Segunda-feira, 3 de outubro de 2022 - 10h33
Bagé, 03.10.2022
Brasil um País de Todos!
Não! Brasil um País de
Tolos!
A mestiçagem unifica os homens separados pelos mitos raciais.
A mestiçagem reúne sociedades divididas pelas místicas raciais e grupos
inimigos.
(Gilberto de Mello Freyre)
Trabalhava em um
dos capítulos anteriores, “Resgates
Históricos? Por quê?”, quando minha parceira Rosângela Schardosim, de Bagé,
me informou que estavam querendo “plantar”
um Quilombo em Bagé. Em nome de um pretenso “Resgate Histórico”, mais uma vez o Governo Federal estava
permitindo a implantação do “apartheid”,
desta vez entre negros e brancos e entre os próprios negros.
Ao invés de unir
as pessoas, o Governo Federal, através do INCRA, consegue promover a cisão até
mesmo dentro da própria Comunidade Negra. Um governo, realmente democrático,
não deveria, jamais, promover a separação de cidadãos brasileiros em castas raciais
ou de qualquer espécie.
Desta vez, ONGs a
soldo do desgoverno PeTralha querem expulsar cidadãos ordeiros do Distrito de Palmas,
Município de Bagé, usando pretensas e fraudulentas justificativas históricas.
Terra Indígena Raposa e Serra do Sol (TIRSS)
Vamos fazer uma
breve digressão histórica, antes de apresentarmos o caso do suposto Quilombo de
Bagé, para mostrar como costumam agir democraticamente as Instituições
Públicas nestes casos.
No caso da Raposa
e Serra do Sol, o Ministro da InJustiça ‒ Tarso Genro, deu uma clara demonstração da “isenção” que as autoridades da República
devem ter na resolução de conflitos deste gênero. Tarso, na época em que ainda
não se tinha definido o tipo de demarcação, foi a Roraima para ouvir, apenas,
as lideranças indígenas ligadas à ONG denominada Conselho Indígena de Roraima
(CIR), que defendiam a demarcação contínua.
A Força Nacional e a Polícia Federal agiram como MEGANHAS,
jagunços mesmo, de republiqueta de 5ª categoria seguindo à risca as ordens de
Tarso. O jornalista Reinaldo Azevedo publicou, na época, um artigo mostrando a
ação altamente condenável dos “Homens de
Preto” ‒ a regiamente paga “Gestapo
de Tarso Genro”. A ação truculenta da Polícia Federal (PF) é um exemplo
legítimo dos procedimentos altamente “democráticos”
que a camarilha petista instalada no Ministério da InJustiça tanto defende.
Tarso,
fica claro a cada dia, é um perigo para a democracia. Está evidente que ele se
aproveita das licenças concedidas pelo estado de direito para transgredi-lo e
para turvar a democracia. Não conhecíamos, até agora, detalhes da ação da PF em
Raposa Serra do Sol. Vimos apenas o que publicou uma imprensa notavelmente bem
comportada [com o governo], que já tinha elegido [é o certo no caso, não “eleito”] os seus bandidos e os seus
mocinhos.
Como é usual no Brasil, quem produz um alfinete que seja corre o risco de
ir parar atrás das grades.
Pois bem, para ver o vídeo, acesse o link:
www.youtube.com/watch?v=XpYsvQnfAFY
Vale a pena ver o vídeo todo para ressaltar o ridículo de Tarso Genro e
de seus Homens de Preto. Mas uma passagem, em especial, merece ser apreciada: a
invasão da Fazenda Canadá, a partir de 06 min e 31 s. Os agentes chegam e se
trava, então, o seguinte diálogo:
‒ Proprietário ‒ Tem
mandado judicial?
‒ Policial ‒ Negativo.
‒ Proprietário ‒ Não tem
mandado judicial?
‒ Policial ‒ Não temos
mandado judicial.
‒ Proprietário ‒ Então
eu não vou permitir vocês entrarem sem mandado judicial.
‒ Policial ‒ Então nós vamos entrar à força.
‒ Proprietário ‒
Perfeitamente.
‒ Policial ‒ Como está
sendo feito em outras propriedades também.
‒ Segundo Policial ‒ O
Senhor pode esclarecer como o Senhor vai resistir a isso?
‒ Proprietário ‒ Posso,
posso, eu vou resistir...
‒ Segundo Policial ‒
Como?
‒ Proprietário ‒ Eu vou resistir dentro da legalidade, na Justiça.
‒ Segundo Policial ‒ O
Senhor vai resistir de alguma outra forma?
‒ Proprietário ‒ Eu vou resistir dentro da legalidade, na Justiça.
‒ Segundo Policial ‒ Ok.
Tudo bem.
E os meganhas cortam o cadeado e invadem a fazenda. Sem mandado judicial. O diálogo
acima é por demais eloquente.
Dispensa grandes considerações Observem, se vocês quiserem um motivo
adicional para indignação que, mesmo depois de o proprietário ter deixado claro
que vai resistir na Justiça, há uma espécie de provocação, tentando
induzi-lo a dizer algo que caracterize
resistência ativa à ação policial ‒ o que, certamente, levaria a PF a
fazer o que fez com outro fazendeiro: meter-lhe algemas nos braços.
