Domingo, 31 de março de 2019 - 10h32
, Bagé, RS, 28.03.2019
Neste momento eu sou a oferta e a aceitação. Não sou promessa.
Quero ser verdade e confiança, ser a coragem, a humildade, a união.
(Presidente
Médici)
No
aniversário da Revolução Redentora de 31 de março, faço questão de homenagear
uma de suas figuras mais extraordinárias e inatacáveis – o Presidente Emílio
Garrastazu Médici. Nesta hora em que muitos se calam e outros tantos se omitem
acho bom lembrar aos jovens de hoje, patrulhados diuturnamente por ideologias
espúrias e falaciosas, que não é preciso um esforço muito grande para
reconhecer o valor dos revolucionários que impediram que este país se tornasse
mais um mero satélite do rançoso bloco soviético. A esquerda de hoje ainda se
esforça por mostrar que seus “beneméritos terroristas” lutavam pela
democracia quando a verdade história era bem outra.
Tudo quanto o Presidente Médici fez nesse fecundo período do seu
mandato leva a marca de sua fidelidade ao movimento revolucionário, que abriu
para este País perspectivas regeneradoras que nenhum espírito de boa-fé ousaria
denegar. Para isso, o General Médici, cujas inclinações democráticas se atestam
em palavras e atos, e vêm de sua afinidade com a alma do povo brasileiro,
coloca na primeira linha das suas preocupações criar, pela estabilidade
econômica, pela justiça social, pela eliminação das contestações ilegais e pela
repressão aos delinquentes da moral administrativa, a segura atmosfera de ordem
e de progresso que dará à democracia brasileira a solidez de que tanto tem
carecido. (O Jornal - 01/11/1970)
-
Márcio Moreira Alves e a “Ditabranda”
Márcio
Moreira Alves, jornalista e político brasileiro, nasceu, em 14 de julho de
1936, no Rio de Janeiro. O ex-deputado é lembrado como o agente catalisador do
AI-5. Discursando no Congresso Nacional, em setembro de 1968, propôs um boicote
às paradas militares de celebração à Semana da Pátria e solicitava às jovens
brasileiras que não namorassem oficiais do Exército.
No
seu livro “O Despertar da Revolução Brasileira”, se referiu ao período
1964-68, do governo do Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, antes do
AI-5, como “ditabranda”. Para ele foi um alívio ver a saída de Jango do
governo, pois “Achava-o oportunista, instável, politicamente desonesto [...] Aparecia
bêbado em público, deixava-se manobrar por cupinchas corruptos [...] e tinha
uma grande tendência gaúcha para putas e farras”.
- O Polêmico Editorial da Folha
de São Paulo
[...] Mas, se as chamadas “ditabrandas”
- caso do Brasil entre 1964 e 1985 - partiam de uma ruptura institucional e
depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e
acesso à Justiça -, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por
Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as
instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente. (Folha de
S. Paulo – 17.02.2009)
Nota da Redação - A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da
qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica
algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e
Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de
esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua “indignação” é obviamente cínica e mentirosa.
O
patrulhamento ideológico, em 2009, contra um periódico que externava seu
pensamento mostra que estamos, há muito, vivendo uma “ditabranda”.
A democracia e a liberdade de imprensa só são lembradas, pelos “petrarcas”,
quando defendem os seus direitos e suas posições políticas. Não permitem,
jamais, que se estabeleça o contraditório.
- Emílio Garrastazu Médici
Médici
nasceu na cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul, no dia 04 de dezembro de 1905.
Ingressou, em 1918, no Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA), onde permaneceu
até 1922 e, em abril de 1924, matriculou-se na Escola Militar do Realengo, no
Rio de Janeiro, então Distrito Federal, sendo declarado aspirante a oficial da
arma de cavalaria em janeiro de 1927. Em 1957, como coronel, foi Chefe do
Estado Maior da 3° Região Militar, com sede em Porto Alegre, comandada pelo
general Arthur da Costa e Silva. Promovido a general de brigada, em 1961, foi
nomeado comandante da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), no Rio de
Janeiro e, em 1964, ainda como comandante da AMAN, apoiou a Revolução de 1964.
Foi
delegado brasileiro na Junta internacional de Defesa Brasil-Estados Unidos, em
Washington. Em 1967, sucedeu a Golbery do Couto e Silva, assumindo a chefia do
Serviço Nacional de Informações (SNI) e, em 1969, o comando do III Exército,
atual Comando Militar do Sul (CMS), no Rio Grande do Sul. Após a morte de Costa
e Silva foi eleito presidente, pelo Congresso Nacional, em 25 de outubro de
1969, com 239 votos a favor e 76 abstenções.
