Segunda-feira, 25 de julho de 2022 - 07h05
Bagé, 25.07.2022
CAPÍTULO III
As Savanas de
Chiquiba e as
Primeiras Serras
L |
ogo eu conseguiria dar
andamento ao meu plano de, partindo de São Marcos, visitar os índios no Norte.
No dia 9
de julho, Padre Adalbert veio com alguns índios e me convidou a acompanhá-lo,
partindo do Parimé, caminharemos rumo Norte até o Surumu, levando somente a
bagagem necessária. Por alguns dias, talvez tenhamos de andar a vau pela água,
já que grande parte das savanas ainda está alagada. Suando muito, passo todo o
dia empacotando e secando minhas tralhas, pois, grande parte da bagagem está
molhada em razão das chuvas diárias, que vêm sempre de Leste e varrem a varanda
aberta.
Padre
Adalbert trouxe alguns índios. Um deles, um amável rapaz fluente no português o
suficiente para me servir de intérprete, irá me acompanhar a partir de agora.
Como tantos outros, ele se chama João. Nós o chamamos pelo nome mais sonoro
dado por seu pai, Pirokaí. [...] À meia-noite, chega a lancha “Perseverança” rebocando um batelão. Ela
também leva nove peças de minha bagagem de reserva, que vou deixar na Aldeia de
Aparecida, Urariquera acima, para a viagem posterior. Eu tinha conhecido em Manaus
o dono da Fazenda Aparecida, um teuto-brasileiro chamado Jakob Bamberg.
Dez
soldados da polícia chegaram à Boa Vista. Bento Brasil mandou que viessem de
Manaus para prender o odiado Gouvêa e outros opositores. Por isso, Gouvêa viaja
conosco, armado até os dentes com uma Winchester e uma cartucheira. Deixou sua umlher
na casa de Terêncio, em Boa Vista. Ele diz que está viajando sigilosamente. Sua
“bagagem principal”, uma grande
sacola, pesada como chumbo cheia de cartuchos de Winchester.
– Agora o bicho vai pegar!
Partimos
às 09h00 [10 de julho]. O Urariquera ainda é muito largo aqui, em alguns pontos
chega a medir um quilômetro ou mais. Passamos toda a tarde ancorados em “Passarão”, um pequeno povoado de paraibanos
assentados pelo Governo. Nas cabanas miseráveis há uma quantidade incrível de
sujeira. [...] Vivem do cultivo da mandioca, cana-de-açúcar, bananas etc., que
cultivam como os indígenas. Desembarcamos mercadorias e embarcamos lenha. Padre
Adalbert batizou algumas crianças e ao cair da noite, seguimos viagem e, de
manhã cedo, entramos no Parimé, que deságua por vários braços, pela margem
esquerda, do Urariquera. Na escuridão, erramos a Foz principal e quase
encalhamos num Braço estreito, de modo que, sob muitas execrações da
tripulação, tivemos de voltar. O nome Parimé para esse pequeno Rio, que nasce
no N.O., na encosta Sul da Serra Uraucaíma ou Ucaraima, é provavelmente apenas
um engano nos antigos e modernos mapas portugueses. Seu verdadeiro nome
indígena é Maruá. [...] Passamos, sucessivamente, por 5 grandes cabanas
indígenas na margem direita. Muitos Wapischána nus correm pela savana e entram
nas cabanas saindo delas vestidos. Os Wapischána são uma tribo Aruak de língua
estranha, vivem em grupos dispersos ao Norte e ao Sul do Baixo Urariquera.
Concentram-se, principalmente,
no Parimé e no Amajarí, um afluente que desemboca mais a Oeste Urariquera
acima; além disso, vivem também no Cauamé, um afluente da margem direita do
Alto Rio Branco, que corre paralelamente ao Urariquera e desemboca pouco acima
de Boa Vista. Um ramo da tribo, de língua dialetalmente ([1])
diversa, vive junto dos Atorai, seus parentes próximos, a Leste do Alto Rio
Branco, além do Tacutu, chegando até o interior da Guiana Inglesa. Antigamente
era a tribo mais poderosa de toda a região; hoje eles diminuíram em número e
estão se degenerando e desmoralizando sob a servidão dos brancos. Os Wapischána
do Parimé gozam, notadamente, de má fama em vista de suas fraudes.
