Sexta-feira, 8 de janeiro de 2021 - 06h02
Bagé, 08.01.2021
Foz do Breu, AC/ Manaus,
AM ‒ Parte II
Esta épica jornada ao singrar as tortuosas águas do Rio
Juruá foi realizada em homenagem ao General Bellarmino Augusto de Mendonça Lobo. O General
Bellarmino foi Chefe da Comissão Mista Brasileiro-peruviana de Reconhecimento
do Rio Juruá, em 1905, que fez o reconhecimento hidrográfico detalhado desde a
sua Foz no Solimões até a Foz do Breu e daí para cima um levantamento expedito
do Alto-Juruá.
O General Bellarmino
Augusto de Mendonça Lobo nasceu, em 1850, na antiga Província do Rio de
Janeiro, filho de Belchior de Mendonça Lobo.
Assentou praça a
04.03.1865, no 5° Corpo de Voluntários da Pátria, seguindo para os campos de
Guerra paraguaios, onde participa nos combates dos Fortes Curuzu e Curupaiti, e
na Batalha de Tuiuti [todos em 1867], sendo elogiado por seu comportamento nas
ações militares. Participa, também, das Batalhas de Itororó e de Avaí, o que
lhe valeu a promoção de Alferes, por atos de bravura. Em Lomas Valentinas, foi
gravemente ferido e hospitalizado. Recebe, então, elogio do Ministro da Guerra
em nome do Imperador Pedro II. Em fevereiro de 1869, regressou ao Rio de
Janeiro para completar o tratamento de saúde. Seu nome foi incluído no voto de
felicitações da Câmara dos Deputados, em agradecimento ao Exército e à Marinha
pelos triunfos alcançados na Guerra do Paraguai.
Restabelecido dos
ferimentos, regressa ao campo de operações militares, a tempo de tomar parte na
Batalha de Campo Grande, quando recebe citação especial do Conde d’Eu,
Comandante-em-chefe das Forças Brasileiras. Terminada a Guerra, com o posto de
Tenente, Bellarmino Mendonça volta ao Rio de Janeiro e normaliza sua situação
do Exército, matriculando-se, em 1871, na Escola Militar, de onde saiu, depois
de sete anos, bacharel em Matemática e Ciências Físicas. A carreira militar
proporcionou-lhe importantes Comissões no Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do
Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Esteve à disposição do Ministério das Relações
Exteriores para tratar de assuntos relativos às fronteiras Brasil-Argentina.
(TOCANTINS, 1989)
Mensagens
Verba volant, scripta manent!
(As palavras voam, os escritos
permanecem)
Sr. Ayrton Bellarmino de Mendonça M.
Teixeira
Parabéns pela iniciativa!
Fico contente que tenha
sido obtido o apoio oficial e orgulhoso de que a Expedição receba o nome de meu
tetravô, nascido Bellarmino Augusto de Mendonça Lobo, mas mais conhecido como
General Bellarmino Mendonça, cujo neto, Bellarmino Jayme Ribeiro de Mendonça,
foi “pracinha” da FEB, como um dos
oficiais do 1° Esquadrão de Reconhecimento – 1° Esquadrão de Cavalaria Leve,
posteriormente [1949] denominado Esquadrão Ten Amaro.
Boa sorte na missão!
Ayrton
Amigo e irmão brasileiro,
Fiquei decepcionado com o
trabalho do DNIT. Ao que parece, os mapas deverão ser refeitos!!! Pois não
apresentam razões para que confiemos neles!!! Que tristeza!!! E, você com sua
costumeira pertinácia, resiste aos “piuns”,
às distâncias monumentais da Amazônia e, apesar das dores lombares, rema
valentemente, para a conquista de seu sonho atual, tornar a Amazônia mais
conhecida, mais brasileira! Precisamos, nós todos, voltarmos a atenção para
essa região ÚNICA, em nosso Planeta, que pertence aos brasileiros, em sua maior
parte! Se Cícero vivo fosse, muito provavelmente diria para os “cegos” brasileiros, que não se dão conta
que nossa maior, e mais preciosa “gema”
é a Amazônia:
Até quando, ó Catilina,
abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há de zombar de nós essa
tua loucura?
Mostra, Hiram, pela tua santa
obstinação, aos cegos o que é a AMAZÔNIA! Saúde para ti, para Angonese, para
Mário e para Marçal!