- Governo Médici e o Milagre
Brasileiro (30.10.69 – 15.03.1974)
A Verdade Sufocada – A história
que a esquerda não quer que o Brasil Conheça
Seu governo foi o período de maior desenvolvimento e prosperidade.
A economia teria o maior crescimento, alcançando a taxa anual de 11,9%. Por
cinco anos o crescimento foi superior a 9% ao ano. As empresas estatais
encarregavam-se da infraestrutura: indústrias de base, hidrelétricas, rodovias,
ferrovias, portos e comunicações. A produção de bens de consumo desenvolveu-se
consideravelmente. A indústria automobilística atingiu a produção anual de um
milhão de unidades, triplicando a produção de veículos. Havia trabalho para
todos.
Ao invés de desempregados perambularem meses em busca de emprego,
como hoje, eram comuns, nas indústrias e no comércio, as tabuletas nas portas
oferecendo emprego. Nos bairros, Kombis passavam com alto-falantes oferecendo
trabalho. As políticas interna e externa e o modelo econômico adotados
estimulavam as exportações, principalmente de artigos manufaturados, colocando
o Brasil na ordem econômica mundial como o país com o crescimento mais rápido
que a história contemporânea conhecera. Passou de 46ª economia mundial à
posição de 8ª economia. A inflação se estabilizou em torno de 20% ao ano. As
exportações ultrapassaram a marca dos três bilhões de dólares.
Foi criado o Fundo de Modernização e Reorganização Industrial para
financiar a modernização do parque industrial. Além da indústria, o
abastecimento e a produção agrícola eram prioridades do governo.
O ministério de Médici era constituído por administradores das
respectivas áreas e não por políticos profissionais, como é de praxe. Mário
Gibson Barbosa, ministro das Relações Exteriores, foi o responsável pela
implementação da política externa do período Médici, que ficou conhecida como
“diplomacia do interesse nacional”. O objetivo principal do governo era o
desenvolvimento do País. O Brasil queria, precisava crescer e crescia. O PIB
teve um crescimento em níveis jamais alcançados: índice de 9,5% ao ano. A Bolsa
de Valores do Rio de Janeiro bateu recordes em volume de transações. O nível
das reservas cambiais era excelente. O Balanço de Pagamentos apresentava
constantes superávits. As exportações de produtos industrializados passaram de
um bilhão de dólares. Duplicara a produção de aço, triplicara a produção de
veículos e quadruplicara a de navios. Uma pesquisa do IBOPE atribuiu ao
presidente Médici 82% de aprovação.
Eis Algumas das principais realizações do governo Médici:
‒ Inauguração de 15 hidrelétricas, entre elas,
Solteira e Urubupungá, gerando 15,8 milhões de kw;
‒ Abertura das Rodovias Transamazônica e
Perimetral Norte;
‒ Construção da Ponte Rio‒Niterói, inaugurada em
04.03.1974, na gestão do ministro dos Transportes Mário David Andreazza;
‒ Construção da ponte fluvial de Santarém;
‒ Asfaltamento da Belém‒Brasília e da Belém‒São
Luis;
‒ Criação do Provale [Programa para o Vale do
São Francisco];
‒ Criação do Prodoeste [Programa para o Pantanal
Matogrossense];
‒ Criação do Plano de Integração Social [PIS];
‒ Implementação do Projeto Rondon [Integração da
Amazônia à Unidade Nacional, relançado agora, como novidade, pelo governo Lula];
‒ Criação do Programa de Aposentadoria ao
trabalhador rural;
‒ Criação do Proterra [programa de
redistribuição de terras e de estímulo à agroindústria do Norte e do Nordeste];
‒ Criação do Funatel;
‒ Instituição do Programa de Telecomunicações e
criação da Empresa Brasileira de Telecomunicações ‒ Embratel;
‒ Inauguração do sistema de transmissão de
televisão em cores. No governo Médici se tornou possível estabelecer uma rede
nacional de televisão, que levaria a quase todo o Brasil os programas de TV.
