Quarta-feira, 2 de junho de 2021 - 06h00
Bagé, 02.06.2021
Expedição
Centenária Roosevelt-Rondon
1ª Parte – IX
Theodore Roosevelt –
III
O Paiz, n° 10.604 ‒
Rio de Janeiro, RJ
Domingo, 19.10.1913
Roosevelt
A Sua Visita ao Brasil
O programa da
recepção nesta capital ainda não está definitivamente assentado ‒ Telegrama do
Sr. Ministro do Exterior para a Bahia ‒ Em vez de três dias, espera-se que
Roosevelt demore-se uma semana no Rio de Janeiro ‒ Excursão com Senadores e Deputados
à Tijuca e à Gávea ‒ Chegada do eminente estadista à Bahia ‒ O povo o recebe
com entusiasmo ‒ Discursos de Roosevelt ‒
Últimas notas.
[...]
Constando que era, intenção do ilustre estadista “Yankee” demorar-se apenas três dias entre nós, seguindo logo depois
para S. Paulo, somos informados de que o Sr. Ministro das Relações Exteriores
telegrafou para a Bahia, perguntando-lhe se não seria possível dilatar esse
prazo, aqui ficando uma semana. Se a resposta do ilustre viajante for favorável,
é possível que tenha ensejo de poder apreciar com mais segurança os nossos
progressos materiais e econômicos e o grau de elevação da nossa cultura
intelectual no convívio dos nossos homens mais notáveis nas ciências, nas
letras e na política.
É assim
provável que, no mesmo dia em que o Sr. Lauro Müller oferecer ao Sr. Roosevelt,
em nome do Governo, uma “Garden Party”
no Jardim Botânico, faça S. Ex., em companhia de diversos Senadores e
Deputados, uma pitoresca excursão pela Tijuca e pela Gávea. [...] Os excursionistas
almoçarão no Alto da Tijuca e depois de passearem os pontos mais dignos de
admiração dessa deliciosa serra, descerão pela estrada da Gávea até ao Jardim
Botânico, onde encontrarão já reunida toda a alta sociedade carioca. [...] Como
se verá do telegrama que abaixo publicamos, o Sr. Roosevelt foi condignamente
recebido na Bahia, associando-se todas as classes sociais às demonstrações de
apreço promovidas pelos poderes públicos do Estado. [...]
S.
SALVADOR, 18.12.1913
Chegou
hoje, a bordo do paquete “Van Dyck”,
que amanheceu no porto desta cidade, o Coronel Theodore Roosevelt,
Ex-presidente dos Estados Unidos da América do Norte, acompanhado de sua
comitiva.
Às 07h00,
a bordo do iate “Dois de Julho”,
dirigiram-se a bordo daquele paquete o Dr. J. J. Seabra, Governador do Estado;
representantes do mundo oficial e o cônsul americano nesta cidade, apresentando
as boas-vindas ao ilustre viajante e sua comitiva. Após os primeiros
cumprimentos, os ilustres excursionistas transportaram-se para bordo do iate “Dois de Julho”, tomando este a direção
do Arsenal de Marinha, onde se efetuou o desembarque. Todos os navios surtos ([1])
neste porto embandeiraram em arco ([2]).
Apesar da hora, o Arsenal de Marinha e suas circunvizinhanças achavam-se
repletos de povo, desembarcando o Sr. Roosevelt e sua comitiva, às 08h00. Por
essa ocasião prestou continências ao eminente estadista o 3° Corpo de Polícia,
tendo o povo prorrompido ([3])
em aplausos e aclamações ao Sr. Roosevelt. Foi, então, organizado um imponente
cortejo de 40 automóveis, que tomaram direção do Palácio do Governo. O Sr.
Roosevelt seguiu em “landau” ([4]),
do Estado, em companhia do Dr. J. J. Seabra, Governador do Estado; Dr. Júlio
Brandão, Intendente e do representante do General João José da Luz, Inspetor da
7° Região Militar, com sede nesta capital, sendo o “landau” escoltado por um Esquadrão de Cavalaria. Durante o trajeto,
o Sr. Roosevelt foi constantemente aclamado. Em, frente ao Palácio do Governo
prestou continências ao ilustre Ex-chefe de Estado o 1° Corpo de Polícia. Após
um pequeno descanso, foram servidos doces e chocolate aos ilustres hóspedes,
organizando-se, em seguida, um cortejo, que percorreu as obras da Avenida 7 de
Setembro, indo até o arrabalde da Graça, voltando depois à cidade, visitando o
Sr. Roosevelt e sua comitiva a igreja de S. Francisco e a Faculdade de
Medicina. Este último estabelecimento, cujas dependências foram detalhadamente
percorridas pelo Sr. Roosevelt, recebeu de S. Exª calorosas referências,
dizendo S. Exª ser, no gênero, um dos melhores do mundo.