Por volta
das 08h00, chegamos ao nosso destino, o posto Chiquiba, uma cabana limpa à
beira de uma Lagoa rasa, em frente à Foz do pequeno afluente, da margem
esquerda, de mesmo nome. É aqui que vive Marcos José Pereira de Brito, o
administrador da metade Ocidental da grande Fazenda Vitória Flechal, que se
estende do Cotingo até o Parimé e compreende um território de mais de 4 mil km2,
portanto mais da metade de toda a Fazenda Nacional de São Marcos
Flechal pertence à Dona Vitória
Diniz de Faria, mãe do falecido capitalista e excêntrico Sebastião Diniz. O
processo dos herdeiros contra o Estado, que tratava de 20 mil cabeças de gado,
durou quatro anos e, por fim foi ganho pelos herdeiros. Pelo menos, é isso o
que afirma Brito, um dos herdeiros. Neves é de outra opinião. Como sempre, os
gastos com advogados foram enormes. Para provar os direitos dos herdeiros os
advogados publicaram um volumoso livro com mapas muito ruins.
Pobre
Brito! Nove meses por ano ele permanece aqui em Chiquiba levando uma existência
muito enfadonha, ele tem saudades do Pará, onde possui um bonito sítio no qual
deixou sua família. Não que ele leve a sério demais seu forçado celibato.
Algumas jovens morenas Wapischána estão sempre dispostas a consolar o solitário
fazendeiro por uma módica taxa. Pobre Brito! Nove meses por ano ele sonha por
prazeres mais civilizados, que só o Pará pode oferecer tão generosamente. Na
manhã seguinte iniciamos a marcha. O Padre Adalbert e eu carregamos pesadas
mochilas. Pirokaí, os dois índios do Padre e Melo, um mestiço de “Passarão” que trabalha na lavoura da
Missão no Surumu, teceram jamaxis e, com esforço, arrastam o fonógrafo, uma
pequena mala de ferro e uma pesada bolsa de couro repleta de chapas
fotográficas, cilindros de fonogramas e diversos tipos de artigos para troca.
Um deles
ainda amarrou todos os utensílios de cozinha em seu cesto cargueiro e está
parecendo um vendedor de ratoeiras. Uma parte da bagagem ficou em Chiquiba onde
mandaremos buscá-la mais tarde. Inúmeros cupinzeiros pontiagudos, duas vezes
mais altos que um homem ou até mesmo mais altos que isso, estão espalhados pela
savana Pode-se pensar, e algum etnólogo de gabinete talvez ainda chegue a essa
conclusão, que os índios copiaram a forma de suas casas dessas pequenas e
engenhosas moradias, tão similares que são entre si. [...]
Na cheia,
o gado e as animais selvagens refugiam-se nas partes mais elevadas. Em alguns
pontos isolados mais baixos, também na estiagem, restam bolsões de água
semelhantes a Lagoas, aos quais os animais acorrem vindos de longe. Além disso,
salinas naturais, ou seja, lugares de terra salobra, caracterizados pela
completa falta de vegetação, atraem os animais.
Os índios
extraem daí o seu sal ao passar essa terra com água por uma peneira fina,
deixando, depois, a água evaporar. Em 13 de julho, acampamos às margens de um
Riacho de águas rápidas e piscoso ‒ tucunaré, matrinchã, traíra. O melhor dos
peixes desta região, é o tucunaré, que, na aparência, no sabor e hábitos
assemelha-se à nossa truta. O matrinchã, peixe de escamas, não fica atrás do
tucunaré em sabor, só que é mais gordo do que este. A traíra é o peixe mais
comum das savanas, mas difícil de ser consumido, pois suas, tem muitas espinhas
que impedem que apreciemos com prazer sua saborosa carne.
Peixe
fresco é um alívio, depois de termos passado vários dias à base de charque.
Como se não bastasse, Pirokaí caçou uma curicaca grande e uma outra ave aquática
negra, cuja órbita ocular e o bico brilham com uma bela coloração alaranjada.
Os Macuxí a chamam de tarrã ([2])
por causa de seu grito. Infelizmente, temos de nos arrumar sem sal nem pimenta.