Este é o Estado Policial de Tarso Genro, o TROTSKISTA SURTADO. Como vocês
bem sabem, a questão tramitava e tramita na Justiça, e os agentes federais
jamais poderiam ter invadido uma propriedade sem mandado judicial. Como? “Não é propriedade?” “É tudo dos índios?” A questão, reitero,
está “sub judice”.
É mais um abuso de autoridade patrocinado pelo Ministro da “Justiça”. (AZEVEDO, 2008)
O resultado final desse imbróglio todos nós sabemos: a
demarcação foi feita a ferro e fogo. A imprensa comprometida ideologicamente
não mostra o quadro atual que talvez sirva de reflexão para o caso de “Palmas”.
Os índios estão migrando para a capital de Roraima, Boa
Vista, em busca de emprego e melhores condições de vida. Muitos deles
gravitavam em torno das plantações de arroz e das pequenas propriedades rurais
de “não índios”, trabalhando como
operadores de máquinas, peões, etc.
Outros, atacados pelos facínoras do CIR procuram
buscar segurança na capital do Estado. Não seria surpresa que, num futuro
próximo, os Quilombolas venham a procurar apoio junto aos mesmos ruralistas,
que sempre os apoiaram, e de quem hoje tentam surrupiar as terras.
Produtores Rurais e o
Famigerado INCRA
Em abril de 2010, os produtores rurais estavam reunidos na Coxilha das
Flores tratando da atitude a ser tomada para se defenderem do “Projeto dos Horrores” elaborado
sorrateiramente pelo INCRA, onde, ignorando o direito à propriedade, sob um “suspeitíssimo” estudo antropológico,
decidiram desapropriar pequenos produtores rurais para ampliar as áreas que os
afrodescendentes já possuem, quando começou a correria. Três funcionários do INCRA,
pilotando uma Picape cabine dupla do Governo Federal, passaram pela barreira de
produtores com o intuito de dar início aos trabalhos. Os proprietários rurais
se organizaram e impediram a vistoria por parte dos “Militantes Petralhas”, travestidos de funcionários do INCRA, que
pretendiam iniciar o levantamento fundiário, do forjado
território da Comunidade Quilombola de Palmas.
O assessor jurídico da Federação de Agricultura no Rio Grande do Sul
[FARSUL] Nestor Hein conversou com os funcionários que se retiraram.
Nota do INCRA (Militância
Petralha)
A
Superintendência Regional do INCRA/RS, condenou a situação de conflito criada
em Bagé pelos proprietários rurais, se esquecendo que eles mesmos é que
fomentaram a confusão.
A demarcação de
áreas em nome de um “Resgate Histórico”
é um tremendo engodo, conversa para boi dormir. A “fabricação” de Comunidades Quilombolas está fomentando, no país,
mais um “Apharteid Étnico” idêntico
ao que se vê hoje implantado pelos indígenas da Raposa e Serra do Sol, em
relação aos não índios.
São
as viúvas do muro de Berlim,
que ainda tentam ressurgir na América Latina.
(Gedeão Silveira Pereira)
O
Vice-Presidente da FARSUL, Gedeão Silveira Pereira, recriminou a ação dos Ministérios
do Desenvolvimento Agrário e da Cultura asseverando, categoricamente, que esses
órgãos promovem a insegurança jurídica nas propriedades rurais e afirmando que:
‒Tentam aniquilar Bagé em termos
de reforma agrária.
O casal José Bayard Rodrigues, 72 anos, e Sônia Maria de Paula Rodrigues,
60 anos, contaram para a reportagem do Jornal Minuano que são descendentes de
Quilombolas. Eles marcaram presença na reunião. “Isso que estão fazendo é uma ignorância, nos damos com todo mundo e moramos
no que é nosso”, disse José Rodrigues. A esposa acrescenta que a situação
só vai criar inimizades entre brancos e negros [...]. O ex-Vereador Antenor
Teixeira, que é de Palmas, foi contundente durante pronunciamento. “Querem ver fora daqui brancos e negros”,
bradou.
Ele lembrou a trajetória de amizade na região entre famílias das duas
raças. Um produtor rural pediu a
união dos moradores e falou que já passou por situação parecida com o Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra [MST]. “Não
tenho vergonha de dizer que fui corrido da minha terra”, desabafou.
Alguns produtores que foram notificados não quiseram revelar nomes para a
reportagem. O argumento deles é de que, com isso, poderiam ferir amizades com
algumas famílias negras que residem na região. Os que se manifestaram afirmaram
que não existiram
Quilombos em Palmas. O que aconteceu foi que estancieiros tinham o costume de doar pequenos lotes para capatazes
e outros empregados. A informação é de que muitas dessas terras que foram doadas
sequer foram escrituradas até hoje. (SOUSA)
Os Heróis da Amazônia e de
Bagé
Não apenas os
ruralistas, mas todos bajeenses deveriam se mobilizar contra os desmandos de um
governo inepto e inconsequente, como fizeram, no passado, Plácido de Castro e
Joaquim Caetano na longínqua Amazônia.
