Segunda-feira, 12 de abril de 2021 - 08h50
Fazer oposição
é um ato de coragem. Eu me lembro do Jerônimo Santana, do MDB, em pleno regime
militar, tempos duros, onde poucos se atreviam a falar contra e muito menos
organizar-se em grupos para enfrentamentos.
Na foto que ilustra este artigo, dá para ver um pequeno
grupo de fundadores do MDB de Rondônia, acompanhando o líder, nos tempos em que
se preparava o Território Federal; coivaras ao fundo, olhando firme para o
futuro incerto, cientes de que estavam fazendo o certo.
Passando o olho dá para ver o Messias, Canduri, Máximo
Vilar, Abelardo Castro, Fernando, Paulo Strutus, Raul Barros e Sandoval França.
À frente, o velho guerreiro: Jerônimo. Conheci a todos. Enraizados. Maioria
mortos. Fizeram história na militância de oposição, sem nenhum medo. Pelo contrário,
eram orgulhosos.
Porque ninguém que esteja no poder pode bater no peito e
dizer – “eu estou certo cem por cento”. No exercício da democracia prevalece a
opinião da maioria, mas a oposição faz um contraponto extraordinário, por meio
da crítica, divergência, insurgência e das mobilizações das massas.
A dignidade de Jerônimo foi esta, a de ser corajoso,
enfrentar governadores nomeados, geralmente, militares, até mesmo meter o peito
e criar o Estado de Rondônia, onde mais tarde, veio a ser o primeiro governador
eleito.
Ele era tão sistemático e crente em energia
ruim que, ao ser eleito, nunca entrou no Palácio Getúlio Vargas, porque dizia
que não se sentaria onde sentaram os ditadores. Seu Gabinete foi improvisado
onde hoje é a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SESDEC), bem na
esquina, onde tem a “a bola” do Hospital de Base.
Vou inventar um nome aqui. Aliás, nomes. Porque falar em manter reserva de índio, florestas nacionais ou parques é motivo para ser assassinado. O no
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