Sempre
acompanhado do Dr. J. J. Seabra, do Dr. Júlio Brandão e de outra autoridades
estaduais e municipais, dirigiu-se o Sr. Roosevelt ao edifício do Conselho
Municipal, onde assistiu à sessão solene, realizada em sua honra.
Nesse
estabelecimento achavam-se representantes de todas as classes sociais, da
imprensa e diversas famílias da elite baiana, sendo o Sr. Roosevelt muito
aclamado à sua chegada. [...] Agradecendo, disse o Sr. Roosevelt lamentar não
conhecer a língua portuguesa, a fim de dirigir palavras ao povo baiano
manifestando a sua gratidão pelo feliz acolhimento que aqui teve, e também por
parte do Governo do Estado, sentindo-se ainda penhorado pela saudação que lhe
dirigiu o Dr. Francisco de Castro Rebello, devendo confessar que em toda a sua
vida político social tem encontrado todo o auxílio por parte da classe médica.
Em seguida, S. Exª fez referências à Bahia, salientando a sua remodelação,
dizendo que este Estado, que conhece agora, pessoalmente, já o conhecia de
nome, pelas suas riquezas, fazendo, referências, também ao seu Governo e
terminando em dirigir uma saudação ao Estado da Bahia, nas pessoas do Dr.
Seabra, seu Governador, e do Dr. Júlio Brandão, Intendente de S. Salvador. Ao
terminar o seu brilhante discurso, o ilustre excursionista foi delirantemente
aclamado pela numerosa e seleta assistência. Após a sessão solene do Conselho
Municipal, em bonde especial, acompanhado de mais seis bondes repletos de povo,
dirigiu-se o eminente estadista, em companhia de todas as autoridades estaduais
e municipais, ao edifício do Instituto Normal, onde tomou parte no banquete de
200 talheres, oferecido em sua honra. [...] (O PAIZ, n° 10.604)
O Paiz, n° 10.605 ‒
Rio de Janeiro, RJ
Segunda-feira, 20.10.1913
A Sua Chegada Hoje ao
Rio de Janeiro
Welcome Sir Theodore
Roosevelt
O Rio de
Janeiro vai ter hoje a honra de hospedar o Sr. Theodore Roosevelt. Raros homens
de Estado têm sido mais discutidos e atacados do que o Ex-presidente dos
Estados Unidos.
A sua
nomeada, hoje mundial, é em boa parte devida ao grande ruído que muitas vezes
se há feito em torno de sua personalidade, quer como político eminentemente
ousado e franco em suas ações e modos de pensar e sentir quer como sociólogo e
cientista, um tanto original nos seus conceitos e nos seus escritos, quer
pessoalmente, como simples cavalheiro, dotado de qualidades muito distintas e
recomendáveis de coração e de caráter.
O Brasil
político e o Brasil intelectual vão agora apreciá-lo de perto; e, estamos
certos, a impressão que há de deixar entre nós, bom amigo que se tem mostrado
sempre do nosso País, há de ser a mais agradável e auspiciosa, consolidando
ainda mais a velha simpatia que nos liga à sua gloriosa Pátria.
Como uma
amostra do grande valor moral e intelectual do ilustre estadista que nos vai
honrar com a sua visita, publicamos hoje o mais famoso de seus discursos. Essa
notável peça oratória, seguida, meses depois das memoráveis mensagens que
dirigiu ao Congresso Norte-Americano, em 04.01.1904 e 06.12.1904, provocou os
mais calorosos e variegados ([5])
comentários por parte dos grandes órgãos da imprensa europeia e alguns da
sul-americana, tendo também levantado acesas polêmicas no próprio jornalismo “Yankee”. À 30.04.1903, escreve um dos
seus mais impenitentes adversários, ao se inaugurar a Exposição S. Luiz, o Sr.
Roosevelt pronunciou um discurso, que não pôde passar sem os mais severos e
meditados comentários.
Nenhuma
das suas numerosas orações, como Presidente dos Estados Unidos, indica com mais
propriedade o estado de espírito atual do povo americano. Nenhuma sintetiza
mais completamente o seu orgulho do passado e a sua confiança no futuro.
Nenhuma poderia mais fielmente fazer compreender as tendências do Presidente e
as da grande Nação, de que era, ao mesmo tempo, o eleito, o representante mais
autorizado, a personificação mais absoluta!
