Sexta-feira, 29 de março de 2019 - 12h20
Bagé, RS, 27.03.2019
“(...) a democracia brasileira deve afeiçoar-se às exigências
de nossas condições sociais e não às exigências de sociedades alienígenas”.
(Emílio Garrastazu Médici)
‒ Le
Brésil n'est pas um pays sérieux
Frase atribuída ao presidente francês Charles André Joseph Pierre-Marie De Gaulle, por ocasião da crise diplomática entre Brasil e França em 1962. A apreensão de embarcações francesas que pescavam lagostas em águas territoriais brasileiras teria irritado Charles Gaulle levando-o a afirmar que “o Brasil não era um país”. Na realidade o autor da frase é o embaixador brasileiro na França, Carlos Alves de Souza Filho. O embaixador depois de discutir com De Gaulle a questão da “guerra da lagosta”, relatou ao jornalista Luiz Edgar de Andrade, na época correspondente do “Jornal do Brasil” em Paris o encontro dizendo-lhe que falaram sobre o samba carnavalesco “A lagosta é nossa” e das caricaturas que faziam do general De Gaulle, terminando a conversa com a seguinte frase: “Edgar, le Brésil n”est pas un pays sérieux”. O jornalista, por sua vez, encaminhou o despacho para o jornal e a frase acabou sendo outorgada a De Gaulle. Na época, a frase causou um profunda constrangimento aos brasileiros. Hoje, certamente, teríamos de nos calar e aceitá-la como verdadeira.
‒ 31 de Março - Com a palavra a Mídia
“Seria rematada loucura continuarem as forças
democráticas desunidas e inoperantes, enquanto os inimigos do regime vão,
paulatinamente, fazendo ruir tudo aquilo que os impede de atingir o poder. Como
dissemos muitas vezes, a democracia não deve ser um regime suicida, que dê a
seus adversários o direito de trucidá-la, para não incorrer no risco de ferir
uma legalidade que seus adversários são os primeiros a desrespeitar”. (O Globo
de 31 de março de 1964)
“[...] Além de que os lamentáveis acontecimentos foram
o resultado de um plano executado com perfeição e dirigido por um grupo já
identificado pela Nação Brasileira como interessado na subversão geral do País,
com características nitidamente comunistas”. (Correio do Povo de 31 de março de
1964)
‒ “O Exército e os desmandos do Presidente.
Se a rebelião dos sargentos da Aeronáutica fora
suficiente para anular praticamente a eficiência da Arma, a subversão da ordem
na Marinha assumia as dimensões de um verdadeiro desastre nacional”. (Estado de
São Paulo de 31 de março de 1964)
“Aquilo que os inimigos externos nunca conseguiram,
começa a ser alcançado por elementos que atuam internamente, ou seja, dentro do
próprio País. Deve-se reconhecer, hoje, que a Marinha como força organizada não
existe mais. E há um trabalho pertinaz para fazer a mesma coisa com os outros
dois ramos das Forças Armadas”. (Folha de São Paulo de 31 de março de 1964)
“Basta! Não é possível continuar neste caos em todos
os setores. Tanto no lado administrativo como no lado econômico e financeiro”.
(Correio da Manhã de 31 de março de 1964).
“É cedo para falar dos programas administrativos, da
Revolução. Mas é incontestável que um clima de ordem substituiu o que dominava
o País, onde nem mesmo nas Forças Armadas se mantinham nos princípios de rígida
disciplina hierárquica que as caracterizam”. (Folha de São Paulo de 31 de março
de 1964)
‒ Reescrever a História (Alexandre Garcia)
“No último fim de semana, eu lia Desvios do Poder, do
ex-Consultor da República Galba Veloso, para entender a legalidade da reunião
com os prefeitos em Brasília, e descobri, no livro, uma lei sobre abusos de
poder. A lei 4898 trata com severidade a autoridade civil ou militar que
praticar abuso de poder. A lei diz que todo cidadão tem o direito de agir penal
e civilmente contra a autoridade, civil ou militar, que abusar do poder
atentando contra a liberdade de locomoção do indivíduo, a inviolabilidade do
domicílio, o sigilo da correspondência, o direito de união, a incolumidade
física, privação de liberdade, como manter alguém sob custódia ou submetê-lo a
vexame, não comunicar prisão ao juiz, prender mesmo com possibilidade de fiança
- e por aí vai. Agora, a minha surpresa: sabem de quando é a lei? De 9 de
dezembro de 1965. Em pleno regime militar, sob a chefia do marechal-presidente
Castello Branco.
