Sexta-feira, 22 de abril de 2022 - 06h03
Bagé, 22.04.2022
Como relata
anteriormente Francisco Xavier Ribeiro de Sampaio, nem mesmo Voltaire conseguiu
ficar alheio à controversa questão. Na sua obra “Candide, ou l'Optimisme”
escreveu algumas páginas sobre um “País Dourado”:
Após
fugirem dos jesuítas, Cândido e seu parceiro Cacambo decidem, depois de muito
andar sem rumo, se apossar de uma canoa abandonada na beira do rio. Depois de
navegarem alguns quilômetros por margens ora verdejantes ora áridas, algumas
vezes planas, outras muito íngremes. O rio, finalmente, se estende sob uma
abóbada de rochedos ameaçadores que se elevam até o céu. Os viajantes ousaram
entregar sua nau ao sabor da torrente sob aquela imensa cúpula que os arrastou
com uma velocidade e um ruído apavorantes.
Só
voltaram a ver a luz do dia vinte e quatro horas depois, quando sua canoa se
despedaçou contra os rochedos e foram obrigados a se arrastar pelos penedos por
quilômetros até que descortinaram um horizonte imenso, rodeado por montanhas
intransponíveis. Era uma região pródiga em culturas, onde o útil unia-se ao
agradável.
Nos
caminhos cruzavam belos e brilhantes veículos, conduzindo homens e mulheres de
uma beleza singular, tracionados por grandes carneiros vermelhos que
ultrapassavam em velocidade os mais belos cavalos de Andaluzia, de Tetuán e de
Mequínez. (VOLTAIRE)
(Thales Bastos Chaves)
“O que perturba e intimida
O meu
espírito forte
Não é a
certeza da morte
Mas a
incerteza da vida.”
(Da Costa e
Silva)
Terra sem Sol, da noite eterna... Terra
Onde repousa o corpo decomposto;
Úmida terra que deforma o rosto,
Urna da paz e símbolo da guerra.
Terra das almas que velando a morte,
Hão de deitar-se sobre o ventre teu;
Terra que a vida ‒ miserável sorte,
Chora um amigo que se foi, morreu...
Terra das lousas, das imagens frias,
Dos sepulcros antigos, do passado;
Terra que encobre as fúteis fantasias,
Lugar que ocupa o nobre, o desgraçado.
Terra das sombras, que o cipreste abriga,
E o mocho embala com seu triste canto;
Lá nasce e fica uma saudade antiga,
Lacrimejada de funéreo pranto.
Terra das catacumbas branquejadas,
Das casas pequeninas, da saudade,
Das orações de amor inconsoladas,
Agasalho final da humanidade. [...]
Bibliografia
VOLTAIRE - François-Marie Arouet. Candide, ou
l'Optimisme - França - Paris - Editora Cramer, Marc-Michel Rey, Jean Nourse,
Lambert, and others, 1759.
Solicito Publicação
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de
Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
·
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
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