Sexta-feira, 22 de outubro de 2021 - 06h00
Bagé, 22.10.2021
Com o apoio da 17ª Brigada de Infantaria de
Selva, Porto Velho, RO, partimos em comboio de duas viaturas, no dia
24.09.2019, por volta das 07 horas da manhã, de Cacoal com destino ao Forte
Príncipe da Beira (FPB), localizado às margens do Rio Guaporé no Município de
Costa Marques.
“Nossa casa está queimando.
Literalmente. A floresta amazônica, pulmão que produz 20% do oxigênio do nosso
planeta, está em chamas. Isso é uma crise internacional. Membros do G7, vamos
discutir essa emergência de primeira ordem em dois dias”. (Emmanuel Macron)
Neste deslocamento de 435 km, e depois de 770
km do FPB à Porto Velho, não avistamos nenhum sinal das propaladas queimadas do
enlouquecido presidente francês Emmanuel Jean-Michel Frédéric Macron e
referendadas pela esquerda festiva tupiniquim. Chegamos ao Forte Príncipe da
Beira (FPB) logo no início da tarde e fomos alojados no Hotel de Trânsito do 1°
Pelotão Especial de Fronteira (1° PEF), comandado pelo 1° Tenente de Infantaria
Daniel Marques Cunha. O 1° PEF é subordinado ao 6° Batalhão Especial de
Fronteira (6° BIS), sediado em Guajará-Mirim, RO. Nesta mesma tarde fomos
reconhecer algumas construções do “Labirinto”
ao Norte da estrada, de 30 km de extensão, que liga a sede do município de
Costa Marques ao FPB.
O chamado “labirinto”, nada mais é que uma rudimentar estrutura construída nas
proximidades do FPB, formada por paredes de pedra unidas com argila, sem
qualquer elemento de liga, de forma extremamente irregular formando trilhas
dentro das quais existem pequenas e arcaicas estruturas.
O “Labirinto”
se estende pelos dois lados da estrada. A área Meridional se prolonga até as
proximidades da Baía Redonda que se comunica com o Rio Guaporé e onde
encontramos, em profusão, o cauxi (Porifera Demospongiae), que é um importante
elemento antiplástico (de liga) e que poderia ter sido utilizado tanto na
construção do “Labirinto” como no
FPB. Não é preciso ser um especialista para verificar que as técnicas da
construção não têm nenhum traço em comum com a engenharia lusa ou espanhola.
Podemos arriscar a afirmar, já que não houve
nenhum levantamento realmente científico na área, que esta primitiva
arquitetura seria uma prova da passagem dos povos que habitavam a América
pré-colombiana fugindo dos cruéis colonizadores espanhóis.
Estes sítios arqueológicos, que apresentam
largas valas construídas pela mão humana, são, via de regra, formados por uma
ou várias valas e morrotes adjacentes interligados, com profundidades que
alturas de 1,5 m a 4 m e, excepcionalmente, de 50 a 500 m, e mais raramente
ainda ultrapassando os 1.000 m. Estes vários sítios arqueológicos encontrados
de forma descontínua, se estendem por uma área de 200.000 km2 nos
estados do Amazonas, Acre e Rondônia e na Província do Beni (Bolívia).
Estas construções são popularmente conhecidas
como “geoglifos” no Brasil, “zanjas circundantes” na Bolívia ou
genericamente como “earthworks”.
Concordo plenamente com a arqueóloga Denise Pahl Schaan, ex-Professora do
Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Pará que afirmava que
os “geoglifos” teriam sido
construídos com propósito religioso, por comunidades dispersas que se
encontravam sazonalmente para a construção de tais estruturas.
25.09.2019
Retornamos ao labirinto de manhã, guiados
pelo esclarecido Sr. Elvis Pessoa, Presidente da Associação Quilombola do Forte
e do fidalgo 2° Tenente Dentista e Historiador Rafael Moreira de Almeida. À
tarde, com o 2° Ten Moreira visitamos os petróglifos do Guaporé gravados nas
rochas de um ilhote do Rio Guaporé, a antiga Guarda de Santa Rosa (1753), que
depois foi Presídio de Nossa Senhora da Conceição (1759 ou 1760) e atualmente
Forte de Bragança (1767 ou 1768), de lá, acompanhado do Moreira fiz uma visita
ao FPB. À margem esquerda do Guaporé, lado boliviano, avistávamos densas
nuvens de fumaça provocadas pelas queimadas, A mídia nacional e estrangeira e o
tresloucado Macron calam-se convenientemente. As exportações bolivianas não
preocupam a economia francesa.
Homenagem
Póstuma a Denise Pahl Schaan
(revistapesquisa.fapesp.br/2018/03/07)
Morreu no sábado (03.03.2018),
aos 56 anos, em decorrência de complicações desencadeadas por uma esclerose
lateral amiotrófica, a arqueóloga gaúcha Denise Pahl Schaan.
Formada em história pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul [UFRGS], a pesquisadora mudou-se para
Belém, no Pará, em 1997, com o objetivo de estudar coleções de cerâmica
Marajoara do Museu Paraense Emílio Goeldi. Denise trabalhava no Departamento
de Antropologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), dedicando-se ao
desenvolvimento de pesquisas em antropologia na Amazônia voltadas ao estudo de
sociedades complexas, ecologia histórica, arqueologia da paisagem, antropologia
sonora e visual, etnografia audiovisual, gênero, patrimônio cultural e arte.
Mestre em história pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
[PUCRS] e doutorada em antropologia social pela Universidade de Pittsburgh, nos
Estados Unidos, ela também fazia etnografia audiovisual, produzindo filmes
documentais e roteiros. [...]
A arqueóloga escreveu ao todo 14
livros, mais de 40 artigos, cerca de 40 capítulos de livros, entre outras
produções acadêmicas. Dentre suas principais pesquisas, destacam-se as com
geoglifos, grandes desenhos feitos no solo da floresta por culturas
pré-colombianas. Os resultados de um desses trabalhos, publicado em 2011,
ajudaram a ampliar a cronologia da cultura amazônica sobre o fenômeno. [...] Ela
também se dedicou à ocupação pré-histórica na região do alto rio Anajás, tendo
descoberto nove sítios arqueológicos da cultura marajoara e estudou indícios de
povoamentos na região de Santarém e Belterra, no Pará, onde encontrou sinais de
povoações antigas em platôs, longe dos grandes rios. Seus achados indicaram a
possibilidade de terem existido sociedades amazônicas pré-colombianas
hierárquicas vivendo à base de manejo da pesca, uma estrutura social que
habitualmente se considera associada à agricultura. [...]
Solicito Publicação
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas,
Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) (2000 a 2012);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da Academia
de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
· E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
Galeria de Imagens
* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
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