Na
verdade, o que querem demais a mais os Estados Unidos é se tornarem uma das
maiores potências e, talvez mesmo, a maior potência do Universo. E para
alcançar esse fim, estão prontos a tudo arriscar; e, contra aqueles que se
insurgem contra os seus planos, o Sr. Roosevelt está sempre disposto a
responder que a expansão continua é uma lei natural de todo o organismo vivo, e
que, seguir essa lei, é dar prova de uma sabedoria maior que a maior sabedoria
daqueles que julgam ser mais sábios, mostrando-se menos ousados.
É ele
ainda quem nos afirma que não é só a audácia que o povo americano deve os seus
sucessos passados, e deverá, sem dúvida, os futuros no seu incessante trabalho
de expansão territorial; mas, à excelência das suas instituições, que são aos
olhos dos americanos, como afirma Hanser, as melhores que se possam sonhar,
instituições que seria até legítimo e caridoso impor ao mundo inteiro,
impondo-lhe com o mesmo golpe, como meio de alcançar a felicidade completa, “a dominação americana!”
Eis a
famosa peça oratória do Ex-presidente, ao abrir a exposição de S. Luiz, peça em
que, desde as primeiras palavras, se sente o vibrar incessante do mais intenso
amor à sua grande e gloriosa Pátria:
Nós estamos reunidos aqui para celebrar o centésimo aniversário do
acontecimento capital, que, mais do que nenhum outro, desde a fundação deste
Governo [abstração feita, bem entendido, das lutas pela sua conservação],
determinou o caráter da nossa vida nacional, determinou que seríamos uma grande
potência sempre em expansão, em lugar de um País relativamente pequeno e
estacionado. Não foi, na verdade, com a aquisição da Luisiana, que começou a
nossa carreira de expansão. Em meio da guerra, da Revolução, a região de
Illinois, que compreende os Estados atuais de Illinois e de Indiana, foi
acrescentada ao nosso domínio pela força das armas e consequência da expansão
aventurosa de George Rogers Clark e de seus mosqueteiros da fronteira. Os
Tratados de Jay e de Pinckney, mais tarde, estenderam de uma maneira importante
os novos domínios para o Oeste. Mas, nenhum destes acontecimentos teve um
caráter muito notável para ferir a imaginação popular.
As
antigas Treze Colônias tinham sempre reclamado o direito de se estender para
lado de Oeste, em direção ao Mississipi, e por mais vagas que fossem essas
pretensões, até que a conquista a ocupação e a diplomacia as tivessem feito
boas, não contribuíram menos para dar impressão de que os movimentos do nosso
povo para o Oeste não eram mais do que uma maneira muito natural de preencher
um domínio nacional já existente. Mas, não podia haver nenhuma ilusão
relativamente a aquisição do vasto território, que, além do Mississipi, se
estendia naquele rumo, e que era já então conhecido pelo nome de Luisiana.
Nenhum de nós tinha em tempo algum reivindicado dele um só polegar. A sua
aquisição não podia, de modo algum, ser considerada como cumprimento de
reivindicações já existentes.
Quando
fizemos demonstrar, da maneira a mais evidente, que, uma vez por todas e de
propósito deliberado, teríamos de embarcar em uma carreira de expansão, e que
tínhamos tomado de todo um lugar entre essas nações empreendedoras e ousadas
que sabem arriscar muito com a esperança e o desejo de ocupar um posto
importante entre as grandes potências do Universo. E, como acontece muitas
vezes, na natureza, a lei desenvolvimento natural de todo o organismo vivo se
afirmou por seu turno na própria obra, provando que ela era mais sábia que a
sabedoria dos mais sábios... Nunca, antes disso, o mundo tinha visto uma
expansão do gênero da que se deu à nossa nação toda esta parte do continente
americano, que se acha a Oeste dos nossos treze Estados primitivos. Nosso
triunfo na marcha da nova expansão ficou indissoluvelmente ligado ao sucesso de
nosso sistema particular de Governo Federal.
Quando os
nossos antepassados se reuniram para chamar à existência esta nação,
empreenderam uma tarefa que não tinha um precedente sequer para encorajar. O desenvolvimento
da civilização desde os períodos mais remotos parecia estabelecer a verdade
destas duas proposições: primeiro, que tinha sido sempre muito difícil
assegurar ao mesmo tempo em um Governo a liberdade e a força; segundo, que
tinha sido demonstrado, como quase impossível para uma nação, engrandecer sem
se desmembrar, ou sem se tornar uma tirania centralizada. Do sucesso de novos
esforços para combinar uma união nacional, forte, real e capaz de reprimir toda
a desordem no interior, de salvaguardar fora do País a nossa honra e os nossos
interesses, não preciso falar-vos. Esse sucesso foi assinalado e particular
importante; mas não se pode negar que foi sem precedente, atendendo-se a que o
nosso modo de expansão não teve também precedentes.
