Constituição de 1988” de autoria do Prof. Dr. Viníci
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