Quinta-feira, 30 de março de 2023 - 07h43
Bagé, 30.03.2023
Temos a honra de
repercutir o artigo do Gen Ex Santa Rosa:
PATRIOTISMO, DECISÃO E CORAGEM
(Gen Ex Maynard Marques de Santa Rosa)
A memória de 1964 permanece tão presente quanto
reprimida pela insegurança dominante. A tentativa que se faz de suprimir parte
da História imita a prática do regime estalinista, durante os expurgos da
década de 1930.
Provado está que uma ideia só pode ser superada por
outra ideia melhor. E, ainda, não há substituto para o ideário de 1964, que
começou com o Movimento Tenentista dos anos 1920, ficou represado no Estado
Novo e desaguou no dia 31 de março, concretizando o anseio por um país
soberano, moderno e próspero, uma sociedade livre, justa e fraterna.
A
instabilidade política no Brasil intensificou-se após o suicídio de Getúlio
Vargas, em 24 de agosto de 1954. Entre 1956 e 1961, a habilidade de JK proporcionou
ao PSD um oásis de governabilidade fugaz, que se extinguiu com a transferência
do poder para a UDN.
A
renúncia de Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, abriu a caixa de pandora da
crise. O hiato parlamentarista, entre 1961 e 1963, aplacou as expectativas do
que viria a tomar corpo após o plebiscito de 6 de janeiro de 1963, quando um
presidente fraco e errático buscou apoio em partidos filiados ao movimento
comunista internacional, que lhe impuseram a agenda temerária das reformas de
base “na lei ou na marra”.
A
crise institucional de cúpula, em sincronia com as pressões de base estudantil
e sindical, paralisou a economia do país e determinou a queda do governo João
Goulart.
O
Brasil virou peça no tabuleiro geopolítico da Guerra Fria. A solução da crise
dos mísseis, em 1962, obrigara os Estados Unidos a aceitarem o fato consumado
do regime cubano. O condicionamento americano à “teoria do dominó”, que levou à intervenção no Vietnã, jamais
permitiria uma replicação comunista na América do Sul, intenção sinalizada com
a presença de uma força do Corpo de Fuzileiros Navais navegando “offshore”, nas proximidades da costa
brasileira.
No
início de 1964, o caos institucional e a anarquia empurravam o Brasil para o
cenário da Guerra Civil Espanhola. A reação começou por iniciativa de
lideranças civis do Estado de Minas Gerais. Os chefes militares da época não se omitiram de assumir os riscos
inerentes ao desafio, e agiram com coragem moral e decisão, afastando a ameaça.
Em
15 de abril de 1964, o marechal Castello Branco foi empossado na Presidência pelo
Congresso Nacional, sob a plena vigência da Constituição de 1946. Graças ao
planejamento estratégico, a economia teve um crescimento contínuo e sem
precedente, a despeito da subversão comunista e das crises do petróleo de 1973
e 1978. Em 20 anos, o Brasil saltou do
47º para o 8º lugar no ranking mundial.
Passado
o ciclo revolucionário, a ausência de um projeto de futuro deu espaço às
políticas errantes de cunho populista que vêm transformando o nosso país em uma autarquia clientelista de fundo
fascista.
O
legado de desprendimento, coragem e patriotismo de 31 de março de 1964
permanece vivo e inapagável, para exemplo da honra de uma geração às gerações
futuras.
(Brasília, 10 Mar 2023)
Bibliografia
TAUNAY, Alfredo de Escragnolle. A Retirada da Laguna: Episódio da Guerra do Paraguai – Brasil – Rio
de Janeiro, RJ – Tipografia Americana, 1874.
(*)
Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas,
Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do
Sul (1989)
Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre
(CMPA);
Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura
do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério
Militar – RS (IDMM – RS);
Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando
Militar do Sul (CMS)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira
(SAMBRAS);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do
Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio
Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia
(ACLER – RO)
Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio
Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
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