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Hiram Reis e Silva

Afonso Augusto de Albuquerque Lima - Por Hiram Reis e Silva


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Afonso Augusto de Albuquerque Lima

Hiram Reis e Silva, Lagoa Mirim, RS, 06.06.2018

O Marechal Costa e Silva, sendo Ministro do Interior o General Albuquerque Lima, criador do Projeto Rondon e do slogan “INTEGRAR, PARA NÃO ENTREGAR”, deu assistência à Amazônia e vida à SUFRAMA, que até hoje é a responsável pela instalação e pelo funcionamento da Zona Franca de Manaus e seu grande Parque Industrial. (PASSARINHO)

Precisamos realimentar, no Exército, a mística da Amazônia, lembrando as figuras luminares do Marechal Rondon e do General Afonso Augusto de Albuquerque Lima, autor da frase “INTEGRAR, PARA NÃO ENTREGAR”. (DCN, 1989)

Volta e meia observo pessoas de má índole que visando fins os mais escusos, desde a autopromoção ou mesmo pela possibilidade de emergirem do limbo em que se encontram suas almas frias e tímidas, tentarem se apossar de frases famosas. Esquecem-se elas que os registros estão facilmente disponíveis para que se prove o seu vil embuste.

Nas minhas inúmeras viagens pela Amazônia fui abordado, diversas vezes, por companheiros de farda afirmando que determinada pessoa afirmava que o célebre lema “INTEGRAR, PARA NÃO ENTREGAR” era de sua lavra. Infelizmente como pesquisador do Exército Brasileiro tive de desmentir, em cada oportunidade, apresentando provas de que o verdadeiro autor tinha sido o General Albuquerque Lima. Um oficial com um histórico impecável que foi fiel aos seus princípios durante toda sua brilhante carreira militar.

Afonso Augusto de Albuquerque Lima

Albuquerque Lima nasceu em Fortaleza no dia 22.08.1909, filho do advogado Joaquim Lima e da Srª Maria Luísa de Albuquerque Lima. Ingressou na Escola Militar do Realengo, RJ, em abril de 1927. Foi declarado Aspirante da arma de engenharia em janeiro de 1930, e em julho quando foi promovido a 2° Tenente participou da construção da estrada Macapá-Clevelândia, AP. Em 1937, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) e depois do curso participou da construção da estrada Joinville-Curitiba.

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No início de 1944, foi instruendo da Engineer School, em Fort Belvoir, USA, integrando, logo após, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) na campanha da Itália, como subcomandante do 9° Batalhão de Engenharia de Combate, que foi primeiro contingente brasileiro a enfrentar os alemães.

Em setembro de 1947, foi promovido a Tenente Coronel, cursou a Escola de Estado-Maior (ECEME), de 1947 a 1949, e promovido a Coronel, em junho de 1953, foi nomeado Comandante do 2° Batalhão Rodoviário, Lajes, SC. No período de 1955 a 1956, chefiou da Divisão de Planejamento e Coordenação da Diretoria Geral de Engenharia e Comunicações do Exército e, em 1958, assumiu o comando do 1º Grupamento de Engenharia e Construção, João Pessoa, PB. Em 1959 e 1960, representou as FFAA no Conselho de Desenvolvimento do Nordeste (CODENE). Ainda em 1960, participou da criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). Em fevereiro de 1961, foi nomeado Diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS) e coordenou os serviços de assistência às vítimas das enchentes de 1960 e 1961 no Nordeste. Chefiou o Gabinete do Departamento de Provisão Geral do Exército em 1962 e 1963, e neste mesmo ano cursou a Escola Superior de Guerra (ESG).

No dia 15.04.1964, o Marechal Humberto Castelo Branco, foi eleito Presidente pelo Congresso Nacional e Albuquerque Lima, pouco depois, foi nomeado interventor na Rede Ferroviária Federal (RFFSA) onde permaneceu até ser promovido a General de Brigada, em julho do mesmo ano. Em 1965, assumiu a Chefia do Estado Maior do I Exército, RJ. Em março de 1966, foi promovido a General de Divisão e, pouco depois, nomeado Diretor Geral das Vias e Transportes do Exército, ocupando, logo a seguir, o cargo de Diretor Geral de Engenharia e Comunicações, no qual permaneceu até 1967.

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Com a eleição do Marechal Costa e Silva pelo Congresso no dia 03.10.1966. Albuquerque Lima ocupou o Ministério do Interior, no dia 15.03.1967. Seu objetivo principal como Ministro era promover o desenvolvimento regional, principalmente do Nordeste e da Amazônia, visando diminuir o desequilíbrio entre essas regiões e os estados industrializados do Sudeste.

Em dezembro de 1967, foi criado o Projeto Rondon, em colaboração com o Ministério da Educação, visando dar a oportunidade dos estudantes universitários conhecerem a realidade da Amazônia Brasileira. Foi nessa oportunidade que Albuquerque Lima criou o famoso lema “INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR”.

O General Albuquerque Lima faleceu, a bordo de um avião, quando se deslocava de Recife para o Rio de Janeiro, no dia 26.04.1981.

Fontes:

DCN, 1989. Diário do Congresso Nacional ‒ Brasil ‒ Brasília ‒ Câmara dos Deputados, página 1.176 ‒ 1989.

PASSARINHO, Jarbas Gonçalves. Não posso acreditar ‒ Brasil ‒ São Paulo ‒ O Estado de São Paulo ‒ Espaço Aberto, 08.03.2005

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;

Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)

Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);

Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);

Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);

Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)

Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);

Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).

E-mail: hiramrsilva@gmail.com;

Blog: desafiandooriomar.blogspot.com.br

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