Terça-feira, 14 de dezembro de 2021 - 10h09
Bagé, 14.12.2021
Pacotilha, n° 42
S.
Luís, MA – Segunda-feira, 19.02.1900
A
Propósito do Acre
Revelações de Galvez
Do “Manifesto ao Povo”, tiramos a parte que
se refere à maneira por que ele conseguiu saber das célebres negociações para a
cessão do Território do Acre, pela Bolívia, aos Estados Unidos. Eis o que
escreve o atual “General Comandante
Supremo das Forças do Estado Independente do Acre na Fronteira” à respeito:
Convidado pelo Sr. Hutoff, dirigi-me ao “Hotel do Commercio”, onde aquele Sr. se
hospedava, e na ocasião do almoço chegou o Sr. Ladislau Ibarra, administrador
da aduana de Puerto Alonso, afilhado do Sr. Coronel Pando e indigitado ([1]) pelos bolivianos, incluindo o Sr. Paravicini,
como futuro delegado nacional da Bolívia, nos Territórios do Acre, Purus e
Iaco. O Sr. Ibarra sentou-se à mesa que ocupávamos e, sem preâmbulos, increpou
([2]) em termos exaltados os Srs. Paravicini e Hutoff,
nos quais dizia não reconhecer competência “para
venderem ao estrangeiro uma parcela da sua pátria, a Bolívia”.
O Sr. Hutoff, vivamente emocionado,
respondera que não devia considerar-se ofendido perante às formidáveis
acusações do Sr. Ibarra, acusações que devia dirigi-las ao Sr. Ministro, único
chefe responsável da delegação da Bolívia. E que ele, Hutoff, “se negociava a venda, cessão ou o que fosse”
[sic] “dos Territórios do Acre com a
América do Norte, fazia-o por ordem do Sr. Paravicini, que nisto andara muito
acertado; depois do ensaio de quatro meses compreendia que a Bolívia era
incapaz de conservar sozinha aqueles Territórios”.
O Sr. Ibarra tornou a mostrar-se exaltado
e patriótico, acusando os Srs. Hutoff e Paravicini de serem os culpados do que
estava acontecendo no Rio Acre “que
àquelas horas talvez não fosse mais boliviano, pois os habitantes daquelas
regiões tinham todo o direito de revoltar-se, vítimas como foram dos abusos
daqueles Srs. que julgaram o Território boliviano da sua exclusiva propriedade
e, por isso, depois de cometerem as mais absurdas arbitrariedades, desejavam
terminar vendendo um pedaço do Território Nacional”.
Esta cena foi presenciada pele conceituado
negociante boliviano residente no Pará, Sr. Chaves, pelo Sr. Dressel, empregado
da Bolívia e pelo abaixo assinado.
Terminado o almoço, e ausente o Sr.
Ibarra, indaguei do Sr. Hutoff a veracidade dos cargos que contra o Sr. Dr.
Paravicini e ele lançara o primeiro, tendo a resposta de que se tratava, com
efeito, de celebrar um acordo com a República do Norte da América, e que o Sr.
Paravicini o encarregara de estabelecer as bases e apresenta-las ao Cônsul dos
Estados Unidos, no Pará, bases que seguiriam a bordo do “Wilmington” ([3]), naquela ocasião ancorado no porto do Belém, de
volta de Iquitos; que o acordo consistia em receber a Bolívia o auxílio da
República Americana para conservar os Territórios do Acre, Purus e Iaco,
mediante concessões aduaneiras e territoriais, que a Bolívia reconhecia a favor
dos Estados Unidos do Norte da América; que as bases se achavam aprovadas por
Paravicini; que na noite daquele mesmo dia se celebrava uma Conferência com o
Sr. Cônsul americano para ultimar os detalhes da proposta que, em nome da
Bolívia, o Ministro Paravicini ia dirigir ao governo de Mr. McKinley; que para
evitar suspeitas a festa-banquete que Mr. Tood Comandante da “Wilmington”, tinha oferecido ao
Sr. Paravicini não se realizaria mais; que o acordo com o Norte da América se
faria inevitavelmente, pois o povo do Acre não aceitava os bolivianos e que o
Cônsul Sr. Santivanez escrevera, esperando não se demoraria muito tempo em
juntar-se, no Pará, com as outras autoridades bolivianas, pois a revolução
naqueles territórios era iminente.
