Segunda-feira, 28 de setembro de 2020 - 11h25
Bagé, 28.09.2020
Porto Velho, RO/ Santarém, PA ‒ Parte XXII
Viagem da “Real
Escolta” – IX
Descrevem-se
as Cachoeiras do Rio da Madeira Principiadas a passar no Dia 17.12.1749.
PRIMEIRA
CACHOEIRA (Santo Antônio)
Chegando,
no dia 17.12.1749, pelas 16h00, à vizinhança da Cachoeira chamada pelos índios
Aroaya, e pelos Portugueses de S. João ([1]),
se mandaram os índios mais experimentados em uma canoa a examinar qual dos canais,
que fazia o Rio por entre morros de pedras, seria mais capaz de se poder passar
com menos perigo: e pela informação que deram, se averiguou ser conveniente
puxar as canoas pela margem esquerda e não pela direita, porque pelo meio ela
impraticável; e da mesma sorte pela parte direita se fazia igualmente perigoso,
em razão de ter já o Rio principiado a encher, e descarregar por aquela margem
maior peso de correnteza do que pela esquerda: concordado este parecer se
empreendeu no dia seguinte a passagem, que foi com trabalho, mas feliz sucesso.
Desde
que se entrou a navegar o Rio da Madeira a este lugar da primeira Cachoeira, se
achou serem ambas as margens alagadiças, que nos meses de cheia se inundam
todos os anos em distância de uma e duas léguas para o centro de cada parte
conforme a quantidade de água que chove nos invernos, que uns são mais copiosos
do que outros, donde resulta a imensidade de Lagos, que na vazante do Rio ficam
por ambas as margens, de sorte que sendo raras as partes em que a terra se
levanta mais do ordinário [que nunca chega a mostrar uma légua de ribanceira
alta] sempre se acham estas pequenas distâncias cercadas de Lagos, em forma que
mais parecem ilhas do que terra firme; porém indo-se avizinhando à primeira
Cachoeira já a ribanceira alta corresponde com o centro, e não dá lugar a
inundações, e nesta parte principiam as serras da cordilheira geral a quem
navega Rio acima, e finalizam aos que rodam para baixo. E estas mesmas serras
são as que se haviam avistado. Essas serras se dilatam por uma e outra margem a
vários rumos, e por entre elas faz caminho o Rio Madeira, e como sejam
compostas de morraria de pedra, assim mesmo oferecem as suas extremidades a
correnteza do Rio, de maneira que na primeira Cachoeira se observou fazer a terra
uma pequena enseada da parte Oriental composta de morros de pedras ([2]),
os quais atravessando o Rio formam nele duas Ilhas, uma delas maior e com
arvoredo alto em distância de 200 braças ([3])
da terra firme da banda esquerda, e outra menor e quase escalvada ([4]),
que se opõe ao meio da correnteza do Rio. Da parte Ocidental principia uma
dilatada enseada, e na ponta oposta à Oriental há semelhante pedraria da mesma
qualidade e postura ([5])
que a já referida.
Por
entre as duas Ilhas e as duas pomas de terra firme, rompe a correnteza do Rio
oferecendo à vista um espetáculo igualmente formidável e alegre; porque
atendendo à valentia, com que a água para atropelar os impedimentos que se lhe
opõem em parte, se precipita dos penedos, e saindo por entre outros já
despedaçados vai formando em diversos giros várias fenômenos em rodamoinhos ([6])
e fervedouros, até sonegar em remansos mui quietos nas enseadas, em cuja
tranquilidade se está debuxando o arvoredo sempre viçoso das margens. Tudo
junto dá assunto à contemplação para o recreio; porém oferece aos viajantes
horríveis objetos para o temor. Nestes termos, três são os canais que se acham
nessa Cachoeira: pelo do meio ainda ninguém passou, nem pode sem acabar
infalivelmente na empresa; pelo da parte direita, em tempo de seca, vai
qualquer canoa sem perigo; porém, em tomando o Rio as primeiras enchentes, não
resta mais que o canal da parte esquerda, que em tempo seco não tem água, e
ainda na força de roda a cheia é por onde melhor se pode navegar. No tempo
presente, como era princípio das primeiras águas, já neste canal havia a que
bastava para se puxarem as canoas; o que se executou no dia 18.12.1749, depois
de celebrar-se Missa em obséquio da Senhora do Ó, cuja festividade celebrava a
Igreja.
