Quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021 - 09h44
Bagé, 11.02.2021
Foz do Breu, AC/ Manaus, AM ‒ Parte XXVI
I Seminário de História Militar Terrestre da Amazônia Brasileira
O historiador nunca se evade do tempo da história: o tempo adere ao seu
pensamento como a terra à pá do jardineiro.
(Fernand Braudel)
I Seminário de História Militar Terrestre
Em novembro de 2012, na Cidade de Manaus, AM, participei de um Seminário
patrocinado pelo Comando Militar da Amazônia (CMA). O Gen Ex Eduardo Dias da
Costa Villas Bôas, entusiasta da história, além de realizar a abertura e o
fechamento do mesmo esteve presente em todas as etapas. Na oportunidade
apresentei o tema:
Mesa
1 - Conquista da Amazônia Brasileira (1616 - 1750)
Viagem da Real Escolta pelo Rio Madeira, empreendida por José Gonçalves
da Fonseca, nos idos de 1749 (Coronel R1 Hiram Reis e Silva – CMPA).
Velhos Amigos
Conheci, na oportunidade, o Professor Emanuel Pontes Pinto, da UNIR, que
me enviara, instigado pelo seu amigo pessoal General Tibério Kimmel de Macedo,
a narrativa da Viagem de Palheta pela Bacia do Madeira.
Este decano e simpático Mestre é embalado por uma chama que entusiasma a
todos aqueles que assistem suas apresentações e intervenções.
Revi meu velho amigo e Irmão maçom Dr. Antônio Loureiro que comenta
sagazmente cada artigo que escrevo sobre as plagas amazônicas. O Dr. Loureiro
foi o palestrante certo para encerrar a série de palestras, cujos temas foram
gradativamente passando do longínquo pretérito até chegar às questões
hodiernas. Mestre Loureiro foi além e qual Nostradamus traçou em funestas
linhas uma visão quase apocalíptica sobre o futuro de nossa Amazônia tão
comprometida pelas absurdas “políticas”
que conseguiram engessar a economia da região transformando uma solução
temporária como a Zona Franca em permanente.
“Engessamento” da Amazônia
A política indigenista está dissociada da história brasileira e tem de
ser revista urgentemente. Não sou contra os órgãos do setor. Quero me associar
para rever uma política que não deu certo; é só ir lá para ver que é
lamentável, para não dizer caótica. (Gen Ex Augusto Heleno Ribeiro Pereira)
A alienação política de nossos políticos e juristas transformou as
questões indígenas e ambientais em moeda de troca barganhando nossa soberania
com “estranha” submissão a interesses
alienígenas inconfessos. Estas desastrosas ações realizadas sem conhecimento
de causa afetam não somente os destinos da nação brasileira, mas, sobretudo,
das populações indígenas tão manipuladas por ONGs que absolutamente se
preocupam com a sua sobrevivência, mas tão somente com as riquezas de suas
terras.
Quando se impede a miscigenação de nossos nativos com os “não índios” ou o contato com agentes do
estado brasileiro cria-se, por outro lado, oportunidade para que este contato
se dê através do que há de pior na sociedade nacional.
A preservação de grupos étnicos em redomas que os mantenham distantes de contatos humanos não passa de uma tentativa de fazer parar o tempo, como se isso fosse possível, em zonas cujas dimensões e natureza tornam impossível um policiamento protetor. O artificialismo condena esse equívoco, e o resultado final ameaça ser a contaminação dos grupos primitivos pela ação clandestina do que há de pior na sociedade moderna, enquanto o que há de melhor é mantido à distância pelo respeito à lei.
(A Redoma Fatal ‒ O Globo)
A omissão criminosa do estado permite que garimpeiros, traficantes,
madeireiros e degenerados de toda espécie e de todas as bandeiras os aliciem.
Nas nossas viagens pelos amazônicos caudais ouvimos relatos de índios servindo
de “mulas” (transportando drogas),
construindo campos de pouso clandestinos, que são utilizados por traficantes de
todo gênero, permitindo que suas terras sejam exploradas por inescrupulosos
marginais.
Plano Plurianual
Os estados amazônicos precisam, mais do que nunca, de um Plano
Plurianual, forjado pelos filhos da terra das águas e apoiados pelas
universidades locais. A Cidade de Manaus cresce assustadoramente enquanto suas
coirmãs do interior mínguam sem qualquer tipo de apoio ou opção para as novas
gerações.
