Segunda-feira, 6 de setembro de 2021 - 08h14
Bagé, 06.09.2021
(Augusto dos Anjos)
A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença.
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança. [...]
A
cada virada de ano renascem as esperanças, esboçamos novos projetos, traçamos
novas metas, visamos novos objetivos, enfim, encaramos com coragem e
determinação os novos desafios.
A
cada dia que passa, algumas dessas perspectivas são alcançadas, para nosso
júbilo, e, infelizmente, não raras vezes, percorrendo os tortuosos, soturnos e
insondáveis labirintos do destino, o fracasso cruel desponta nos trazendo
profundo desalento.
Academia de Letras de Rondônia (ACLER)
Na
minha quarta jornada pelos amazônicos caudais, desci de caiaque os Rio Madeira
e Amazonas, com meu filho João Paulo, desde Porto Velho, RO, até Santarém, PA
(22.12.2011 a 15.02.2012). Foram 2.000 km de pura magia e deslumbramento.
Em
Porto Velho, tive a honra e o privilégio de conhecer e entrevistar o Professor,
Historiador e Escritor Doutor Dante Ribeiro da Fonseca, da Universidade Federal
de Rondônia, com quem venho mantendo, desde então, uma salutar correspondência.
No
início deste ano, graças à proposta do Professor Dante, passei a fazer parte da
ACLER, como registra a ata de 22.01.2014:
Em reunião realizada no dia 22.01.2014 a Assembleia Geral da ACLER
decidiu por unanimidade aprovar a proposta de admissão do Coronel de Engenharia
Hiram Reis e Silva, que passa desde já a compor seu quadro de associados
correspondentes. [...]
Essas obras resultam de um ambicioso projeto denominado “Desafiando o Rio-Mar” através do qual nosso
novo associado tem percorrido, conhecido e descrito a realidade de todos os
afluentes do Rio Amazonas. O Acadêmico Hiram Reis e Silva ocupará a cadeira de
número 41, sob o patronato de Emilie Snethlage ([1]). (acler.com.br)
Marçal, meu Fiel e Desassombrado Escudeiro
No
alvorecer deste ano, eu ainda trazia no coração e na mente as gratas lembranças
de minha sexta jornada pelos amazônicos caudais – singrara, em outubro de 2013,
as belas águas cor de esmeralda do Rio Tapajós, onde contei, pela quarta vez,
com o apoio fundamental de meus intimoratos escudeiros Cabo Mário Elder
Guimarães Marinho e do Soldado Marçal Washington Barbosa Santos, valorosos
guerreiros do Grupo Fluvial do 8°BEC (Santarém, PA). Infelizmente, no dia 28 de
fevereiro do corrente ano, tomei conhecimento de que meu valoroso parceiro
Marçal estava sendo dispensado das fileiras do Exército. Tive a honra e o
privilégio de conviver com este destemido e arrojado guerreiro, nas descidas de
caiaque pelo Rio Amazonas (851 km), Rio Madeira (2.000 km) e Rio Juruá (3.950
km) além da circunavegação do Baixo Tapajós (630 km). Em cada uma destas
etapas, o Marçal jamais refugou os grandes desafios que lhe propus. Foi com
enorme alegria que o vi transformar-se de espectador em protagonista
acompanhando-me galhardamente, de caiaque, na descida dos quase 4.000 km que
nos separavam a comunidade da Foz do Breu, fronteira do Acre com o Peru, até
Manaus. Considero-o, sem sombra de dúvida, um dos melhores profissionais com
quem já tive a oportunidade de conviver desde que incorporei à minha alma, meu
sangue, músculos e nervos a augusta farda verde-oliva, em fevereiro de 1972, na
gloriosa Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Se fosse chamado, algum
dia, para comandar uma árdua missão, fosse qual fosse, nos ermos sem fim, sob
quaisquer condições de terreno ou meios, certamente eu o chamaria, mais uma
vez, para compor minha equipe.
Obrigado,
amigo Marçal, por tudo e esteja certo de que nossa amizade permanecerá viva,
independentemente da enorme distância física que separa os Estados do Pará e
Rio Grande do Sul. Sede muito feliz na tua nova marcha, na bela Aveiro,
assentada à margem direita do formoso Tapajós, junto à sua querida esposa
Jamily e sua mimosa filhinha Carmem.
Centenário da Expedição Roosevelt-Rondon
É muito melhor arriscar coisas
grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se à derrota, do que
formar fila com os pobres de espírito, que nem gozam muito, nem sofrem muito,
porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota. (Theodore
Roosevelt)
Pois
bem, recebi no dia 28 de fevereiro, curiosamente no mesmo dia da baixa do
Marçal, como se a providência divina conspirasse para neutralizar meu
desalento, um e-mail do Dr. Marc André Meyers que me informava estar planejando
uma histórica e oportuna homenagem ao Centenário da Expedição Roosevelt-Rondon.
Respondi, no mesmo dia, que estava pronto, “De
Pé e à ordem” para cumprir esta épica missão que pretendia percorrer o
trajeto fluvial da Expedição Científica Roosevelt-Rondon. A saída seria da
Fazenda Baliza, na fronteira de Pimenta Bueno e Vilhena, e sua conclusão na
confluência do Rio Roosevelt com o Rio Aripuanã. Espero que o Exército
Brasileiro se alie a esta homenagem, mais que merecida ao Marechal da Paz e ao
ex-Presidente Roosevelt, concebida pelo Dr. Meyers. Para aqueles que não o
conhecem, vamos apresentar parte do seu currículo:
Currículo
do Doutor Marc André Meyers
O Professor Doutor Marc André Meyers é brasileiro, natural de Belo
Horizonte, nasceu em 10.08.1946, filho de doutor Henry Meyers e de dona Mariana
Meyers, vindo para a cidade de João Monlevade, na primeira semana de vida.