Isso foi feito pela TV Globo, que na época era uma defensora e difusora
entusiasmada das ideias e dos feitos do regime militar;
‒ Aceleramento das obras dos metrôs do Rio e de
São Paulo;
‒ Finalização das obras da BR‒101, que corta o
Brasil de Norte a Sul;
‒ Exploração, pela Petrobras, da Plataforma
Marítima;
‒ Reforma do ensino;
‒ Aumento, em sete vezes, o número de universitários
[de 60.000 para 450.000], na gestão do ministro da Educação, Jarbas Passarinho;
e ‒ Implementação do Mobral [Alfabetização de adultos, com a diminuição
significativa do número de analfabetos], também na gestão do ministro Jarbas
Passarinho.
Em 1971, o Brasil possuía três vezes mais estradas que em 1964 e
todas as capitais brasileiras estavam interligadas a Brasília. (Fonte: Carlos
Alberto Brilhante Ustra)
- Discurso de posse (30.10.1969)
“Homens de meu País!
Neste momento eu sou a oferta e a aceitação.
Não sou promessa. Quero ser verdade e confiança, ser a coragem, a
humildade, a união. A oferta de meu compromisso ao povo, perante o Congresso de
seus representantes, quero-a um ato de reverdecimento democrático. A aceitação
da faixa presidencial. Faço-a um auto de justiça e a confissão de minhas
crenças.
Faço a justiça de proclamar o equilíbrio e a serena energia, o
patriotismo e a grandeza com que se houveram os três Ministros Militares no
exercício temporário da Presidência da República, que a mim transmitem, no
símbolo dessa faixa, pelas mãos honradas de Sua Excelência, o Almirante Augusto
Hamann Rademaker Grünewald.
Faço a justiça de dizer, já agora ouvindo a Nação, à cuja frente o
destino me trouxe, faço a justiça de assinalar a total dedicação do grande
Presidente Costa e Silva à causa pública, o empenho tanto, que se fez imolação
da própria voz.
Venho como sempre fui. Venho do campo, da fronteira, da família;
venho do povo, da caserna; venho de minha terra e de meu tempo.
Venho do minuano. “Esse vento faz pensar no campo, meus amigos,
este vento vem de longe, vem do pampa e do céu”.
Valho-me, ainda uma vez, do poeta augusto do meu Sul, para ver, no
vento, o homem do campo de todo o Brasil - o homem que ninguém vê, sem face e
sem história - aquela humildade mansa, que a vida vai levando na quietação do
caminho abraçando a coxilha.
-
Homem do Campo
Homem do campo, creio no homem e no campo. E creio em que o dever
desta hora é a integração do homem do interior ao processo de desenvolvimento
nacional. E, porque assim o creio, é que tudo darei de mim para fazer a
revolução no campo, revolução na agricultura, no abastecimento, na alimentação.
E sinto que isso não se faz somente dando terra a quem não tem, e quer, e pode
ter. Mas se faz levando ao campo a escola ao campo adequada; ali plantando a
assistência médica e a previdência rural, a mecanização, o crédito e a semente,
o fertilizante e o corretivo, a pesquisa genética e a perspectiva de
comercialização. E tenho a diversificação e o aumento da produção agrícola, a
ampliação das áreas cultivadas e a elevação da renda rural como essenciais à
expansão de nosso mercado interno, sem o qual jamais chegaremos a ter uma
poupança nossa, que nos torne menos dependentes e acione, com o nosso esforço, aliado
à ajuda externa, um grande projeto nacional de desenvolvimento.
-
Homem da Fronteira
Homem da fronteira, creio em um mundo sem fronteiras entre os
homens.
Sinto por dentro aquele patriotismo aceso dos fronteiriços, que
estende pontes aos vizinhos, mas não aceita injúrias nem desdéns, e não se
dobra na afirmação do interesse nacional.
Creio em um mundo sem fronteiras entre países e homens ricos e
pobres. E sinto que podemos ter o mundo sem fronteiras ideológicas, onde cada
povo respeite a forma dos outros povos viverem. Creio em um mundo sem
fronteiras tecnológicas, onde o avanço científico fique na mão de todo homem,
na mão de toda nação, abrindo-se à humanidade a opção de uma sociedade aberta.
Homem da fronteira, conheço o peso específico de nosso País e hei
de fazê-lo valer em favor do nosso povo. Fronteiriço, não sei, não vejo, não
sinto, não aceito, outra posição do Brasil no mundo que não seja a posição da
altivez. E sinto que esta nossa América, já na idade da razão, realizado o
esforço concentrado e pertinaz de formulação de suas posições, há de receber,
em breve, a solidariedade da outra América.
E creio que se pode tornar mais intenso o surto de comercialização
de nossos produtos e buscar o comprador na extensão toda do mapa do mundo. E
creio na contribuição de nossa gente, para o entendimento, o respeito e a paz
entre os povos.