Dois
puxadouros se ofereciam pela parte referida ambos por entre pedras, porém com a
diferença que, pelo primeiro, podiam ir as canoas carregadas levadas à sirga
com grande cuidado; o que se venceu em 4 horas de trabalho: e chegando a um
remanso junto ao outro puxadouro, se descarregaram as embarcações, e conduzidas
as cargas por cima de imensidade de pedraria em distância de 200 braças ([7]),
se deixaram em parte conveniente, aonde já sem perigo se havia de embarcar.
Feito
este serviço, se entrou na diligência de transportar as canoas pelo último
resto do canal, que era a quebrada de um morro, por onde saía água em altura de
dois palmos com pouca correnteza, e teria de distância 30 braças ([8]);
para o que foi preciso fazer estivas de madeira para salvar as canoas de alguma
ruína, que lhes podia suceder nas pontas das pedras, que ainda não estavam
cobertas. Com esta prevenção se puxaram as canoas com bom sucesso, e ficaram
por toda a tarde transportadas a lugar seguro já livre dos perigos deste
primeiro impedimento, e cada uma com a carga que lhe pertencia para no dia
seguinte fazerem viagem.
A 19.12.1749, já dia claro, se principiou viagem pelo
remanso que havia entre o resto da Ilha e a terra firme da parte esquerda no
rumo de Oesnoroeste; e em menos de meia hora costeando a Oeste se avistou a
Cachoeira pela parte de cima, em que mostrava os primeiros princípios da água
que cabia entre duas Ilhas e o Canal da parte direita, que na verdade fazia
muito mais funesta representação do que a já referida. Costeando a mesma margem
esquerda, se acharam a uma hora de caminho, indo no rumo de OSO, encostados à
terra, 2 morros de pedra, um dos quais formava uma Ilha, e dela se prolongavam
pedras até meio Rio, aonde fazia bastante correnteza, que se venceu a remo
[...]. Desta parte, se atravessou à direita, costeando a qual se topou ainda à
vista do morro antecedente outro mui semelhante, menos em formar Ilha, porém
maior correnteza, que se não pode vadear se não a corda e com algum perigo:
neste lugar havia na terra firme muitas árvores de cacau frutífero e já quase
sazonado, e muito castanhal, e outras árvores de frutas do mato, que os índios
comem.
Vencido este passo, se principiou a ouvir o estrondo
das águas da célebre Cachoeira chamada Gamon ([9]),
e costeando a mesma parte direita nos rumos do Sudoeste e Sul, levando já por
guia o ruído das referidas águas se avistou na volta do SSE aquele promontório
de água, que se despenhava por toda a largura do Rio, e no mesmo rumo chegamos
a ela pela 16h00: e em 6 horas de caminho se andaram 3 léguas desde a 1ª
Cachoeira até esta.
SEGUNDA
CACHOEIRA (Salto do Teotônio)
Da
parte Oriental e Ocidental forma o Rio duas enseadas correspondendo uma a
outra, de sorte que parece se fecha o Rio em um círculo igualando as pontas de
cima fronteiras uma a outra no rumo de Noroeste e Sueste. Ambas estas pontas se
formam cada uma de um morro de pedra sólida, e se comunicam ambas, fazendo como
uma muralha desmantelada, por cujas ruínas, precipitando-se a água do Rio com
furiosa violência, resulta um espantoso estrondo, que a haver nas suas margens
povoações, seria provável padecerem os seus habitantes à surdez que dizem
sucede aos que vivem junto das catadupas do Nilo. Neste impedimento que acha o
Rio e rompe com tão furioso estrépito, não há caminho algum para os homens
vencerem este passo por canais ou remansos; porque estes não os há junto às
pedras, e aqueles se não percebem porque, entre as quebradas dos rochedos, tudo
são fervedouros de água, que apenas se chegou a eles qualquer tronco por
corpulento que seja, em um instante o sorve, e com brevidade o expele e logo
torna a sumir, até que, daí a tempo, o lança em redemoinhos de água, em que
anda detido em giros por muitos dias até haver maior enchente, que lhe faça caminho
para sair daquela represália. De uma a outra ponta, poderá haver de Longitude e
de Latitude de água precipitada 250 braças ([10]).