De posse de tamanhas revelações, que tanto
afetavam o Brasil, minha pátria adotiva, que sempre procurei honrar, não
duvidei em denunciá-las a quem de direito competia. Com efeito, separando-me do
Sr. Hutoff, dirigi-me ao Palácio dó Governo, e solicitei conferenciar com S.
Exª o ilustre governador Dr. Paes de Carvalho, a quem comuniquei quanto acabava
de ouvir e presenciar.
S. Exª tomou nota das minhas declarações e
convidou-me a manifesta-las ao Sr. Senador Antonio Lemos, a cujo pedido me
neguei, pois nunca representei papel de delator e, se comunicava ao governador
do Estado do Pará o que descobrira à respeito do acordo Américo-boliviano,
fazia-o cumprindo o dever a que todo o cidadão está obrigado, tratando-se de
negócios que afetem a integridade da Pátria.
Naquele memorável dia terminei de conhecer
e comprovar os planos do Ministro boliviano.
Daqui por diante há uma longa narração do
modo por que Galvez diz ter conseguido entrar
na posse do documento contendo supostas bases escritas, em papel oficial da Comissão
Boliviana, do acordo Américo-boliviano.
Esse documento, como ficou provado, não passou de
uma chantagem e a história de sua aquisição já é
sem interesse.
Na posse dessas
bases adrede arranjadas, escreve Galvez:
Procurei os meus companheiros
revolucionários do Acre, aos quais fiz as revelações de quanto eu descobrira a
respeito das intenções do Ministro da Bolívia nos Territórios do Acre, Purus e
Iaco. Discutimos sobre o procedimento a seguir-se e acordamos na minha viagem
até ao Rio Acre, levando elementos para proclamar a independência daquelas
regiões. Não possuíamos grandes recursos nem podíamos esperar auxílio da praça
de Belém; por isso resolvemos não organizar uma expedição no Pará, e fazê-lo em
Manaus, onde não eram conhecidas as nossas intenções. Reunidos os recursos
daqueles patriotas foram-me entregues, e parti para a capital do Amazonas.
Antes da minha saída escrevi ao Exm° Sr.
Dr. Paravicini, manifestando-lhe não poder continuar a prestar os meus serviços
de tradutor, assim como lhe declarava achar-se fechado o negócio que me
confiara da compra de uma máquina rotativa Marinoti, o que realizei, conforme
podem testemunhar os Ex.mos Srs. Senador Antonio Lemos o Antonio
Chermont. (PACOTILHA, N° 42)
Expedição dos Poetas
A
revolta em Manaus era crescente. O povo clamava por uma ação veemente do
governo estadual que decide organizar a “Expedição
Floriano Peixoto”, batizada de “Expedição
dos Poetas” por ser formada, em grande parte, por jornalistas, boêmios e
homens de letras, sem qualquer experiência de combate. Logo que chegaram ao
Acre, a bordo do vapor “Solimões”, em
29 de dezembro de 1900, foram derrotados, facilmente, pela guarnição boliviana
de Puerto Alonso. O Acre permanecia em mãos bolivianas.
A Imprensa, n°
807
Rio,
RJ – Segunda-feira, 17.12.1900
O
Acre
Organização da Resistência
Ultimavam-se os trabalhos da Comissão Expedicionária
Acreana, quando chegou a Manaus a lancha “Bolívar”,
trazendo a seu bordo um dos comandantes das forças bolivianas, Sr. Manuel A.
Sanjurés, que vinha com destino a esta Capital.
Este oficial, apesar da sua natural prudência,
deixava perceber grande desgosto por não terem ainda chegado os armamentos e
apetrechos de guerra, que ele contava encontrar na capital do Amazonas e que
parecia considerar de urgente necessidade, para melhorar as condições das
tropas acampadas no Acre. Compreendia-se que se achava fundamente contrariado e
que a demora do despacho e embarque do material bélico trazia ao seu espírito, presságios
de insucesso.
Por outra parte, as notícias de que era portador
o Sr. Caldas, comandante da “Bolívar”,
mais animava os Expedicionários Acreanos. As tropas bolivianas, acampadas em
Puerto Alonso e em Capatará, não eram tão numerosas quanto se havia propalado e
o armamento de que elas dispunham era de sistema antigo, que não admitia competência
com o que já possuíam os habitantes do Acre e o que ia ser usado pela Tropa Expedicionária.