A história
de Roma e da Grécia sintetiza admiravelmente os dois modos de expansão que
foram empregados nos tempos antigos e que tinham sido universalmente admitidos
como sendo os dois únicos possíveis até o dia em que começamos nós mesmos a
tomar posse, como nação, deste continente. Os Estados gregos realizaram
notáveis feitos de colonização; mas, apenas criada, cada colônia tornava-se
independente da metrópole e era, anos depois, tão susceptível de se tornar sua
inimiga como de ficar sua aliada. O “self-government”
local, a independência local, eram assegurados, mas unicamente pelo sacrifício
de tudo que podia assemelhar-se a uma unidade nacional. O poder e a grandeza
nacionais eram sacrificados à liberdade local. Com Roma, foi exatamente o
contrário, o que aconteceu. A Cidade imperial elevou-se à dominação absoluta a
princípio de todos os povos da Itália, depois estendeu a sua lei sobre todo o
mundo civilizado, por um processo que manteve a nação forte e unida; mas fez
isto sem deixar lugar algum para as liberdades locais e para as administrações
autônomas. Todas as outras cidades e todas as outras nações tornaram-se súditas
de Roma. Em consequência disso, esta grande e magistral raça de guerreiros,
governantes, construtores de estradas e administradores imprimiu o seu cunho
indelével em toda a vida posterior da nossa raça. Ela deixou, portanto, que uma
supercentralização desunisse os elementos vitais do seu Império até que se
tornou uma casca vazia de modo que, quando vieram os bárbaros, estes não
desuniram senão o que já era sem valor para o Mundo.
O vício
inerente a cada um destes sistemas era assaz evidente, e o remédio hoje parece
muito simples: mas, quando os próceres da nossa República formularam a
princípio a Constituição, sob a qual vivemos, ninguém podia predizer como
funcionaria. Eles mesmos começaram quase imediatamente a experiência,
acrescentando novos Estados aos treze primitivos. Excelentes espíritos na parte
Este de nossa Nação viam com grandes sustos esta expansão inicial do País. Do
mesmo modo que durante o período colonial, muitos bravos cidadãos da mãe Pátria
consideravam como coisa importante que os peões fossem excluídos do Vale do
Ohio no interesse das companhias, também muita gente boa da costa do Atlântico,
quando nos tornamos uma nação, sentia graves apreensões e receava ser levada
pela extensão do País para as bandas de Oeste.
Não
faltou quem sacudisse a cabeça a propósito da formação de novos Estados no
fértil Vale do Ohio, que é hoje uma parte do próprio coração do País, e
declarasse que iríamos até a destruição da República quando, pela aquisição da
Luisiana, acrescentamos à nossa Pátria o que é hoje a metade do seu território.
E nesse sentimento nada havia que não fosse natural. Só se pôde pedir aos que
são ousados, aos que veem longe, experimentar o sistema de expansão, porque o
País que engrandece é um País que entra em uma grande carreira, e, com a sua
grandeza veem necessariamente perigos que aterrorizam a todo mundo, salvo os
homens de grande coragem.
Nós nos
temos engrandecido retalhando a selvageria em territórios e fabricado com esses
territórios novos Estados quando receberam, na qualidade de residentes
permanentes um número bastante de indivíduos de nossa própria raça. Sendo uma
nação prática, nunca experimentamos impor a seção alguma de no nosso território
uma forma não apropriada de Governo, unicamente porque essa forma convinha a
outras regiões, que se achavam em condições diferentes. Do território coberto
pela antiga Luisiana, por exemplo, uma só porção recebeu, no fim de alguns
anos, o privilégio de se constituir em Estados; enquanto uma outra parte não
tem ainda obtido este favor, bem que um século se haja escoado desde a sua
aquisição, bem que sem dúvida seja em breve chamada a obtê-lo. Em cada um
desses dois casos, temos mostrado o gênio prático da nossa Nação dividindo os
métodos segundo as necessidades, não insistindo pela aplicação igual de algum
plano abstrato a todas as nossas novas concessões, por mais incongruente que
pudesse parecer em certos casos uma tal aplicação. Nossa população se espalhou,
todavia, sobre a maior parte dos territórios, em uma proporção tão
considerável, que pudemos, no correr do século XIX, formar Estados sobre
Estados, provido cada um de uma completa independência local relativa ao que
diz respeito unicamente aos seus próprios interesses domésticos.
