Sexta-feira, 10 de junho de 2022 - 06h15
Bagé, 10.06.2022
Jornada de Esmeralda, no Orenoco, para São Carlos e Moura no Rio Negro,
e daí pelo Forte São Joaquim para Demerara, na primavera em 1839. De Robert
Hermann Schomburgk.
25 de fevereiro de 1839 ‒ Após
uma estada de 3 dias em Esmeralda, durante a qual carregamos nossa corial, e
nos preparamos para nossa longa viagem, deixamos na tarde de 25 e continuamos a
descida do Orenoco rumo W.N.W. por 21 km, durante os quais recebe os pequenos
Riachos Mantari, Sodomoni e Tamatama do N., e o Cuca do S., chegamos à notável
bifurcação deste Rio, tão bem e tão amplamente descrito pelo Barão Humboldt,
que pouco nos resta acrescer. A partir deste ponto, o ramo principal segue seu
curso a N. 74° W., serpenteando em torno do sopé da Serra Parima e,
eventualmente, após um curso semicircular de cerca de 1,287 km, desemboca no
Oceano Atlântico. O menor ramo, chamado de Cassiquiare, ou Cassisiare, pelo
Guianenses e Maiongkongs, faz um ângulo reto para o S. W., e mantém este curso
por cerca de 193 km de distância diretamente para o Rio Negro, perto de São
Carlos. Ligando, portanto, as duas grandes Bacias do Orenoco e do Amazonas.
[...]
04 de março de 1839 ‒ [...]
Apesar de todas as minhas pesquisas, pude obter pouca informação além da que me
foi repassada por Mr. Humboldt do curso superior da Guiana. [...] Esses índios
se retiraram, diz-se, mais para o Leste, e ainda são hostis a qualquer estranho
que entre no seu território. [...]
07 de março de 1839 ‒ De manhã
cedo passamos pela Pedra de Cucuí, subindo cerca de 259 m ([1]),
a 1,6 km da margem do Rio. É nua e íngreme para o S., mas tem algumas árvores
nos lados E. e W., e é de uma aparência notavelmente pitoresca. Outra colina de
menor altura situa-se a cerca de 1,6 km a N.E. de Cucuí. Ali estava a morada,
em meados do século passado, do cacique Manitivitano Cucuí ([2]),
notório por sua crueldade e devassidão. Cucuí era inimigo implacável dos
jesuítas e devastou suas missões. Mr. Humboldt, quando em São Carlos, em 1800,
conheceu o filho de Cucuí. O Dr. Johann Natterer, de Viena, que subiu o Rio
Negro até sua junção com o Cassiquiare, subiu até o cume da Pedra de Cucuí. De
tarde observamos a cadeia de montanhas Pirabuku [...]. Como havia ameaça de
tempestade, nos esforçamos para chegar logo em Marabitanas e lá aportamos às
14h00, a tempo de escapar da chuva. San José de Marabitanas, o Forte
fronteiriço do Brasil, situa-se na margem Ocidental do Rio, e consiste de um
aterro de barro de paliçada, montando oito canhões; dois dos quais eram
ingleses. Visto do Rio, o pequeno Forte, a igreja e uma fileira de casas que se
estendem ao longo das margens têm uma aspecto alegre. Está sob a
responsabilidade de um Sargento e seis homens, e toda a Aldeia contém cerca de
150 pessoas. [...] A situação um pouco elevada do Forte proporciona uma ampla
visão. As montanhas Pirabuku [...] a uma distância de cerca de 48 km,
elevando-se provavelmente, 457 m acima da planície [...] isoladas, como Cucuí,
pareciam formar um elo de comunicação entre as montanhas de onde brotam as
nascentes dos afluentes do Norte do Rio Negro e as montanhas da Serra Tunuhi,
perto das nascentes do Xié e do Içana, até a margem esquerda do Rio Uaupés. [...]