A
altura da queda em partes mostrava nesta ocasião em que já crescia o Rio, ser
no mais alto até 16 braças ([11])
fazendo de longe a estimativa. Como a furiosa correnteza que despede das quedas
que dão as águas pelos rochedos, encosta à parte direita do Rio, porque topa
com uma Ilha e Praia que, no meio da enseada, se lhe opõe, e dá passagem ao
maior peso da água entre a terra da mesma parte direita e a Ilha, tomaram as
canoas o caminho da margem esquerda, e portaram em uma enseada pequena, donde
como era inútil a diligência de explorar canais, se descarregaram de tudo e,
depois de transportados os mantimentos e trastes por terra, rodeando o morro
por espaço de 600 braças ([12]),
se puxaram pelo mesmo caminho as canoas por terra sobre estiva de madeiros, em
cujo trabalho se gastou dois dias ([13]);
e porque algumas canoas se desconjuntaram no puxadouro, em que havia uma
elevação de terra donde foi preciso maior impulso para as mover, se gastou
outro dia ([14]) para as refazer do dano,
dando o mato vizinho estopa em um pau chamado Jacepocaia, e se lhe tira entre a
casca e tronco, e só com o pequeno benefício de desfiar aquela como membrana e
enxugar o desfiado fica capaz do ministério a que se a aplica, e de outro pau
chamado Cumaá se tirou o suco que serviu para brear ([15]),
e é ainda melhor material que o mesmo breu para estancar as costuras, que se
calafetaram com a referida estopa.
A
terra contígua ao morro da parte direita, que lança a penedia de que se forma a
Cachoeira, é de elevação de serra, e assim vai correndo para o centro, e a extremidade
dela acaba na ponta do Noroeste em que fecha a Cachoeira. Na ribanceira da
enseada da parte direita antes e depois de passada a Cachoeira, há uma
qualidade de terra de tão extravagante qualidade, que dela unicamente se
sustentam os animais quadrúpedes e voláteis ([16])
que habitam por aqueles bosques, de sorte que as Antas, Javalis, [...]
Papagaios, Araras, Mutuns, e outros desta espécie, que se apanham para sustento
dos viajantes, não se lhes acha nos buxos e papos outra coisa que manifeste a
sua nutrição mais do que a referida terra, e nela se acham comendo muitas vezes
os animais e já é conhecida esta qualidade de terra pelas covas que deixam os
que dela se mantêm. O gosto desta qualidade de caça é mais insípido do que
ordinariamente tem a que se sustenta de plantas e frutas do mato. O peixe,
desde que se entrou nas Cachoeiras, é de muito melhor sabor do que aquele que
se pescava antes de chegar a este Distrito. Somente a água é ainda mais
barrenta pelas Cachoeiras do que antes de chegar a elas; e para se beber sem
escrúpulo de que os intestinos se reformem de barro, é preciso nas vasilhas em
que se toma água lançar-lhe uma porção de pedra-ume ([17]),
a qual tem a virtude de fazer precipitar todo o lodo por sutilíssimo que seja,
e deixa a água clara, a qual assim bebida é de muito bom gosto, porém sempre
lhe fica a qualidade de pouco diurética. Acha-se esta Cachoeira na altura de
09°40’ ([18]) ao Sul da Equinocial, e
não se tomou a altura na primeira Cachoeira por não haver horizonte capaz para
se fazer observação com o quadrante.
A
23.12.1749, se principiou viagem costeando a parte esquerda no rumo de
Sudoeste, e nele com pouco mais de uma hora de caminho, se achou haver uma
Cachoeira já quase cobertas as pedras de que se compõe; razão por que foi fácil
o vadeá-la, e se acharam canais à parte direita e esquerda, por onde com pouco
trabalho se puxaram as canoas à corda. Da margem esquerda do Rio sai, neste
lugar, uma ponta de pedra, que se dilata formando vários morros até atravessar
o Rio à parte direita que tem três Ilhetas ([19])
formadas da mesma pedra, que tem bastante arvoredo silvestre e, por entre estas
Ilhas e a terra firme, se navegou na forma referida por espaço de meia hora no
rumo do Sul e Susueste; e indo já a remo, costeando a enseada, se tornou no Sul
e Susudoeste e, no fim da enseada, se acha uma Ilha ([20])
cercada de pedras em partes de figura quase redonda no meio do Rio, e oferece
passagem por entre ela e a terra firme de uma e outra parte sem correnteza nem
trabalho.