Mais que nunca os Governos Federal e Estadual precisam voltar seus olhos
para o planejamento estratégico sem se deixar enganar pela ladainha do “politicamente correto” que visa tão
somente o engessamento da região. Os investimentos em Biotecnologia, vocação
amazônica, são parcos não permitindo que pesquisadores levem avante seus
projetos. Os 5% depositados pelas empresas, de sua produção em Pesquisa e
Desenvolvimento (P&D), no Fundo da Amazônia, não são repassados ao Estado
pelo Governo Federal. Este enorme e relegado potencial proporcionado pela maior
floresta tropical do planeta está deixando de gerar divisas com produtos
desenvolvidos ou aperfeiçoados pela biotecnologia aliada à micro e
nanotecnologia. O aproveitamento da imensa biodiversidade amazônica e do seu
potencial industrial seriam responsáveis, sem dúvida, por mais um momento
importante da história econômica e social da região, mais um ciclo – o Ciclo da
Biotecnologia.
As Sementes de uma Rede de Calúnias e Intrigas
No intervalo do Seminário o chefe da Seção de Comunicação Social do CMA
tinha agendado uma entrevista minha aos repórteres do programa Zappeando da
Globo:
www.youtube.com/watch?v=vF9bU-iH0Eg
Após a entrevista retornei ao Seminário e informei ao Gen Bda Thaumaturgo
Sotero Vaz o motivo de meu atraso que demonstrou
uma evidente e totalmente
disparatada irritação à respeito, achando
que eu só queria “aparecer”.
O controvertido militar sabia que o CMA é quem marcara a
entrevista! Parece que as aludidas intrigas que
tanto afetaram as Comissões de Limites demarcadoras das fronteiras do Brasil
com a Bolívia e o Peru contaminaram a nossa missão, desde o início, apesar do esforço
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), e determinação de nossos
diletos amigos Generais Fraxe, Jaborandy e
Paulo Sérgio, grandes incentivadores do
projeto.
O Capitão Tenente Cunha Gomes já havia dito: “Decididamente esta Questão de Limites é malsinada”.
(Jorge Amado)
[...] Digo não ao discurso, à medalha, à fanfarra e
aos tambores, à sessão solene, ao incenso, à fotografia de fardão ou em mangas
de camisa exibindo as pelancas
e a dentadura, não só andor de procissão. [...]
A vida me deu mais do que pedi, mereci e desejei.
Vivi ardentemente cada dia, cada hora, cada
instante, fiz coisas que Deus duvida, conivente com o Diabo,
compadre de Exu nas encruzilhas dos ebós.
Briguei pela boa causa, a do homem e da grandeza, a
do pão e a da liberdade, bati-me contra os preconceitos,
ousei as práticas condenadas, percorri os caminhos proibidos, fui o oposto, o
vice-versa, o não, me
consumi, chorei e ri, sofri, amei, me diverti.
Fujo dos festejos, ao fogo de artifício, ao
banquete,
fujo ao necrológio, estou vivo e inteiro. [...]
Não vou repousar em paz, não me despeço, digo até
logo, minha gente, ainda não chegou a hora de jazer
sob as flores e discurso. [...]
(Junqueira Freire)
Morra de dor a inveja insaciável;
Destile seu veneno detestável
A vil calúnia, pérfida inimiga.
Una-se todo, em traiçoeira liga,
Contra mim só, o mundo miserável.
Alimente por mim ódio entranhável
O coração da terra que me abriga.
Sei rir-me da vaidade dos humanos;
Sei desprezar um nome não preciso;
Sei insultar uns cálculos insanos.
Durmo feliz sobre o suave riso
De uns lábios de mulher gentis, ufanos;
E o mais que os homens são, desprezo e piso.
(Beto Servidio)
Quando a calúnia profanada,
For difundida pelos cantos,
Caminhará a tempo eterno,
Brotando mares de tantos prantos. [...]
(Antoine Rivarol)
(Bíblia Sagrada ‒ Mateus XV, 11, 18 a 20)
(Domingos Ribeiro)
Essa boca, de que só deveria proceder palavras edificantes e puras,
quantas vezes não as tornas instrumento diabólico, pela maldita realização da maledicência,
da calúnia, da intriga, do insulto, de todas as formas do mal!
Solicito Publicação
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de
Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
· E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
Galeria de Imagens
* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H