Grande e fraterno abraço,
Bittencourt
Mestre, Amigo e Ir\ Dr. Afrane Serdeira
Um grande TFA, estou muito
feliz pois sua coluna aguentou todo seu esforço. O implante que coloquei foi o
primeiro confeccionado por mim e foi a primeira cirurgia que recebeu este
implante. Não acredito que exista no mundo algum paciente operado de coluna que
tenha feito tamanho teste de esforço.
Sou fascinado pelos Rios
da Amazônia, quero comprar este livro do Juruá quando estiver à disposição.
Abraço do Afrane
Amigo e Xará Coronel Hiram de Freitas
Câmara
Vitorioso Xará:
Com que alegria li sua
mensagem. Não é uma vitória apenas sua: é de todo o Brasil.
Em tempos de competições
internacionais envolvendo nosso País, esta em que você vinha disputando
sozinho, até o presente, e em todas as provas, contra si próprio – mesmo as de
revezamento – o fato de a Nação Brasileira passar, oficialmente, a remar junto,
tem o significado de reforçar-lhe o ânimo e assegurar o esforço brasileiro a
seu lado, na “Olimpíada” de
valorização da Amazônia Brasileira a que se propôs há uma dezena de anos atrás.
Em especial, porque este reforço, de peso, está representado por Chefes
Militares Brasileiros com a compreensão do valor geopolítico do Brasil e da
posse do quinhão territorial da Amazônia que a competência diplomática e
militar de nossos antepassados conquistou e manteve, com tenacidade histórica,
sob o manto da moralidade jurídica de Tordesilhas. Militares que hoje ocupam
funções de alta responsabilidade na estrutura da Alta Administração da Força
Terrestre, sensíveis à importância geoestratégica da missão a que você se
impusera. Estou vibrando, xará, ao perceber que as ondas concêntricas na água
depois da batida do remo, ampliam-se e chegará o dia em que todos os
brasileiros, e o mundo, despertados pela mídia, ouvirão, no silêncio de suas
almas, o ruído de seu remo, batendo na água dos imensos Rios da Bacia Amazônica
no Território Brasileiro.
E, aos poucos, entrarão em
sintonia com a sensibilidade de quem vibra batidas ritmadas por seu coração,
puro e bom. Não temo apontá-lo, no reconhecimento do futuro, um brasileiro com
alma de Rondon, um bandeirante de nossa época, solitário até pouco em seu
sonho, adequado a seu tempo, no desenho da missão, com o mesmo sentimento
integrador, de brasilidade e pacificação de espíritos.
Poderiam, se
contemporâneos, ter sido Mestre e Aluno, ambos, sem qualquer temor do metro a
pisar em frente, Cândido Mariano, valente pioneiro, em tempos do passo a passo
nas trilhas abertas, onde civilizado algum havia pisado.
Rigoroso e disciplinado no
estender os fios pelos quais, a cada parada, comunicava-se com a retaguarda à
crescente distância em quilômetros; e dali, lançava sua mensagem telegráfica à
imensa “distância” do ambiente deste
início de século XXI.
Tempo de impensáveis meios
de comunicação que hoje, correm a favor da correnteza. Porém, se Cândido
Mariano contava, desde o início, com a estrutura do Estado para a missão
oficial que cumpria, esse Hiram Reis e Silva, que você é, e de quem tanto me
orgulho ser xará, navegou até pouco, por iniciativa própria, sem qualquer
estrutura oficial de apoio, impulsionado pelo vigor de seu braço e de seu
coração de Mestre desta época, inicialmente, multiplicando sentimento nacional
nas mentes e nos corações de seus jovens alunos do Colégio Militar de Porto
Alegre.
Hiram, até a poucos dias,
você navegou remando, o tempo todo, contra o fluxo da correnteza da Vida e,
muitas vezes, contrapondo-se às corredeiras de um ambiente burocrático que lhe
parecia ser de amazônica dimensão.
Estou certo de que, em sua
modéstia, não concordará com a citação de seu nome ao lado de Rondon.
Aguardemos o reconhecimento de sua missão gigantesca quando completada, o que
sempre julguei um desafio “amazônico”.