Passada
a Ilha, se continuou viagem virando a ponta da enseada ao rumo de Oessudoeste,
e costeando a Oeste se achou ser a ribanceira, que principiava na referida
ponta, uma parede de pedra talhada a prumo de bastante altura, e logo uma
correnteza grande, procedida de umas pedras ([21]),
que da mesma margem saíam até o meio do Rio, e se passou sirgando a corda com
pouco trabalho. Seguindo o mesmo rumo de Oeste, e passando a sudoeste costeando
a mesma parte direita, se topou com uma Cachoeira ([22])
semelhante à antecedente, composta de várias Ilhetas rodeadas de pedras, que se
dilatavam de uma a outra parte do Rio quase Noroeste e Sueste; e como a água
cobria já grande parte das pedras, nos deu passagem entre a terra firme da
parte direita e uma Ilheta, sirgando com pouco trabalho, e o mesmo sucedeu às
outras canoas da conserva que tomaram à parte esquerda; com que se veio no
conhecimento de que tanto a presente Cachoeira e a antecedente tem passagem com
facilidade por uma e outra parte do Rio entre a sua ribanceira e os Penedos.
Daqui se foi costeando no mesmo rumo até uma enseada pequena, em que já noite
portaram as canoas da mesma parte direita, e em 9 horas de caminho se andara
três léguas. (G. FONSECA, 1826) (Continua...)
Bibliografia
G. FONSECA, J.. Notícias para a História e
Geografia das Nações Ultramarinas – Portugal – Lisboa – Academia Real das
Ciências – Coleção de Notícias para a História e Geografia das Nações
Ultramarinas, que Vivem nos Domínios Portugueses, ou lhe são Vizinhas, Volume
4, n° 1, 1826.
Solicito Publicação
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de
Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
· E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
[1] Aroaya, e pelos Portugueses de S. João: Santo Antônio ‒ 08°48’05,9” S / 63°57’06,7” O.
[2] Morros de pedras: Corredeira dos Macacos ‒ 08°50’39,5” S /
64°00’56,31” O.
[3] 200 braças: 440 m.
[4] Escalvada: destituída de
vegetação.
[5] Positura: localização.
[6] Rodamoinhos:
redemoinho.
[7] 200 braças: 440 m.
[8] 30 braças: 66 m.
[9] Gamon: Teotônio ‒ 08°51’31,3” S / 64°03’51,9” O.
[10] 250 braças: 550 m.
[11] 16 braças: 35,2 m.
[12] 600 braças: 1.320 m.
[13] Dois dias: 20 e 21.12.1749.
[14] Outro dia: 22.12.1749.
[15] Brear: calafetar com breu.
[16] Gênesis VII,
13-14: Naquele mesmo dia, Noé entrou na arca com seus filhos Sem, Cam e Jafé, e
com eles sua mulher e as três mulheres dos seus filhos. Juntamente com eles,
entraram os animais selvagens, segundo as suas espécies, os animais domésticos,
segundo as suas espécies, os répteis que rastejam pela terra, segundo as suas espécies,
e todos os animais voláteis, todas as aves,
tudo quanto possui asas, segundo as suas espécies.
‒ Animais voláteis: uma das cinco classes em que
se dividiam os vertebrados, de sangue quente, a qual compreendia animais
voláteis, bípedes, ovíparos, de corpo coberto de penas, bico córneo e sem
dentes.
[17] Pedra-ume: sulfato de alumina e potassa.
[18] 09°40’: 08°51’ S.
[19] Ilhetas: 08°53’23,5” S / 64°05’20,2” O.
[20] Ilha: 08°55’13,3” S / 64°05’21” O.
[21] Pedras: 08°58’41,3” S / 64°06’16,3” O.
[22] Cachoeira: 08°59’41,7” S / 64°08’34,8” O.
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H