Além disso, as febres de mau-caráter e o beribéri dizimavam os soldados bolivianos
e os aterravam, a ponto de começarem; em grande número, as deserções.
Chegando estas notícias ao conhecimento da Comissão
Acreana, esta tratou de agir com a maior celeridade, de maneira a despachar a Expedição
dentro do mais breve prazo. Foi assim que se fizeram em poucas horas os últimos
preparativos do vapor “Solimões”,
fretado para conduzir os Voluntários Acreanos. Antes, porém, de dar-se o
embarque, foi organizado o pessoal a cujas ordens deviam ficar até o pleno
domínio da região ocupada pelos bolivianos. A organização desse pessoal ficou
assim assentada:
‒ Chefe do Governo: Rodrigo de Carvalho;
‒ Secretário de Governo: Engenheiro Civil Manuel
Queiroz Ribeiro de Castro;
‒ Comandante em Chefe, das Forças de Terra: Engenheiro
Civil Orlando Lopes;
‒ Comandante em Chefe das Forças de Mar: Antonio
Gonçalves Bandeira;
‒ Inspetor da Alfândega e Terras: Engenheiro
Civil Deocleciano Coelho de Souza.
O material naval ficou assim constituído:
‒ Cruzador General Tibúrcio: comandado por
Antonio Gonçalves Bandeira;
‒ Aviso de Guerra Ruy Barbosa: comandado por
Pery de Lamare;
‒ Aviso de Guerra Serzedello Correia.
A primeira Expedição de Voluntários partiu a
bordo do vapor “Solimões” e
compunha-se de diversos oficiais superiores e de 200 patriotas. Neste mesmo
vapor partiu o Comandante em Chefe das Forças de Terra, que levava instruções
reservadas do chefe do governo. A partida do “Solimões” teve lugar às 2 horas da madrugada do dia 13 de novembro.
Horas depois foi tomada a lancha blindada “Alonso”,
que o governo boliviano mantinha em constantes viagens entre os Rios Negro e
Amazonas, para receber os contrabandos de guerra que eram levados por ela ao
Acre.
A tripulação da “Alonso” seguiu prisioneira. É quase toda boliviana. A lancha seguiu
rebocada pelo “Solimões” e vai
prestar aos acreanos importantes serviços, pois é toda de aço, de fundo raso,
muito veloz e está armada em guerra, com canhões de tiro rápido e
metralhadoras. É bom dizermos que a “Alonso”
foi mandado construir em Londres pelo governo boliviano, exclusivamente para a
navegação do Rio Acre. O armamento que os vapores da Expedição Acreana
receberam nas águas do Purus, compõe-se do seguinte:
‒ Vapor “Solimões”:
200 espingardas Mauser com 40.000 tiros; 200 rifles Winchester de 18 tiros com
60.000 tiros; um canhão revólver; uma metralhadora Nordenfeldt e um canhão de
tiro rápido, com grande quantidade de munição;
‒ Aviso “Ruy
Barbosa”: este comboiava o “Solimões”
e levava duas metralhadoras e dois canhões de tiro rápido e muita munição. A
guarnição de ambos os navios ia completa;
‒ Cruzador “General
Tibúrcio”: dois canhões de tiro rápido; um canhão revólver e duas
metralhadoras Nordenfeldt. Neste cruzador iam 150 patriotas armados com Mauser,
levando 40.000 tiros; 300 rifles Winchester de 18 tiros com 60.000 balas; 100
Comblains ([4]) com 20 000 balas. O “General Tibúrcio” é o antigo vapor “Normandia”, muito conhecido neste porto e que já serviu de
transporte de guerra no Rio Grande do Sul, numa das revoluções abortadas. Este
cruzador ia comboiado pelo Aviso “Serzedello
Correia”, convenientemente armado com canhões de tiro rápido e
metralhadoras Nordenfeldt. Ambas as guarnições iam completas.