11 a 12 de março
de 1839 ‒ [...] O Comandante estava com muito medo de um ataque dos índios,
para vingar as barbaridades cometidas pela Expedição Escravista, já aludida, e
tinha realizado preparativos para a defesa. São Gabriel, assim como todos os
outros lugares da magnífica Província do Rio Negro, sofreu com a influência
devastadora dos distúrbios políticos. Antigamente existiam Aldeias prósperas,
onde agora só seu nome pode ser encontrado, numerosos barcos viabilizavam o
comércio entre o Grão Pará e o Alto Rio Negro, uma navegação interior de mais
de 2.250 km, praticamente sem empecilhos; agora dificilmente um navio pode ser
visto. A maior correnteza deste Rio ocorre logo abaixo do Forte; e nós aqui
descarregamos nossa corial e transportamos a bagagem por 1,6 km sobre o Cerro
Arruyabai até o Porto inferior [Embarcadero]. [...] Em nosso caminho, observei
em uma borda de granito algumas gravações indígenas, de maior interesse, pois
foi o primeiro que encontramos no Rio Negro. As figuras estavam na forma de um
labirinto, e foi notável pela profundidade em que foi cortada na rocha; e
embora a trilha passe sobre essas pedras, e milhares possam ter andado sobre
ela, a figura não está de todo erodida. Uma tentativa de imitar os petróglifos
em um período posterior, e provavelmente com um martelo e cinzel, está quase
apagada, mostrando veementemente a habilidade peculiar dos operários originais,
quem quer que eles fossem. [...]
24 de março de 1839 ‒ Chegamos
a Barcelos, agora chamada Mariuá, bem cedo. [...] Algumas escunas e saveiros,
que estavam ancorados antes da cidade, deram uma animação à paisagem que é
muito carente nestes vastos Rios. No início deste século, Barcelos tinha de
10.000 a 12.000 habitantes e era a capital da Capitania do Rio Negro, mas,
desde que a sede do Governo foi removida para Manaus ou Barra, sua decadência
foi rápida. Atualmente, pouco mais de 20 casas são habitadas; porque a maior
parte dos proprietários vive em seus sítios ou propriedades dedicando-se à
agricultura. Após 6 meses, os senhores Vieth e Le Breton, que haviam se
empenhado em coletar materiais e espécimes para a geologia e botânica,
incorporaram-se, novamente, à Expedição. As dificuldades e atrasos que
experimentaram com a burocracia estatal eram uma prova de que se eu não tivesse
trazido a tripulação do meu próprio barco, de Warraus e índios espanhóis das
tribos Guinau e Maiongkong, poderíamos ter levado doze meses até chegarmos a
Barcelos, em vez dos apenas 21 dias que levamos desde Esmeralda até aqui,
percorrendo uma distância aproximada de 925 km [...] Foi motivo de muita
satisfação para mim visitar as principais famílias do lugar, e especialmente os
Senhores Rodolfo, Pini e Couto, para agradecer-lhes pela gentileza e atenção
que demonstraram durante nossa estada neste local. [...]
30 de março de 1839 ‒ As
gravuras indígenas que tornam essa pequena Ilha notável, estão no seu lado S. e
esculpidas em blocos de granito duro, e embora o tempo as tenha erodido um
pouco, elas ainda conservam linhas profundas. Elas são numerosas e consistem em
desenhos de homens, pássaros e animais. Em um grande pedregulho treze imagens,
representando figuras humanas, estão dispostas em linha como se dançassem. As
gravações mais notáveis, no entanto, são as representações de dois barcos a
vela; o menor é um navio de dois mastros e o maior semelhante a um galeão. Permanece,
portanto, pouca dúvida de que essas imagens foram feitas em um período
posterior, e após a descoberta do Amazonas, quando os navios dos Conquistadores
já navegavam na corrente mais poderosa do mundo. Não é improvável que o grupo
de figuras se relacione a um evento de grande repercussão; talvez a primeira
chegada dos europeus ao Amazonas. Os índios dos dias atuais nas proximidades de
Pedreiro ([3])
admitem a antiguidade destas figuras, e dizem que foram gravadas mediante
fricção constante com seixos de quartzo. Até pode ter sido, mas nosso
julgamento se mostrou infrutífero; como também nossas tentativas de produzir
fogo a partir de dois bastões, embora isso seja feito com facilidade pelos
índios. Com grande persistência eles podem realmente ter conseguido isso. Essas
gravações, deve-se notar, não são tão profundas como as do Corentyne, ou de
Waraputa no Essequibo. Pedreiro, o antigo Moura, e Itarendaua, ou “o lugar das rochas” dos nativos, e pelo
qual este último nome é agora chamado em todos os documentos oficiais, fica a
cerca de 16 km da Ilha de Pedra, e no banco S. do Rio. Foi com enorme
satisfação que prestei ao Capitão Bemfico e ao senhor Brandão meus
agradecimentos pela gentil atenção que demonstraram ao Sr. Vieth e ao Sr. Le
Breton. Fomos recebidos com muita hospitalidade e permanecemos 3 dias em
Pedreiro, que, por ser período de Páscoa, estava bastante animada. Como uma
nova igreja estava sendo construída, a missa foi realizada na casa ao lado de
nossa residência, que serviu, logo depois, como um salão de baile. A maior
curiosidade em Pedreiro é um albino, um índio Wainampu. Ele é um homem de cerca
de 40 anos de idade, e me disseram que seus dois filhos são igualmente albinos.