Já que o pessoal esqueceu os temperos em Chiquiba. Padre Adalbert não se sente
bem. Por isso, decidimos pernoitar aqui e, amanhã cedo, enviar adiante dois
homens para trazer gente de uma casa Wapischána distante daqui um dia de
viagem, ou voltar depressa sem bagagem. Às 3 horas da madrugada, Pirokaí e um
outro índio partem à luz do luar e, às 07h00, nós os seguimos. A marcha segue
horas a fio por planícies secas, depois novamente por um pântano profundo. Logo
depois do meio-dia passamos pela primeira elevação baixa e rochosa, um sinal de
que estamos nos aproximando da região serrana, que, aos poucos, se descortina à
nossa frente num magnífico e vasto panorama.
À Sudoeste
avistamos a Serra Tarámi e outras serras do Urariquera; a Oeste, a Serra
Uanáru, um pouco à nossa frente: a Noroeste, a Serra da Aruaná e, atrás dela,
avançando como bastidores, a Serra do Panelão, a Serra do Banco e a Serra do
Mel, nosso destino temporário. Longe, ao Norte, eleva-se a alta Serra Mairari,
a qual se estende ininterruptamente em direção Sudeste, unem-se as numerosas
serras do Surumu e do Tacutu. Acampamos à beira do Lago da Anta, uma Lagoa
grande de água clara e fresca, que não seca nem no verão. [...] De manhã cedo
seguimos viagem. A Lagoa está animada por um grande rebanho de gado e inúmeras
aves aquáticas. [...] Atravessamos a vau o Lago da Anta e, logo a seguir, o
Lago de Aruaná. Duas pessoas vêm ao nosso encontro, esses dois emissários,
embora sozinhos, carregam nossas mochilas, e, graças a isso, podemos agora
acelerar o passo com mais liberdade.
O caminho
serpenteia por entre os cumes baixos, situados a Oeste e a Leste, que compõem a
Serra de Aruaná, e segue, então, ao longo de um Riacho cercado de altos
buritis, até uma pequena povoação Wapischána, que alcançamos por volta das
13h00. É uma casa de frontão baixa, semicircular, e a seu lado há uma barraca
aberta, sob a qual encontramos abrigo. Um senhor idoso e magro nos recebe
amavelmente. É o pai de Joaquim, o primeiro vaqueiro de Brito em Chiquiba.
Algumas damas seminuas, com traços tatuados no queixo, velhas e jovens, também
aparecem em fila indiana e nos estendem desajeitadamente à mão. Servem-nos
carne de boi assada nadando em picante molho de pimenta. Vem acompanhada de
beiju fresco e bananas e, por fim, uma grande cuia com caxirí de milho,
avermelhado e espumante. Conheço, de minhas viagens anteriores, esse refresco
indígena e seu preparo meio duvidoso para os padrões europeus.
Os grãos
de milho cozidos são mastigados pelas mulheres para que a massa fermente mais
depressa. Mas isso não estraga meu prazer. Quando os índios não têm outra caça,
atiram num boi, e os fazendeiros ficam furiosos com isso. Foram os
latifundiários que se apossaram ilegalmente das suas terras e região de caça.
[...] À tarde, vêm, por pouco tempo, muitos visitantes pintados, índios
Wapischána e Macuxí de uma casa nas proximidades, onde se realiza um baile.
Infelizmente, os homens vestem farrapos europeus, as crianças estão nuas, mas
as moças usam tangas de miçangas com belos padrões. Melo não conseguiu
resistir, e sem a devida permissão, foi com sua carga à festa, antes de nós.
Em troca
de miçangas e pequenos espelhos, comprei dos moradores da casa alguns objetos
etnográficos ‒ encantadores trançados, de que os Wapischána são mestres, e um
bastidor simples com uma tanga de miçangas inacabada, na qual a avó estava
trabalhando. Ela não consegue entender meu interesse por um trabalho ainda
inacabado e me examina com um olhar indagador, certamente ela acha que sou
louco. [...]