-
Homem de Família
Homem de família creio no diálogo entre as gerações e as classes,
creio na participação. Creio que a grandeza do Brasil depende muito mais da
família que do Estado, pois a consciência nacional é feita da alma de educador
que existe em cada lar. E, porque assim o creio, é que buscarei fortalecer as
estruturas de governos municipais e sub-regionais, provendo as comunidades do
interior do saneamento básico indispensável à proteção da unidade familiar,
pedra angular da sociedade.
-
Homem do Povo
Homem do povo, creio no homem e no povo, como nossa potencialidade
maior, e sinto que o desenvolvimento é uma atitude coletiva, que requer
mobilização total da opinião pública. E, porque assim o creio, e porque o sinto
amadurecido para a tarefa global, é que buscarei ouvi-lo sempre.
Homem do povo, olho e vejo o trabalhador de todas as categorias e
sinto que, normalizada a convivência entre empregados e patrões, e consolidada
a unificação da previdência social, nosso esforço deve ser feito na formação e
no aperfeiçoamento de mão-de-obra especializada e no sentido da formulação de
uma política salarial duradoura, que assegure o real aumento do salário e não o
reajustamento enganador.
Homem do povo, conheço a sua vocação de liberdade, creio no poder
fecundante da liberdade.
-
Homem da Caserna
Homem da caserna, creio nas virtudes da disciplina, da ordem, da
unidade de comando. E creio nas messes do planejamento sistematizado, na
convergência de ações, no estabelecimento das prioridades. E, porque assim o
creio, é que tudo farei por coordenar, integrar, totalizar nossos esforços -
tantas vezes supérfluos, redundantes, contraditórios, dispersivos - em uma
tarefa global, regida por um grande plano diretor.
Homem da caserna, creio nos milagres da vontade. E, porque o
creio, convoco a vontade coletiva, a participação de todos os que acreditam na
compatibilidade da democracia com a luta pelo desenvolvimento, para que ninguém
se tenha espectador e todos se sintam agentes do processo.
-
Homem de Minha Terra
Homem de minha terra, creio nas potencialidades e na viabilidade
econômica e social de meu País.
Creio no desenvolvimento como fenômeno global, interiorizado
primeiro na alma de cada homem, para poder ganhar, então, a alma da terra toda.
Creio na função multiplicadora da empresa, e, porque assim o
creio, buscarei fortalece-la - sobretudo a empresa nacional - encontrando
formas e processos de baratear-lhe os custos de produção, para que se
fortifique e mais produza. E me empenharei no sentido da utilização racional e
efetiva do território brasileiro, na vivificação das estruturas municipais, na
atenuação dos desequilíbrios regionais.
-
Homem de Meu Tempo
Homem de meu tempo, tenho pressa. Sei que, no ano 63, antes da
Revolução, nosso crescimento era nenhum e que a inflação se aproximava de cem
por cento. Sei que hoje nosso crescimento oscila entre 6 e 7% e que a inflação
decresce, já agora em nível de alguma estabilidade. Sei que nos últimos anos
avançamos no fortalecimento das instituições econômicas, edificando, não só a
estrutura, mas a mentalidade de planejamento, programação e orçamentação.
Homem de meu tempo, sei que essa metodologia e esse ritmo de
crescimento, por si sós, já não nos bastam, que urge acelerar o processo; que
“o minuano para enganar a miséria, geme e dança pela rua”; que penso nas vidas
que virão; penso nas dores futuras; penso no século que vai nascer.
Homem de meu tempo, creio no surto industrial brasileiro, em bases
estáveis, de vivência nossa, de nosso exclusivo interesse, buscando-se a
evolução, o mais cedo que se possa, dos tempos de filial para os tempos de
matriz.
Homem de meu tempo, creio na mocidade e sinto na alma a responsabilidade
perante a História. E porque o sinto e o creio, é que darei de mim o que puder
pela melhor formulação da política de ciência tecnologia, que acelere nossa
escalada para os altos de uma sociedade tecnológica humanizada.
Homem de meu tempo, tenho fé em que possamos, no prazo médio de
meu governo, preparar as bases de lançamento de nossa verdadeira posição nos
anos 2000 e assegurar a nossa participação em programas nuclear e espacial,
sempre que sirvam para a aceleração do desenvolvimento brasileiro.
