Segunda-feira, 19 de abril de 2021 - 10h38
Temos um ano,
apenas, de convivência com o coronavírus (Covid-19). E o esforço tem sido
enorme pelos profissionais de saúde para, pouco a pouco, irem aprendendo a
cuidar dos pacientes graves. Na realidade, andam criando protocolos, aprendendo
com cada serviço que aparece, porque tratamento mesmo não existe ainda. Será
gloriosa a descoberta de uma arma eficiente para eliminar o vírus do nosso
corpo.
De tudo já se fez, de tudo já se viu fazer,
principalmente de milagreiros recomendando “coquetéis” de todas as formas para,
na realidade, enganar a milhares de pessoas aflitas. Dá para escrever centenas
de livros com as baboseiras publicadas e ditas, principalmente, aqui no Brasil.
Hoje, ouvi de pessoa esclarecida que a COVID é um
verdadeiro apocalipse, que caiu sobre os homens com a força extraordinária de
um exterminador. Seja o que for, nada se pode descartar no momento. E nada se
garante sobre nada. Quem já teve a doença, pode ter de novo. Quem foi vacinado,
não se tem certeza que não possa se reinfectar. Nem por quanto tempo a vacina
garantirá imunidade.
Muita coisa ainda tem para se aprender. Uma delas, como
ajudar os pacientes que tiveram a forma grave ou mediana da doença e as
sequelas deixadas das mais variadas formas clínicas, seja o cansaço, a tosse, o
fôlego mais curto, as dores no corpo, as lesões cerebrais, vasculares, renais,
enfim, tudo que a COVID-19 deixa no organismo.
Ouvi, dias atrás, que surgirá, em breve, novas
especialidades médicas, para o tratamento das complicações dessa doença
incrivelmente “venenosa”. A COVID-19 não se contentou em judiar do homem. Foi
muito além. Bateu firme na atividade econômica, cavando fossos enormes nas políticas
sociais, distanciando ainda mais grandes segmentos populacionais e levando
muitos à pobreza extrema. Deu um nocaute certeiro na educação, aprofundando
também o fosso da desigualdade, e um hiato geracional ainda não calculado. Só
mesmo a providência divina poderá dizer os rumos que as crianças pobres e sem
aula tomarão nos países mais pobres do mundo.
A dor é imensa. O medo do vírus maior ainda. As notícias
diárias são assustadoras. A saúde mental das pessoas aos frangalhos. As
incertezas sobre o futuro – cada vez maiores. E por aqui, o que mais vemos e
temos – são crises. Não tem jeito de se agarrar no rabo de todas as crises.
Enquanto isso, todo mundo batendo cabeça, num verdadeiro salve-se quem puder.
Eu vou demorar mais alguns dias para voltar a
escrever sobre a pandemia nesta minha série “salto no escuro”, porque não terei
nenhuma novidade para lhes dizer. Uma certeza – uso da máscara será por muitos
anos. Os cuidados higiênicos também. E cada dia será uma agonia.
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