Terça-feira, 23 de fevereiro de 2021 - 06h00
Bagé, 23.02.2021
Foz do Breu, AC/ Manaus, AM ‒ Parte XXXIV
Mal Thaumaturgo
El día 4 de noviembre quedará como testimonio de que
los hombres íntegros no saben temer el peligro y que por consecuente sus
distinguidas atenciones serán para mí un grande recuerdo que llevaré al seno de
mi familia. A Usted mi querido amigo, le ofrezco, como siempre, mi más sincera
amistad para que pueda ocuparse con la confianza del verdadero amigo en el
Callao Perú. (Carta do Maj Ramirez Hurtado ao Cap D’Ávila – Arquivo Histórico
do Itamarati)
19 a 22.12.2012 ‒ Destacamento de Fronteira
Resolvemos
permanecer no Destacamento de Fronteira até sábado, 22 de dezembro. A educação,
profissionalismo e cortesia dos militares cativaram-nos.
O
Angonese conseguiu, finalmente, satisfazer seu desejo de pescar. Sua incursão
ao Rio Arara proporcionou-lhe a captura de uns belos surubins ([1]),
de mais de 80 cm, e eu e os outros membros da equipe desfrutamos do convívio
salutar destes gentis guerreiros além de termos a possibilidade de conhecer a
Cidade de Thaumaturgo e arredores. O Destacamento é um polo de excelência
plantado numa região desprovida dos confortos da vida moderna.
Os
militares destacados, que aqui permanecem entre 2 e 3 meses, voltam-se não só
para sua atividade fim, mas também cuidam de uma pequena horta e criação de
galinhas e porcos. As instalações recentemente inauguradas, são impecáveis,
cuidadas com muito esmero e a área do entorno exige um cuidado especial no que
se refere à manutenção tendo em vista nos encontrarmos em pleno inverno
amazônico. A capina é feita semanalmente não só com o objetivo de manter o
asseio das instalações, mas, sobretudo, para evitar a aproximação das temíveis
surucucus pico-de-jaca ([2])
que infestam a área. O Pelotão, através do Ten Santiago e do Sgt Wanderley,
conseguiu disponibilizar todos os motores rabeta que se encontravam
indisponíveis além de promover outras melhorias importantes no Destacamento.
Sr. Renato Bezerra Mota
Nas
nossas incursões a Mal Thaumaturgo, sempre fizemos uma parada obrigatória na
Panificadora Mota, a melhor sorveteria da Cidade, de propriedade do Sr. Renato
Bezerra Mota. O velho policial possui uma magnífica coleção de facas e espadas
além de um belo acervo de fósseis de preguiças gigantes ([3]),
mastodontes ([4])
e purussauros ([5])
dignos de um museu.
Renato
e outros populares contaram-nos como o tráfico de armas e drogas corre solto
pelos afluentes do Juruá, Tejo, Acuriá, Arara, Juruá-mirim e tantos outros, sem
qualquer intervenção por parte das autoridades competentes. Despertou-nos a
atenção o movimento intenso de pequenas aeronaves no campo de pouso da Cidade.
Reconhecimento dos Afluentes
Tendo em vista as
dificuldades encontradas no que se refere à logística de nossa Expedição,
resolvi abandonar a pretensão de reconhecer os principais afluentes do Juruá. O
alto consumo do motor de 40 Hp da lancha “Mirandinha”
e a impossibilidade financeira de adquirirmos um motor tipo rabeta, mais
econômico, com essa finalidade determinou minha mudança de planos. A frustração
só não é maior tendo em vista a categoria da equipe que me acompanha e o
incentivo de amigos e investidores que certamente saberão compreender minhas
razões. O livro que pretendíamos presentear, depois de editado, ao DCEx, CMA e
DNIT terá de ser em forma de cópia digital já que a falta de recursos não nos
permitem esta extravagância.
Solicito Publicação
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de
Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
· E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
[1] Surubins: Sorubimichtthys planiceps.
[2] Lachesis muta.
[3] Eremotherium laourillardi: conhecida como
megatério era muito lenta, presa fácil para os predadores, alimentava-se de
folhas e brotos de árvores. Viveu entre 1.800.000 e 11 mil anos.
[4] Masthodon angustidens: parente dos atuais
elefantes pesava em torno de 7 ton e tinha 3 m de altura. As presas chegavam a
medir 5m de comprimento. Extinto há aproximadamente 10 mil anos.
[5] Purussaurus
brasilienses: viveu há cerca de 8 milhões de anos, semelhantes aos jacarés, atingiam
13 m de comprimento e 4 ton de peso. O primeiro fóssil foi encontrado no Rio
Purus – a origem do nome.
Galeria de Imagens
* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
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