-
Homem da Revolução
Homem da Revolução, eu a tenho incontestável, e creio no ímpeto
renovador e inovador de seus ideais. E, porque a tenho assim, é que a espero
mais atuante e progressista. E. depois de aceito o desafio econômico, eis à
nossa frente o desafio tecnológico.
Homem da Revolução, é meu propósito revolucionar a educação, a
saúde, a agricultura, para libertar o nosso homem de seus tormentos maiores e
integrar multidões ao mundo dos homens válidos.
E para isso, convoco a Universidade, chamo a Igreja, aceno à
empresa, e brado ao povo para que me ajude a ajudar o homem a ajudar-se a si
mesmo.
-
Homem da Lei
Homem da lei e do regulamento, creio no primado do Direito. E,
porque homem da lei, é que pretendo velar pela ordem jurídica. E, homem, de pés
no chão, sinto que, nesta hora, a ordem jurídica se projeta em dois planos.
Vejo o plano institucional, destinado a preservar as conquistas da Revolução,
vejo o plano constitucional, que estrutura o Estado e assegura o funcionamento
orgânico dos Poderes. Estou convencido de que é indispensável a coexistência
dessas duas ordens jurídicas, expressamente reconhecida pela Constituição,
fundada no imperativo da segurança nacional, e coerente enquanto for benéfica à
defesa da democracia e à realização do bem comum.
Homem da lei, sinto que a plenitude do regime democrático é uma
aspiração nacional. E, para isso, creio necessário consolidar e dignificar o
sistema representativo, baseado na pluralidade dos partidos e na garantia dos
direitos fundamentais do homem. Creio em que os partidos políticos valem como
forças vivas que atuam sobre a vida nacional, quando a dinâmica das idéias
prevalece sobre a pequenez dos interesses pessoais. E sinto que urge fortalecer
o Partido da Revolução, para que ele seja, não só o sustentáculo deste governo,
mas uma verdadeira escola de política nacional harmonizada com o pensamento
revolucionário. E espero da Oposição que nos honre com o cumprimento de seu
dever, apontando erros, aceitando acertos, indicando caminhos, fiscalizando e
fazendo também a sua escola de democracia, dignidade e respeito mútuo.
Homem da lei, creio imperioso dotar o Brasil de novos códigos que
reflitam os progressos da ciência jurídica, a atualização dos institutos e as
inquietudes de um povo em desenvolvimento.
-
Homem de Fé
E, homem de fé, creio nas bênçãos de Deus aos que não têm outros
propósitos que não sejam os do trabalho da vida inteira, os da justiça e os da
compreensão entre os homens.
E creio nos milagres que os homens fazem com as próprias mãos. E
nos milagres da vontade coletiva. Creio na humanização da vida dos severinos do
campo. E na solidariedade da família brasileira. Creio na alma generosa da
mocidade. Creio na minha terra e no meu povo. Creio na sustentação que me
haverão de dar os soldados como eu. Creio no apressamento do futuro.
E creio em que, passados os dias difíceis dos anos 60, amanhecerá,
na década de 70, a nossa ora.
E creio na missão de humanidade, de bondade e de amor que Deus
confiou à minha gente.
E, porque o creio, e porque o sinto, no arrepio de minha
sensibilidade, é que, neste momento, sou oferta e aceitação.
-
Posse
E aceito, neste símbolo do Governo da República, a carga imensa de
angústias, de preocupações, e vigílias - a missão histórica que me foi dada. E
a ela me dou, por inteiro, em verdade e confiança, em coragem, humildade e
união. E a ela me dou, com a esperança acesa no coração, que o vento de minha
terra e de minha infância, que nunca me mentiu no seu augúrio, está dizendo que
Deus não me faltará, está me trazendo o cheiro de minha terra de minha gente.
E, com a ajuda de Deus e dos homens, haverei e pôr na mão do povo tudo aquilo
em que mais creio.
Fontes:
ALVES, Márcio Moreira. O
Despertar da Revolução Brasileira - Seara Nova, Lisboa, 1974.
BONFIM, João Bosco Bezerra.
Palavra de Presidente – Discursos de Posse de Deodoro a Lula. LGE Editora -
Brasília, 2004.
Solicito publicação
(*) Hiram Reis e
Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor,
Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul
(1989)
Ex-Professor do
Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
Ex-Pesquisador do
Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do
Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
Membro do 4°
Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
Membro da Academia de
História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto
de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de
Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
Membro da Academia
Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito
da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito
da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail:
hiramrsilva@gmail.com;
Blog:
desafiandooriomar.blogspot.com.br
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H