Sexta-feira, 11 de dezembro de 2020 - 08h50
Bagé, 11.12.2020
Porto Velho, RO/ Santarém, PA ‒ Parte LXXVII
Descendo o Rio Madeira ‒ VIII
TG 12-002 de Manicoré, AM ‒ Um
Paradigma
“Si vis pacem, para bellum”
Conheci
o Tiro de Guerra de Manicoré graças ao grande amigo e excelente jornalista
Walter de Azevedo Filho, da Rede Amazônica. As instalações primorosas e bem
cuidadas refletem o êxito da bela parceria que se formou entre a Prefeitura
Municipal de Manicoré (PMM) e o Exército Brasileiro (EB). A instalação de uma
modelar e bem equipada Unidade Básica de Saúde (UBS), no interior do
aquartelamento, com recursos Municipais, permite, hoje, que a população
manicorense conte com atendimento de qualidade proporcionado pelos profissionais
de saúde do Exército Brasileiro. O equipamento odontológico, de última geração,
por sua vez, foi doado pelo judiciário local o que demonstra de forma
definitiva que os poderes unidos são capazes de fazer a diferença. A Escola
Municipal, mais conhecida como a “Escola
do Tiro de Guerra”, conta, igualmente, com instalações confortáveis, salas
de aula climatizadas, quadro branco, e, o que é fundamental, professores
qualificados e dedicados. O Capitão De Souza, Instrutor Chefe do TG, que na
oportunidade estava se preparando para passar o comando, mostrou-nos as
instalações visivelmente emocionado com o resultado dessa “parceria que deu certo” entre o EB e a PMM.
No
dia 24.01.2012, realizamos uma entrevista com o Comandante do Comando Militar
da Amazônia (CMA), General de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas,
dileto amigo com o qual tivemos a honra e o privilégio de conviver, como
instrutores, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), no início da década
de 80. Um dos assuntos tratados foi o dos Tiros de Guerra e aproveitei a
oportunidade para citar o TG de Manicoré como exemplo que deveria ser seguido
pelas demais Prefeituras que, ao melhorar as instalações dos aquartelamentos,
estariam fazendo um investimento que resultaria em benefício direto para a
população local.
Histórico
Fonte: Tiro de Guerra 12-002 ‒ Manicoré-AM
A Portaria Ministerial n° 394/Reservada, de 15.07.1996, criou o
Tiro-de-Guerra de Manicoré com a designação de TG 12/002. Seu primeiro Diretor
foi o Prefeito Municipal Sr. Waldomiro Gomes e seu Chefe de Instrução o 2° Ten
R/1 Francisco Edmar Aguiar Medeiros. O TG iniciou suas atividades em Manicoré,
no dia 01.03.1997, utilizando provisoriamente as instalações do antigo prédio
da Embratel, enquanto se construía sua sede atual, em terreno cedido pela
Prefeitura Municipal, com recursos da Fundação Nacional da Saúde. No dia
17.07.1998, as instalações foram entregues pela Fundação Nacional de Saúde. Em
28.07.1998, após solenidade na Praça da Bandeira, a nova sede foi inaugurada oficialmente
pelo Comandante Militar da Amazônia, General de Exército Germano Arnoldi
Pedrozo, contando com as ilustres presenças do Comandante da 12ª Região
Militar, General de Brigada Eron Carlos Marques e do Prefeito de Manicoré, Sr.
Waldomiro Gomes, Vereadores, autoridades, lideranças locais acompanhados de
grande número de populares.
O TG recebeu a denominação de “Tiro
de Guerra Dr. Edmundo Juarez”, em homenagem ao médico sanitarista de renome
internacional, à época Presidente da Fundação Nacional de Saúde, que patrocinou
a construção das instalações que a área do TG possui, e que falecera em março
de 1998, antes da inauguração do Tiro. O Tiro de Guerra já formou um
contingente de 108 Cabos, sendo 04 mulheres, e 527 Atiradores dos quais 16 do
segmento feminino.
Em 19.11.2011, foi inaugurada, pela Prefeitura Municipal de Manicoré, a
ampliação da Escola Municipal Dr. Edmundo Juarez; a Unidade Básica de Saúde
Lucy Marques Cavalcante e a reforma do Pavilhão de Administração, com a
presença do Prefeito em Exercício Lúcio Flávio do Rosário – Diretor do TG,
autoridades locais e população em geral. Seu atual Diretor é o Sr. Manoel
Galdino de Oliveira, Prefeito Municipal e seu efetivo é composto por um
Instrutor Chefe, um Tenente dentista, um Tenente médico e um Subtenente
Instrutor.