A Expedição transportava víveres para 2.000
homens em cinco meses, ambulância e boa farmácia. As forças da Expedição,
reunidas às que já se achavam no Acre, formavam um efetivo total e 3.500
homens. [...] (A IMPRENSA, N° 807)
A Imprensa, n°
809
Rio,
RJ – Quarta-feira, 19.12.1900
O
Acre
A Expedição dos Patriotas
A maior parte das Forças embarcadas nos navios, a
que fizemos referência em nosso artigo de anteontem, é composta de acreanos que
se achavam no Pará ([5]) e em Manaus cuidando dos seus interesses. A tripulação militar do
Aviso “Ruy Barbosa” compõe-se, além
da guarnição, de 39 patriotas das Forças de Terra, comandados por um Capitão de
Guerrilhas e armados de espingardas Mauser, dispondo de uma metralhadora. A
tripulação do Aviso “Serzedello Correia”
compôs-se de 20 patriotas das Forças de Terra, comandados por um Tenente de
Guerrilhas e igualmente providos de espingardas Mauser e de uma metralhadora. Os
elementos bélicos de que dispõem as Forças Acreanas foram obtidos diretamente
do estrangeiro, mandados vir pelo Coronel Rodrigo de Carvalho, por intermédio
de quatro casas importantes desta praça, as quais se encarregaram de embarcar
as armas no porto indicada por aquele chefe.
A Expedição levou todo o material de escrituração
que julgou necessário códigos, constituição e leis brasileiras, que se farão adotar na região do Acre. Levou também um prelo, caixas tipográficas, tendo
sido contratado o serviço de dois bons compositores e um impressor para a
publicação do “Diário Oficial”. Fazem
parte da Expedição os seguintes chefes:
Coronel Manuel Odorico de Carvalho,
Coronel João Passos de Oliveira e Tenentes-coronéis Raymundo Barbosa Leite,
Gastão de Oliveira e Antonio Passos de Sant’Anna.
Estes chefes gozam do maior prestígio no Acre,
tendo figurado à frente da Revolução desde o seu início, quando Luiz Galvez deu
o primeiro grito contra a dominação boliviana. Os capitais necessários para
levar a efeito esta nova Expedição foram obtidos, parte nesta praça, e parte
nas do Pará e Amazonas, tendo a Revolução que pagar juros de 12% ao ano e
comissão de 10% aos intermediários.
Para garantir o capital de empréstimo foram
feitas hipotecas de dois seringais do Acre. Desejando conhecer o representante
da “Imprensa” qual seria a exigência
que imporiam os acreanos à Bolívia, no caso de conquistarem a vitória, o
Coronel Rodrigo de Carvalho informou:
‒ Assinaremos o Tratado de Paz mediante as
seguintes condições que constituem os limites naturais ‒ margem esquerda do
Beni até a foz do Madre de Dios e toda a margem esquerda até os limites da
Bolívia com o Peru.
Desta maneira, o Brasil ganhará todo o Rio
Orton e seus afluentes, o Talmamann e o Mapuripe e metade do Abuman, em ambas
as margens. (A IMPRENSA, N° 809)
Bibliografia
A IMPRENSA, N° 807. O Acre – Organização da Resistência –
Brasil – Rio de Janeiro, RJ – A Imprensa, n° 807, 17.12.1900.
A IMPRENSA, N° 809. O Acre ‒ A Expedição dos Patriotas –
Brasil – Rio de Janeiro, RJ – A Imprensa, n° 809, 19.12.1900.
PACOTILHA, N° 42. A Propósito do Acre ‒ Revelações de Galvez
‒ Brasil ‒ São Luís, MA ‒ Pacotilha, n° 42, 19.02.1900.
Solicito Publicação
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de
Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) (2000 a 2012);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com
[1] Indigitado:
apontado.
[2] Increpou:
censurou.
[3] Cruzador “Wilmington”, comandado pelo
Capitão-de-Fragata Chapman Coleman Todd.
[4] A Comblain teve
uma longa e curiosa história no Exército Brasileiro. Vencedora de uma
competição na qual foram testados 12 modelos diferentes de armas, era baseada
em um modelo usado pela Guarda Cívica belga, apesar de ter notáveis diferenças
com relação à ela, gerando um modelo genuinamente Brasileiro, apesar de ter
sido fabricado por um consórcio de fabricantes belgas. (www.armasbrasil.com)
[5] Pará: Belém do
Pará.
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H