Nos dois
históricos episódios em que tivemos de recorrer às armas para defender nossas
fronteiras, na Amazônia tivemos êxito graças à ação invulgar desses dois
gaúchos. No Acre, José Plácido de Castro, gaúcho de São Gabriel, liderou a “Epopeia Acreana” derrotando o exército
boliviano apesar da falta de apoio do governo brasileiro. A Questão do
Contestado Franco-Brasileiro, no Amapá, foi favorável ao Brasil graças aos
argumentos insofismáveis de Joaquim Caetano da Silva, gaúcho de Cerrito
(Jaguarão).
Perdemos o Pirara
para os ingleses, porque as forças militares foram retiradas da região
permitindo que os ingleses agissem aliciando indígenas com uma participação
importante da Igreja luterana.
“Os Cães Ladram e a Caravana Passa”
Em resposta a meus artigos, os membros de ONGs, que faturam alto com a “fabricação” de Quilombos, publicaram a
“ameaçadora” (estou “preocupadíssimo” com as tais ameaças)
nota carregada das mesmas conotações racistas que tanto repudiam.
Nós, Quilombolas da Rede Quilombos do Sul, na Região da Campanha,
representados pela FACQRS ‒ Federação de Comunidades Quilombolas do Estado do
RS e nacionalmente pela Coordenação Nacional de Comunidades Rurais Quilombolas
[CONAQ] reafirmamos a luta histórica e de resistência secular das Comunidades
Quilombolas no Brasil. [...] Os mesmos que organizam um documento chamado o “Apartheid de Bagé”, que condena o
segmento ruralista da primeira à última linha, acusando o laudo antropológico
da Comunidade de Palmas realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul de falso, manifestando por escrito suas opiniões fascistas e criminosas,
daqueles que não querem perder seus privilégios mantidos ao longo da história
deste país, à custa da exploração dos negros e negras no campo e na cidade.
[...]
Desta forma, esperamos que a hóstia seja proibida para os 50 fazendeiros,
e todos os seus apoiadores como o Sr. Hiram com toda
sua IRA [...] que a Polícia Federal exerça seu poder de Polícia sobre quem
descumprir a Lei [Leve um Fazendeiro ao Menos para o Xilindró] no exercício pleno de Proteção
as Comunidades Quilombolas [...]
... e,
sobretudo, o ataque fascista e racista como é o documento intitulado o “Palmas, o Apartheid de Bagé” ‒ de
autoria do Sr. Hiram Reis e Silva, Coronel Engenheiro, Professor
do CMPA [Colégio Militar de Porto Alegre]
contra o qual
também tomaremos providências.
Basta que não se
concorde com o posicionamento das “ditas
minorias” para ser taxado de “fascista
e racista”. Digo “ditas minorias”
porque, estatisticamente na verdade, compõem a maior parte da população
brasileira. Serão eles os únicos donos da verdade? Nas mais de trezentas
palestras que fiz nos últimos dez anos, faço uma preleção do saudável
caldeamento racial que gera, na nossa terra, os mais belos matizes de todos os
continentes. Flui nas minhas veias o sangue valoroso dos Charruas, que nunca se
dobraram a interesses vis e mercantilistas. Estes movimentos segregacionistas
que apartam irmãos pela cor da pele não têm autoridade moral para acusar quem
quer que seja de racista, pois eles é que estão fomentando este tipo de reação
tão indesejada na sociedade moderna. O documento não menciona,
intencionalmente, a reação dos negros, de Palmas, cujas glebas viriam a fazer
parte do tal “Quilombo”. Estes
pequenos produtores negros são contra a criação do “Quilombo”, pois têm certeza de que, no final de tudo, o fruto de
seu suado trabalho irá parar no bolso dos fabricantes de “Quilombos”.
Demarcações Altamente Rentáveis
A excelente reportagem produzida pela Revista Veja mostra, claramente,
como a política desencadeada pelo governo Lulla provoca a divisão dos brasileiros em raças e provoca a
instabilidade e o terror. Os mestiços que moram nas proximidades de Quilombos
declaram-se negros para não perderem o direito à terra e tornarem-se objeto de
“desintrusões”.
Comunidades de caboclos, na região amazônica, assumem ares indígenas para
pleitear demarcações antes que outras Comunidades vizinhas o façam e provoquem
sua expulsão da área que habitam.
É o caos instalado em uma nação que permite que ONGs, muitas vezes
estrangeiras, faturem alto produzindo laudos criminosos sem qualquer critério
científico. É o Império dos critérios ideológicos e
mercantilistas sobrepujando os científicos.
Bibliografia
AZEVEDO, Reinaldo. Tarso Genro o Trotskista Surtado ‒ Brasil ‒ São Paulo, SP ‒ Revista
VEJA, Edição 2075, 27.08.2008.
(*)
Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas,
Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do
Sul (1989)
Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre
(CMPA);
Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura
do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério
Militar – RS (IDMM – RS);
Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando
Militar do Sul (CMS)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia
Brasileira (SAMBRAS);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do
Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio
Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia
(ACLER – RO)
Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio
Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
Galeria de Imagens
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Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
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