Cerca de 10 anos atrás, Moura ou Pedreiro era um lugar florescente, com cerca
de 100 casas e 1.000 habitantes; o número atual de habitantes não chega a mais
de 200. Em nossa viagem de volta, o Rio tinha subido bastante, e tivemos que
enfrentar uma corrente forte. Passamos, novamente, pela Ilha de Pedra, mas não
alcançamos a entrada do Rio Branco até tarde da noite, nem nosso lugar de
parada, até meia noite.
03 de abril de 1839 ‒ [...]
Encontramos alguns dos índios que haviam sido levados na caçada aos escravos,
ou “descimento”, como é chamado aqui.
O governo ordenou que os homens, mulheres e crianças capturados naquela ocasião
fossem soltos e enviados para suas casas. Assim que os de Santa Maria souberam
que eu estava por chegar, declararam que esperariam por mim. Eles consistiam de
dois homens velhos, cinco mulheres e duas crianças, que foram deixados por si
mesmos e quase morrendo de fome. Nossas corials estavam sobrecarregadas; no
entanto, arranjei um espaço para três deles e comprei uma pequena embarcação
para o restante em que seguiriam no dia seguinte. [...]
20 a 30 de abril de 1839 ‒ O
vento Norte soprava com rajadas tão pesadas que pouco progredimos; mas, na
tarde do dia 22, novamente chegamos ao Forte São Joaquim. Passaram-se sete
meses e dois dias desde a nossa partida do Forte, período durante o qual
percorremos cerca de 3.540 km, desde as nascentes dos afluentes do Norte do
Tacutu, as águas do Mazaruni, as fontes do Rio Caroni, os afluentes do Norte do
Rio Parima, as nascentes do Parawa, do Parima, do Merewari, do Orenoco, do Cassiquiare
e dos afluentes do Norte do Rio Negro até a confluência do Rio Branco, Rio que
subimos por 482 km, em vinte dias, e finalmente chegamos ao nosso ponto de
partida no Forte São Joaquim. Fomos recebidos pelo Comandante e nossos antigos
aposentos foram-nos, novamente, disponibilizados, mas eu estava ansioso demais
para seguir para o Pirara, e, na tarde do dia 27, parti em uma corial muito
leve, e subindo o Tacutu com grande dificuldade, em decorrência da seca – o
mesmo Rio, que no mês de julho anterior, havíamos encontrado 631 m de largura,
e 3,3 m de profundidade, tinha diminuído em sua Foz para uma largura de 9 m e
28 cm de profundidade.
01 de maio de 1839 ‒ Chegamos
ao Pirara na noite de 1° de maio. Aqui encontramos o destacamento brasileiro,
que afastou o zeloso missionário, o Reverendo Sr. Thomas Youd, e dispersou seu
rebanho. Se o Governo brasileiro tem direito de agir assim não me cabe aqui
discutir; meu dever é apenas relatar o fato de que a antiga capela foi
transformada em Quartel, e o prédio onde as primeiras sementes do cristianismo
haviam sido lançadas entre os índios ignorantes foi transformado em um local
onde impera a linguagem obscena e festas noturnas.