Lembrei-me de registrar isso porque no dia 17 último,
a insuspeita Folha de S.Paulo, em editorial, chamou de 'Ditabranda' aquela
época brasileira, em contraposição com ditaduras como de Fidel Castro e a
disfarçada de Hugo Chavez. Houve gente que ficou furiosa com a Folha, por causa
do editorial. 'Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de
'Ditabranda?'
- perguntou uma professora da Faculdade de Educação da
USP, segundo a Veja. Minha neta me fez a mesma pergunta, porque o professor
dela contou que foram anos de chumbo, que ninguém tinha liberdade. Desconfiei
que o professor nem havia nascido em 1964 e ela me confirmou isso.
Eu vivi aqueles tempos. Fui presidente de Centro
Acadêmico em 1969. Fui jornalista do Jornal do Brasil de 1971 a 1979. Cobria
política e economia e nunca recebi qualquer tipo de ameaça, censura ou pressão.
Sei que havia censura. Comigo, nunca houve. Sei que havia tortura. Certa vez me
chamaram para identificação no DOPS, de suspeitos presos por um assalto ao
Banco do Brasil, que eu havia testemunhado. Os dois estavam no chão, gemendo,
com sinais evidentes de tortura. Fiquei revoltado e não fiz o reconhecimento.
Nada me aconteceu.
Nesse último carnaval, contou-se que o governador do
Rio preparou uma claque para afastar o temor de vaia para o presidente Lula -
que no Rio já havia sido vaiado na abertura do Pan, no Maracanã. O temor
existia, mesmo com o alto índice do presidente nas pesquisas de popularidade.
Lembro que o general Médici foi o mais duro entre os generais-presidentes. Mas
ele entrava no Maracanã, de radinho no ouvido e cigarro no canto da boca, e
quando aparecia na tribuna o estádio inteiro o aplaudia. E ele estava
reprimindo os grupos armados de esquerda que seqüestravam e assaltavam bancos.
Os carros dos brasileiros andavam com um plástico verde-e-amarelo que dizia 'Brasil
- ame-o ou deixe-o'. Alguém explica isso?
Os generais-presidentes foram todos eleitos pelo
Congresso, onde havia oposição. O último deles, ao contrário de Fidel e Chavez
que negam suas ditaduras, assumiu fazendo uma promessa: 'Eu juro que vou fazer
deste país uma democracia'. Coisa rara, um suposto ditador reconhecer que não
governava numa democracia.
Por tudo isso, já está em tempo de se esquecer a
propaganda, os rancores, as mentiras, e reescrever nossa História recente.
História sem verdade não é ciência, é indecência”.
‒ Lula deixa o Maracanã sem comentar vaias
“Ao lado da primeira-dama, Dona Marisa, e outras
autoridades, Lula assistiu à cerimônia. O presidente foi vaiado quatro vezes
durante a festa. A primeira manifestação das mais de 90 mil pessoas aconteceu
quando uma imagem do presidente apareceu nos novos telões do Maracanã no início
da festa. Neste momento, a maioria dos presentes ao estádio protestou. Outro
momento em que foram ouvidas vaias aconteceu quando o sistema de som anunciou a
presença de Lula.
No fim da cerimônia, o público presente protestou
contra Lula mais duas vezes, constrangendo-o. Primeiro quando Nuzman agradeceu
à presença do presidente, única autoridade citada por Nuzman vaiada. Por
último, Lula foi novamente vaiado quando teve o seu nome citado por Vázquez
Raña, que teve de fazer uma pausa no seu discurso por causa do barulho. Lula
deveria declarar abertos os Jogos Pan-Americanos após o discurso de Raña. Mas
não o fez”. (Globo Esporte.com - Rio de Janeiro (13/07/2007 )
‒ Nomes e Homens
“É preciso não esquecer o que houve nas ruas de São
Paulo e dentro do Morumbi. No Estádio Mário Filho, ex-Maracanã, vaia-se até
minuto de silêncio e, como dizia o outro, vaia-se até mulher nua. Vi o Morumbi
lotado, aplaudindo o Presidente Garrastazu. Antes do jogo e depois do jogo, o
aplauso das ruas. Eu queria ouvir um assobio, sentir um foco de vaia. Só
palmas. E eu me perguntava: 'E as vaias? Onde estão as vaias?' Estavam
espantosamente mudas”. (crônica de Nelson Rodrigues)
‒ Lulinha - o 'bem-sucedido Ronaldinho'
“Fábio Luís Lula da Silva, de 30 anos, um dos cinco
filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, experimentava, até 2003, uma
situação profissional parecida com a de muitos brasileiros: a do subemprego.