Quantas
vezes me deparei, com esse olhar! Agora estou novamente no genuíno ambiente
doméstico indígena, com seu típico cheiro meio ácido de mandioca fermentada, de
caxirí, pimenta e muitas outras coisas, com sua desordem de cestos, potes e
instrumentos variados, com seus numerosos xerimbabos [animais domésticos] que,
a princípio, são tímidos, mas logo se tornam tão íntimos quanto seus donos e
donas, e tenho de admitir, sinto-me muito melhor neste ambiente selvagem do que
na caricata civilização que há pouco deixei. Na manhã seguinte vêm algumas
moças Macuxí muito bonitas, seminuas, com o rosto pintado com riscos pretos e
usando no tronco grossos colares de contas.
Dizem que
os homens que empregamos ontem como carregadores estão embriagados e as
enviaram para substituí-los. Isso é típico dos índios! Caminhamos por terreno
ondulado, entre rochas de granito altas e arredondadas, cobertas com diversos
desenhos frescos riscados na rocha, representando pessoas, quadrúpedes,
pássaros e um batelão. Às 8 horas chegamos a uma casa Wapischána redonda com
teto cônico sobre uma parede baixa de pau-a-pique. Há muita gente nua aqui.
Estão dançando a “parischerá”, ou
parischára, como os Wapischána dizem, em semicírculo. Em compasso quaternário,
balançando os joelhos e batendo com o pé direito no chão, homens, mulheres e
crianças andam em círculo sob monótono canto. A festa está terminando e a
maioria dos homens está por demais embriagada.
Alguns
homens velhos roncam em suas redes na penumbra da cabana, um quadro bastante
decadente. Oferecem-nos um forte caxirí de mandioca, chamado Payuä, mal coado,
tenho a sensação de estar engolindo brita fina. Contrato um jovem Wapischána,
chamado Manduca, que ainda está cambaleando sob o efeito do álcool. Melo também
está com uma forte ressaca, segundo a descrição de nossas belas carregadoras
substitutas, ele dançou, cantou e bebeu a noite toda e também vomitou. [...] Logo
depois das 10 horas prosseguimos viagem, passando novamente por grandes rochas
arredondadas com pinturas rupestres: veado, cavalo, cachorro, tartaruga e
outros animais, além de alguns desenhos primitivos de seres humanos, similares
aos antigos petróglifos. A área dos corpos, em parte, são ásperas, semelhante a
algumas pinturas rupestres dos bosquímanos do Sul da África. Pirokaí faz uma
demonstração de como os desenhos são feitos com uma pedra afiada.
Dizem que
no alto Parimé se encontra a chamada “Pedra
Pintada”, uma rocha gigantesca coberta de desenhos semelhantes. Sigo à
retaguarda, meus pés estavam muito machucados, minha atenciosa guia é uma
encantadora menina Wapischána de uns 5 anos de idade, de olhos grandes e
inteligentes. Chegamos a duas alongadas cabanas perdidas na extensa savana. Só
a vovó doente está em casa, e deitada em sua rede se queixa de sua dor em
Wapischána.
Após uma
exaustiva marcha, chegamos às 13h00 a duas cabanas redondas Macuxí, no sopé da
Serra do Banco. É o lar de nossas carregadoras, mas seus parentes estão na
festa, e elas seguem viagem conosco. O caminho segue íngreme pelos contrafortes
Ocidentais da Serra, a linha de cumeada entre o Parimé e o Sumuru. A mata escassa
que cobre as encostas é interrompida em alguns pontos por plantações de
mandioca, cultivadas com extrema dificuldade entre as rochas altas.
É a única
maneira de os índios dos arredores conseguirem seu sustento, já que nada cresce
na savana. A trilha é arriscada, as rochas estão tão próximas umas das outras
que as carregadores passam com certa dificuldade. Mesmo assim, as moças vão
sempre à frente, é inacreditável que mocinhas esbeltas e de membros tão
delicados consigam carregar cargas tão pesadas.
A partir
da cumeada da Serra tem-se uma vista magnífica do extenso vale do Sumuru, até a
Serra do Mel, próxima daqui, e da alta Serra Mairari, que faz divisa ao Norte.
Pirokaí conta a lenda da Serra do Banco dizendo que em tempos antigos havia um
grande banco no seu topo, mas Macunaíma, o herói da tribo, tirou o assento e o
levou para uma Serra vizinha mais baixa, onde ainda se pode vê-lo na forma de
um rochedo grande e plano.