03 de maio de 1839 ‒ No dia 3
de maio, depois de três meses, caiu a primeira chuva no Pirara e com isso
começou a grande mudança climática, os Rios começaram a encher, e, em meados de
maio, a savana estava alagada [...] No final de maio, as corials carregadas com
nossas coleções, chegaram do Forte São Joaquim e foram lançadas no Quatata ([4]),
que se comunica com o Rio Rupununi. Elas logo alcançaram o Rio Rupununi e,
levadas rapidamente por uma forte corrente, chegamos à sua junção com o
Essequibo em 1° de junho.
13 de maio de 1839 ‒ No dia 13
desembarcamos no Comuti, ou rochas Taquiara (Imagem 26), que novamente eu subi,
e avaliei em 48 m a altura dessas massas de granito, confirmando assim a
estimativa que havia feito na minha Expedição anterior. O Essequibo
transbordava, as quedas tinham sumido, e, graças a isso, levamos apenas cinco dias
para percorrer o mesmo trajeto que levamos vinte e três para subir.
17 de maio de 1839 ‒ Na manhã
do dia 17 de junho, nos aproximamos da Missão protestante em Bartika Point,
onde fomos festivamente recebidos com direito a içamento de bandeiras e tiros.
Por uma estranha coincidência, fui recebido pelo Bispo de Barbados, a mesma
autoridade que me recebera no retorno de minha primeira Expedição em 1836. O
Bispo ia fazer uma visita de inspeção à Missão, e foi com lamentável pesar que
tive de comunicar-lhe a triste notícia do fim da Missão do Pirara, cuja
fundação este digno e muito respeitado prelado tinha envidado todos os esforços
ao seu alcance.
20 de junho de 1839 ‒
Tinham-se passado vinte e dois meses desde que passei por aqui, na minha subida
pelo Rio Essequibo, e disse adeus à vida civilizada e aos seus confortos.
Durante este período, eu reconheci o Essequibo até suas fontes, percorrendo
mais de 4.828 km, principalmente por água, que detalhei nas páginas anteriores,
e agora, pela bênção da providência, retornei em segurança para Georgetown,
Demerara, a qual cheguei em 20 de junho de 1839. Essa foi uma navegação interna
de uma das colônias mais luxuriantes dos domínios de Sua Majestade, e não posso
concluir este relatório sem voltar a atenção para a facilidade de comunicação
oferecida pelos Rios que cruzam este Distrito da América do Sul. [...] Se a
Guiana Britânica não possuísse a fertilidade que é sua característica mais
especial, essa possibilidade de comunicação fluvial por si só a tornaria de
grande importância, mas abençoada como é com abundante fecundidade, esta
extensa navegação interior aumenta seu valor como colônia britânica e, se a
emigração, suficiente para disponibilizar seus recursos, fosse adequadamente
direcionada, o porto de Demerara, certamente, rivalizaria com qualquer outro no
vasto continente da América do Sul. (SCHOMBURGK, 1841)
Bibliografia
SCHOMBURGK, Robert Hermann. A Description Of British Guiana, Geographical and Statistical:
Exhibiting its Resources and Capabilities, Together With the Present and Future
Condition and Prospects of the Colony ‒ Inglaterra – Londres ‒ Simpkin,
Marshall, and Co., 1840.
SCHOMBURGK, Robert Hermann. Relato da Terceira Expedição ao interior da Guiana ‒ Inglaterra –
Londres ‒ The Journal of the Royal Geographical Society of London, Volume The
Tenth, 1841.
(*)
Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas,
Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
· E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
[1] A Pedra de Cucuí é uma elevação de 462 m, de altitude, e, do alto
da pedra, é possível avistar o Pico da Neblina e a Serra do Imeri.
Observando-se a Serra, do lado brasileiro, ela se assemelha a um rosto fitando
o céu.
[2] Na face norte da serra do Cucuí, existem cavernas naturais e, em
uma delas, teria morado, segundo a lenda, o cacique Cucuí. O cacique tinha
várias esposas e, à medida que elas envelheciam, eram engordadas e sacrificadas
para servirem de repasto ao cacique canibal. Cucuí a substituía, imediatamente,
por uma das jovens mais belas da Aldeia.
[3] Pedreiro: atualmente Moura.
[4] O Quatata é um riacho localizado Alto-Takutu, região do Território
Essequibo. A elevação estimada do terreno acima do nível do mar é de 85 metros.
Também conhecido como Rio Kwatata, Kwatata e Kwatata.
Galeria de Imagens
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Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H