Formado em biologia, Lulinha, como é chamado pelos amigos, fez alguns poucos
trabalhos na área, todos com baixa ou nenhuma remuneração. Para ganhar a vida,
dava aulas de inglês e informática.
Atualmente, o primeiro filho do casal Lula e Marisa
Letícia da Silva é sócio de três empresas que, além de prestar serviços de
propaganda (pelo menos no papel), produzem um programa de games para TV.
Somados, os capitais das empresas ultrapassam os 5 milhões de reais.
Individualmente, de acordo com sua participação societária, Fábio Luís tem
625.000 reais em ações - mais do que os 422.000 reais que seu pai presidente
amealhou ao longo de toda a vida, segundo a declaração de bens que apresentou
em 2002 ao Tribunal Regional Eleitoral. Melhor que tudo: nessa fulgurante
trajetória, Fábio não teve de investir um único real. O negócio foi bancado
quase que integralmente pela Telemar, a maior companhia de telefonia do país.
Com base em documentos obtidos em cartórios de São Paulo, e em entrevistas com
profissionais do setor”. (Marcelo Carneiro, Juliana Linhares e Thaís Oyama -
13/07/2005)
‒ Elio Gaspari
Quando Lula defendeu o filho, que recebeu R$ 5 milhões da Telemar para tocar sua empresa, o jornalista Elio Gaspari publicou a seguinte história:
“Em 1965, o marechal Castelo Branco leu no jornal que
um de seus irmãos, funcionário da Receita Federal, ganhara em cerimônia pública
um automóvel Aero Willys! Era o agradecimento de sua classe pela ajuda que dera
na elaboração de uma lei que organizava a carreira. Paulo Castelo Branco, filho
do presidente, costumava contar que o marechal telefonou para o irmão,
dizendo-lhe que deveria devolver o carro. Ele argumentou que se cada fiscal da
Receita tivesse presenteado uma gravata, o valor seria muito maior.
Castelo interrompeu-o:
- Você não entendeu.
Afastado do cargo você já está!
Estamos decidindo agora se você vai preso ou não”.
(Jornal O Globo)
- 'O
Supremo Apedeuta'
“Bem sabemos que nosso ilustre presidente não consegue falar
direito a língua pátria e nenhuma outra, embora fale com loquacidade e
eficiência à alma do povo idiotizado. Lula é o apedeuta por antonomásia. Aqui
que mora o perigo: um cego guiando a multidão de cegos”. (José Nivaldo
Cordeiro)
O Presidente “não sabia e nem sabe de nada do que acontece” no país tupiniquim e o que fazem seus 'companheiros' e familiares, ele está sempre viajando. Para os companheiros palacianos tudo é normal e legal quando se refere aos seus correligionários.
-
Conclusão
“O Brasil deve ser pensado daqui 'pra frente. A anistia apagou as marcas dos dois lados. Se houver punição terão de ser revistas também as ações da esquerda, a exemplo do atentado a bomba no Aeroporto de Guararapes (Recife), em 1966”. (general Exército Leônidas Pires Gonçalves)
As manobras dissuasórias, da camarilha palaciana, visam desviar a atenção, dos brasileiros incautos, das maracutaias institucionalizadas e os desmandos do governo federal. Ecoam cada vez mais fortes, na nossa memória, as palavras atribuídas ao general de Gaulle - “Le Brésil n'est pas um pays sérieux”.
Penso
que suas palavras, hoje, soariam amáveis demais frente ao maior desgoverno
republicano de todos os tempos. Acorda, nação brasileira! Até quando
permanecerás deitada em berço esplêndido? Onde estão os caras pintadas?
Precisam eles da mídia aliciada para mostrar suas caras!
Solicito publicação
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul
(1989)
Ex-Professor do
Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
Ex-Pesquisador do
Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do
Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
Membro do 4°
Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
Membro da Academia de
História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto
de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de
Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
Membro da Academia
Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito
da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito
da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail:
hiramrsilva@gmail.com;
Blog:
desafiandooriomar.blogspot.com.br
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