Os quatro
pés do banco lá permanecem como quatro altivos pilares de pedra, em uma Praça
no alto da Serra do Banco, ou “Muréi-tepö”,
que deve a ele seu nome, pois muréi quer dizer, em Macuxí, banco baixo feito de
um só pedaço de madeira. Descemos ao vale até uma Aldeia Macuxí, cujas cabanas
redondas estão pitorescamente dispersas na savana. À parte, vê-se um curral com
gado. É a residência do chefe Manuel, um irmão mais jovem do Cacique Geral
Ildefonso.
Atualmente,
só duas famílias permanecem por aqui. Manuel encontra-se na grande Aldeia ao pé
da Serra do Mel. Seu cunhado Hermíno, um homem bonito, esbelto e alto, como a
maioria dos Macuxí desta área, faz as honras da casa. Conta-nos histórias ruins
sobre Ildefonso. Como outros de sua etnia, ele se corrompeu completamente em
razão do longo contato com os brancos permitindo que eles o usem para todo o
tipo de infâmia.
Diz que
quase toda sua gente o abandonou e que agora Ildefonso se vendeu para Bento
Brasil com o objetivo de arranjar-lhe trabalhadores para os seringais
insalubres no Anauá: e, já que ninguém o acompanha de espontânea vontade ele os
ameaça dizendo que Bento virá com soldados e os levará à força. Ildefonso
recebe dez mil-réis por cabeça. É o mais puro comércio de escravos!
Um Jovem indígena parte à
noite, à luz do luar, para buscar Manuel. Dormimos numa das cabanas abertas,
atacados por inúmeros mosquitos grandes e, especialmente, os minúsculos
maruins, que passam até pela malha estreita dos mosquiteiros, perturbando o
nosso sono. Nossos jovens, porém, se recolheram para uma casa fechada e
abafada, onde não ficam tão expostos aos ataques dos pequenos sugadores.
Apesar da cansativa marcha,
eles estão bem dispostos e tagarelam e riem até tarde da noite.
De manhã
cedo chega o chefe Manuel, cujo nome nativo é Pitá, um tipo magnífico, de porte
alto, esbelto e imponente, semelhante a um índio norte-americano, célere e
muito correto no falar. Traz consigo uma longa fila de gente nua, na maioria
índios Taulipáng das serras no Norte. A única vestimenta dos homens é uma longa
faixa de chita azul, às vezes vermelha, presa, na frente e atrás, sob o cinto
de cordões, pendendo um pouco na parte de trás e mais solta na frente e a
extremidade é enrolada em torno do pescoço pelos homens mais jovens ou é jogada
displicentemente sobre o ombro. Nos lóbulos furados das orelhas eles usam
pequenas cânulas das quais pendem plaquetas de prata em forma de meia-lua
presas por um cordãozinho de miçangas.
A maioria deles tem o lábio
inferior perfurado onde é inserida uma fina cânula de taquara com a ponta
voltada para fora. Também o septo nasal de alguns deles, é furado e enfeitado
com um pedacinho de taquara. Quase todos, para celebrar a visita, têm o rosto
pintado de vermelho e preto, e as mulheres, além da tatuagem tribal, exibem
pontos, traços e padrões em forma de anzol na região da boca. Alguns jovens têm
compleição mais robusta, distinguindo-se, assim, dos Macuxí, na maioria das
vezes magros, e, especialmente, dos Wapischána, com suas características mais
finas, quase europeias. (GRÜNBERG, 1915)
Bibliografia:
GRÜNBERG, Theodor Koch. De Roraima ao Orinoco. Volume II - Mitos e Lendas dos Índios Taulipáng
e Arekuná – Alemanha – Berlim – D.
Reimer (E. Vohsen), 1915.
(*)
Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas,
Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do
Sul (1989)
Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre
(CMPA);
Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura
do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério
Militar – RS (IDMM – RS);
Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando
Militar do Sul (CMS)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia
Brasileira (SAMBRAS);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do
Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio
Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia
(ACLER – RO)
Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio
Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
Galeria de Imagens
* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H