Desde criança, foi fascinado pela metalurgia.
É ex-aluno de escolas públicas de João Monlevade. Formou-se em Engenharia
Mecânica pela UFMG e foi escolhido, no último ano, como Monitor da Cadeira de
Metalurgia Física e melhor aluno dessa matéria em uma classe de oitenta
estudantes. Fala cinco idiomas, possui seis cursos de graduação em
Administração, em Universidades Americanas. É Doutor em Metalurgia Física pela
Universidade de Denver. [...]
Materiais
Bioinspirados
Nos últimos anos, enveredou por nova área de investigação científica e
materiais biológicos. [...] Foi também o autor do primeiro trabalho científico
sobre as propriedades mecânicas do bico do tucano, que é um material complexo
otimizado para peso e resistência à flexão. Este trabalho foi inspirado por uma
viagem que o professor Marc fez a Diamantina quando adolescente.
Enquanto seu pai caçava perdizes, ele se repousou em uma mata observando
os tucanos nas copas das árvores. Por acaso encontrou um esqueleto. Ao levantar
o bico, surpreendeu-se com o peso baixíssimo e relativa resistência a flexão. Este
trabalho suscitou o interesse de diversas publicações de divulgação científica
e um artigo foi publicado em dezembro 2006 pela National Geographic. (Fonte:
www.pmjm.mg.gov.br)
Nova Morada
Desde
06.05.2011 que eu e meus irmãos estamos tentando regularizar o imóvel herdado
de nossos pais. Os nebulosos meandros judiciários só foram plenamente
contornados no primeiro semestre de 2015. Acompanhou-nos neste périplo o
Arquiteto Sólon, interessado na compra de nosso patrimônio. Tivemos a grata
ventura de encontrar nele muito mais que um empresário, mas um ser humano
diferenciado, um facilitador que não poupou esforços para que conseguíssemos
adquirir nossa nova morada antes mesmo de regularizar a documentação da venda
da anterior. Estamos agora instalados em Ipanema, nas proximidades do Guaíba,
um Bairro realmente residencial, com uma vizinhança encantadora. O Brasil
acompanha estarrecido os inúmeros escândalos envolvendo a PETROBRAS. A estatal
que há cinco anos era a 12° maior empresa do mundo, caiu, em 2013, para 48°
lugar e hoje ocupa um sofrível 120°, graças às inúmeras falcatruas e péssima
gestão capitaneada por um desgoverno acéfalo e despreparado. A instituição dos
“propinodutos” propaga-se como uma
pandemia e mina a administração pública nacional. Inúmeras vezes, funcionários
públicos dos mais diversos escalões envolvidos na venda de nosso imóvel
sugeriram algum tipo de “prêmio” para
agilizarem o processo que se arrastava indefinidamente. A venda tinha como
objetivo, e isto consta da ação, quitar parcialmente as altas despesas que
tenho com o tratamento da esposa, há quase onze anos e que minaram totalmente
minhas finanças. Infelizmente os juízes que trataram do assunto jamais deram a
devida prioridade ao nosso caso tratando-o como uma venda de imóvel comum.
Os
encaminhamentos errados e as decisões equivocadas provocaram atrasos que nos
fizeram ir ao encalço de empréstimos cada vez mais onerosos, mas nada disso
pareceu influenciar o ânimo de nossos magistrados, que ao contrário dos simples
mortais, tem direito a magníficos salários e inúmeros recessos.
Conclusão
Uma
série de outros eventos importantes relativos à descida e pesquisas na Laguna
dos Patos e Lagoa Mirim, a possível publicação da coleção Desafiando o Rio-mar
(nove livros), em 2015, embora aguardem confirmação nos estimulam a prosseguir,
pois constatamos que, aos poucos, nosso trabalho começa a receber maior
visibilidade e reconhecimento. O convite do Dr. Meyers me emocionou muito e, se
realmente vier a se concretizar, será uma maneira de participarmos pessoalmente
da homenagem àquele que considero a maior figura humana das Américas – Rondon –
o Marechal da Paz.
Solicito Publicação
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de
Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) (2000 a 2012);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
· E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
[1] Emilie Snethlage: A ornitóloga alemã Henriette Mathilde Maria
Elisabeth Emilie Snethlage (1868-1929) desenvolveu sua carreira científica no
Brasil, trabalhando no Museu Paraense Emilio Goeldi e no Museu Nacional do Rio
de Janeiro. Um dos pontos altos da sua obra científica foi o “Catálogo das aves amazônicas”, publicado
em 1914. Outro foi a travessia que realizou a pé, acompanhada apenas por guias
nativos, entre os Rios Xingu e Tapajós, em 1909, percorrendo um território até
então desconhecido. A historiografia das ciências no Brasil apresenta, até
agora, poucos exemplos da atuação feminina no campo das ciências naturais antes
da fundação das universidades na década de 1930. A análise da trajetória de
Emilia Snethlage, articulando questões de história das mulheres e o estudo das
formas de inserção da cientista em redes institucionais e sociais, poderá
contribuir para o melhor entendimento de campos historiográficos pouco
percorridos. (JUNGHANS)
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H