Em
Manicoré, tivemos a oportunidade de conhecer a Cooperativa Verde de Manicoré
(COVEMA), fruto de uma história de luta das Comunidades Extrativistas dos
Municípios de Manicoré e Nova Aripuanã, onde existem Unidades de Conservações
de Uso Sustentáveis federais e estaduais, além de Projetos de Assentamentos
Sustentáveis e Áreas Indígenas.
A
COVEMA, aliada ao Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) e o Conselho das
Associações de Manicoré (CAM), buscam organizar as comunidades com as seguintes
finalidades:
1. Apoiar a regularização fundiária, com o
propósito de garantir a propriedade das áreas de coleta para os trabalhadores
extrativistas;
2. Organizar a produção para garantir melhores
preços;
3. Melhorar a qualidade de vida do extrativista
e de suas famílias buscando, junto aos órgãos públicos, investimentos nas áreas
de educação e saúde;
4. Proporcionar alternativas de renda aos
produtores.
Produção
Graças
a parcerias firmadas com instituições públicas e privadas, a cooperativa
implementou práticas adequadas em relação à coleta, transporte, armazenagem e
beneficiamento da Castanha-do-Brasil (Castanha-do-Pará), buscando a melhoria de
qualidade do produto.
Hoje
são 800 castanheiros cadastrados e, em 2011, a cooperativa comercializou 300
toneladas de castanha que, depois de processada, gerou 100 toneladas de
amêndoas selecionadas. A COVEMA avalia que isto represente apenas 26% da
produção estimada da região. Recebi da Cooperativa uma “Cartilha do Coletor” produzida pela ASBRAER, em 2008.
Castanha-do-Brasil
Fonte: ASBRAER
A Castanha-do-Brasil é um
produto encontrado na Floresta Amazônica muito importante para a região. Sua
produção, em torno de 30 mil toneladas por ano, é quase toda exportada e o
consumo interno é de apenas 5% desse total.
A castanha é uma fonte de
trabalho e renda para as pessoas que vivem e trabalham na floresta; e também é
uma importante fonte de proteína para a alimentação. O Brasil já foi o
principal produtor da Castanha-do-Brasil, mas perdeu o lugar de maior
exportador para a Bolívia. Isso porque nossa castanha descascada estava
apresentando altos níveis de contaminação por aflatoxina [uma substância que
causa câncer no fígado]. Esse problema ocorre principalmente porque não há
cuidados com a qualidade da castanha, nem nas etapas de coleta na floresta e
nem no armazenamento dentro das usinas. Mas a qualidade da castanha pode
melhorar. A castanha bem cuidada fica saudável para a alimentação e melhor para
se vender.
Técnicas de Amontoa
Fonte: ASBRAER
1. Apanhe os ouriços semanalmente.
2. Não misture os ouriços da safra passada aos
da safra nova.
3. Depois de feita a “amontoa”, não demore mais de três dias para quebrar os ouriços e
levar as castanhas para o armazém ou paiol.
4. Se não for possível quebrar os ouriços após
a “amontoa”, faça jiraus com 3 a 4
palmos de altura do chão pra amontoar os ouriços.
5. No jirau, ponha os ouriços de umbigo para
baixo, para não entrar água da chuva. A umidade ajuda o mofo a crescer e
estraga a castanha.
Armazenamento da Castanha
Fonte: ASBRAER
1. As castanhas nunca devem ser ensacadas logo
após a quebra, elas precisam estar secas;
2. Espalhe as castanhas dentro do armazém em
camadas de até meio palmo de altura;
3. A cada dia revire as castanhas, para secarem
por igual;
4. Não misture, na mesma pilha de secagem,
castanhas que já estão quase secas com castanhas úmidas;
5. Não deixe animais terem contato com as
castanhas que estão em processo de secagem;
6. Não deixe as castanhas terem contato direto
com o Sol ou a chuva. O Sol deixa a castanha com gosto ruim e a chuva favorece
o mofo;
7. Após sete dias, a castanha estará seca,
podendo ser ensacada em sacos de aniagem ou armazenada solta, a granel, em um
canto do paiol.
Solicito Publicação
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de
Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
· E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
Galeria de Imagens
* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
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