Eu não tenho que reclamar dos meus adversários. Não conheço e nem reconheço ninguém como inimigo. Mas, se tiver, também, nunca me deram trabalho. Eles não me fazem pedidos indecentes. Nem me pedem cargos. Nem comparecem para audiências. Nem me aplaudem e nem jogam pedras. E se deles vierem críticas e cuteladas dá para se relevar porque pode acontecer. Se disserem que meu governo é ruim, estão nos seus ofícios de opositores. Porque todo partido de oposição deseja chegar ao poder. E para chegar nele podem cometer algumas faltas. Contrário não justificaria ter partido e nem ser oposição. Na política duas palavras não devem ser pronunciadas: NUNCA e SEMPRE. Mesmo seu maior adversário, um dia, lá na frente, se for o caso, e convier pode ser um aliado. Nem que seja por uma temporada. A isto chamo de efeito ferradura. Como uma barra de ferro, se aquecida, batida, ela pode unir suas pontas. Os extremos podem se juntar.
Agora, meu irmão, o pior mesmo, é o bendito fogo amigo. É o disse-me-disse, puxar a toalha do companheiro e fazer todo tipo de trampolinagem, como sendo figurante de aliado. Aí é de matar. Pra mim, este é o maior adversário disfarçado de anjo da guarda. A este tipo de gente, que está perto e está longe, prejudica e muito o desempenho de um governo. Ele puxa o governo pra baixo. E vive com um sorriso que mostra até os dentes sisos. Esta é a força estranha que nos atormenta a todos, em todos os governos do mundo e quem sabe depois da morte.