Porém, ao tomar
conhecimento de que, por meio da sábia decisão de Chefes Militares de
consciência geopolítica, sua missão patriótica e voluntária, passará a contar
com o apoio oficial de todas as Organizações Militares da Bacia do
Juruá/Solimões, reforça-me a esperança de que aqueles que verdadeiramente amam
o Brasil – e não a internacionalização ou a dilapidação de qualquer porção de
nosso Patrimônio Territorial, – e acompanham sua saga, chamando a atenção para
a valorização nacional da Amazônia Brasileira, poderão reconhecer o peso dessa
decisão de Estado, representada por homens que pensam o Brasil, por sua
verdadeira dimensão geopolítica e geoestratégica.
Com que satisfação li
esses nomes, que acompanho e conheço desde suas formações, confirmando, no
nível de decisão que hoje detêm, a grandeza que sempre demonstraram, até
atingirem os altos cargos que hoje ocupam: Gen Ex Eduardo Dias da Costa Villas
Bôas, Comandante Militar da Amazônia; Gen Ex Ueliton José Montezano Vaz, Chefe
do Departamento de Educação e Cultura do Exército [DECEX]; Gen Div Antônio
Hamilton Martins Mourão, do seu Vice Chefe, do DECEX e companheiro de Turma
[Tu/1975] do Cel Hiram Reis e Silva, na Academia Militar das Agulhas Negras
[AMAN], todos da estrutura militar da Força Terrestre, em suas atuais e
importantes funções; e o Diretor Geral do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes [DNIT], autarquia federal vinculada ao Ministério
dos Transportes, Gen Div Jorge Ernesto Pinto Fraxe.
Com o apoio de todos, e
sob a chefia do General Villas Bôas, a Nação Brasileira remará junto, conforme
consta da Ordem de Serviço n° 012 –E3.IM/CMA, de 1° de agosto de 2012, que
versa sobre a EXPEDIÇÃO GENERAL BELLARMINO MENDONÇA, passa a englobar diversos
e importantes projetos de natureza geopolítica e geoestratégica, na Bacia
Amazônica nos limites nacionais, com sua participação ativa. É a vitória de uma
vida.
De meus “pagos” cariocas, vêm-me à mente os tempos
de 1963/64, servindo na Amazônia, e depois na década de 90, quando participei
de um enorme projeto educacional para populações de muitos Municípios
ribeirinhos, alcançando as Comunidades vizinhas às Organizações Militares na
faixa de fronteira. Vêm-me, então à cabeça, algo que ouvia sempre de um
companheiro gaúcho que dizia a cada resultado em Física: “No está muerto quien pelea” e realmente não estava, pois viria a
ser um excelente oficial; e, ainda tem forte acento gaúcho, a citação do poema
de Jayme Caetano Braun, “Vento Xucro”:
Vento xucro do meu Pago
Que nos Andes te originas
Quando escuto nas campinas
O teu bárbaro assobio,
E sinto o golpe bravio
Do teu guascaço selvagem
Eu te bendigo a passagem,
Velho tropeiro do frio.
Pois, amigo, aí está, com
grande alegria e respeito, “eu te bendigo
a passagem” pelas mentes e corações dos que ouviram o bater de seus remos
nas águas da Soberania na Amazônia e só me resta felicitar a você, àqueles
Chefes Militares com consciência geopolítica, à Amazônia, e ao Brasil.
O que agora ocorre é o
reconhecimento por seu trabalho, graças à percepção daqueles Chefes, a
estimular sua expansão, pelas gerações de alunos que você educou e educa,
passando a dedicar-se, oficialmente, a algo que sempre realizou com acuidade e
perícia: a pesquisa.
Você foi muito preciso na
escolha de outra citação, esta de Dalai Lama:
Quando surge um problema,
você tem duas alternativas – ou fica se lamentando, ou procura uma solução.
Nunca devemos esmorecer diante das dificuldades. Os fracos se intimidam. Os
fortes abrem as portas e acendem as luzes. (Dalai Lama)
Sob essa luz, um forte
abraço do xará, Hiram.
Solicito
Publicação
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro,
Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador,
Escritor e Colunista;
·
Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
·
Ex-Professor do
Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
·
Ex-Pesquisador do
Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
·
Ex-Presidente do Instituto
dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
·
Ex-Membro do 4°
Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
·
Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
·
Membro da Academia de
História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
·
Membro do Instituto
de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
·
Membro da Academia de
Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
·
Membro da Academia
Vilhenense de Letras (AVL – RO);
·
Comendador da Academia
Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
·
Colaborador Emérito
da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
·
Colaborador Emérito
da Liga de Defesa Nacional (LDN).
·
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
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