Essa
independência é idêntica à dos treze Estados de origem, ligado todavia cada
Estado novo pela mesma fidelidade à União. Essa maneira de proceder é
essencialmente moderna e de origem puramente americana, enquanto que Washington
via, durante a sua presidência, novos estados entrarem na União, em pé de
completa igualdade com os antigos, cada nação europeia, que possuía colônias,
continuava a administrá-las como dependências, e cada mãe Pátria tratava o
colono não como um igual governando-se por si mesmo, mas como um súdito.
O sistema
de que tivemos a iniciativa foi seguido depois por todas as grandes nações,
capazes ao mesmo tempo, de expansão e de autonomia, e agora o mundo inteiro o
aceita como processo natural, como a regra. Há cerca de 120 anos esse processo
era, não só excepcional, mas, mesmo desconhecido. Tal é, pois, a grande
significação histórica do movimento de contínua expansão, de que a aquisição da
Luisiana foi a prova mais edificante.
Ficará
mesmo assinalada em alto relevo, nos fastos de uma nação, cujos membros foram
tomados por um processo de seleção natural entre os indivíduos mais
empreendedores das diversas nações da Europa Ocidental, a aquisição do nosso
vasto território. Foi, com efeito, não somente a obra dos grandes homens de
Estado, aos quais imediatamente a devemos, mas, também, o resultado do caráter
agressivo e dominador do nosso povo ousado, a cuja inquieta energia deram esses
estadistas uma direção e um fim. E a verdade é que ele tem sempre ido mais
longe do que o conduzem...
Temos o
direito, o mais legítimo, de nos orgulhar dos altos feitos dos nossos
antepassados; mas, seria mostrarmo-nos indignos de ser seus descendentes, se
tomássemos o que eles fizeram por desculpa, para ficar deitados e inativos, em
lugar de ver nisso o encorajamento para nos elevarmos à altura deles, pelos
nossos atos.
Os dias
passados foram grandes, porque os homens que viviam, então, tiveram poderosas
qualidades; a nós outros, mostrando as mesmas, compete tornar também grandes os
novos dias. Devemos ter coragem, resolução, tenacidade, ousadia e fertilidade
de recursos. Armemo-nos de virtudes fortes e viris. Saibamos provar que, além
de termos a consciência do que somos e do que valemos, respeitamos o direito
dos outros.
Em suma,
demonstraremos sempre o nosso horror pela crueza, pela brutalidade, pela
corrupção, tanto na vida pública como na vida privada. Se nos faltarem algumas
dessas qualidades, cairemos miseravelmente; mas, se como eu creio, de nenhuma
delas, estamos privados, procuremos levantar no futuro essas qualidades do
passado a um nível ainda mais alto, e então no século que se inicia, faremos
desta República a Nação mais livre, mais bem constituída, mais justa e mais
poderosa de todas que tem surgido até hoje da noite dos tempos. [...] (O PAIZ,
n° 10.605)
Bibliografia
O PAIZ, n° 10.604. Roosevelt - A Sua Visita ao Brasil – Brasil – Rio de Janeiro, RJ –
O Paiz, n° 10.604, 19.10.1913.
O PAIZ, n° 10.605. Roosevelt - A Sua Chegada Hoje ao Rio de Janeiro - Welcome Sir Theodore
Roosevelt – Brasil – Rio de Janeiro, RJ – O Paiz, n° 10.605, 20.10.1913.
Solicito Publicação
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de
Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor
e Colunista;
·
Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
·
Ex-Professor do
Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) (2000 a 2012);
·
Ex-Pesquisador do
Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
·
Ex-Presidente do
Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
·
Ex-Membro do 4°
Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
·
Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
·
Membro da Academia de
História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
·
Membro do Instituto
de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
·
Membro da Academia de
Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
·
Membro da Academia
Vilhenense de Letras (AVL – RO);
·
Comendador da Academia
Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
·
Colaborador Emérito
da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
·
Colaborador Emérito
da Liga de Defesa Nacional (LDN).
·
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
·
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
[1] Surtos: atracados.
[2] As bandeiras são içadas pelos cabos quase até ao topo dos mastros,
indo um dos seus extremos para a proa e outro para a popa.
[3] Prorrompido:
manifestou-se.
[4] “Landau”
(“landô”): carruagem de quatro rodas
cuja dupla capota pode ser removida, se for o caso.
[5] Variegados: diversos.
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H