Sexta-feira, 21 de maio de 2010 - 08h34
Por Hiram Reis e Silva
Tenho mantido correspondência com o amigo Antropólogo Edward M. Luz e por total afinidade de propósitos e pensamento, reproduzo parte dos textos que ele me enviou recentemente. O primeiro deles enviado à Revista Veja.
Desmandos da Antropologia Brasileira.
Edward M. Luz. Antropólogo Consultor. Sócio Efetivo da ABA. Doutorando do CEPPAC/UnB
“É sempre perigoso e difícil falar qualquer coisa acerca da antropologia em poucas palavras. Mas, aqui vai minha leitura antropológica, sem aspas de distanciamento, nem metáforas mirabolantes, acerca do que está acontecendo com a Antropologia brasileira.
Ao buscar e deter um conhecimento singular, único porque multi-cultural, acerca do Homem, a Antropologia na verdade, termo estranho a esta ciência, onde tudo é sempre relativizavel, vem ao longo de sua história colecionando momentos e méritos diversos, dos mais nobres aos mais espúrios. Um dos poucos fatos que os antropólogos conseguem concordar é que: nem este Homem com H maiúsculo, nem esta Antropologia existem concretamente. Ambos são personagens conceituais que prestam um enorme serviço à humanidade. Muito embora não detenham o monopólio, os antropólogos são os humanos que melhor manipulam os poderes simbólicos destes conceitos utilizando-o como podem ou como querem, ou como são obrigados a fazerem. Agem assim por conta de diversos fatores (ideológicos, sociais e econômicos) que condicionam a prática da antropológica enquanto seres humanos repletos de necessidades. Ao longo da história humana, antropólogos fizeram diferentes usos do poder simbólico da Antropologia para os mais diferentes fins. Alguns o utilizaram como instrumento de legitimação do colonialismo europeu, outros ainda, como ciência prática e multifuncional capaz de propor maneiras de melhor lidar com as dificuldades inerentes do manejo de um império global, etc.
Outros antropólogos a utilizaram para questionar ou validar as mais diferentes ideologias que a mente humana produziu, (mitológicas, religiosas e filosóficas). A evolução ideológica da antropologia é tema das disciplinas mais elementares na formação de um bacharel.
Com o ocaso da ideologia comunista/socialista, legitimada por muitos antropólogos que questionavam o modelo capitalista dominante, alguns antropólogos fazem agora uso do poder de seu discurso científico, para legitimar o discurso ambientalista global.
No Brasil, alguns antropólogos fazem uso do discurso científico para legitimar demandas ambientalistas. Muitos deles são subservientes aos movimentos sociais, o que compromete sua capacidade de emitir pareceres nas demarcações de terras indígenas e quilombolas. Sou testemunha disso. Atuei em oito demarcações de terras indígenas, e em cinco delas sofri pressões da FUNAI e de ONGs para legitimar demandas em que era flagrante o exagero das pretensões territoriais. Como fiz relatórios contrários, a FUNAI desconsiderou meu parecer e buscou outro antropólogo para fazer o serviço sujo que me recusei a fazer. E se ele também se recusar, a FUNAI o dispensará e conseguirá outro para fazê-lo e assim irá até conseguir implementar seu desejo já mancomunado com ONGs internacionais.
Por conta de um compromisso histórico da Antropologia brasileira com os povos indígenas do Brasil e de outro compromisso ideológico Ambientalista, os antropólogos tornaram-se reféns sempre subservientes aos mais diversos movimentos sociais em território nacional, o que compromete profundamente sua capacidade de emitir laudos, pareceres ou relatórios nas demarcações de terras indígenas e quilombolas. Não importa o que os indígenas façam ou deixem de fazer, porque como já disse Eduardo Viveiros de Castro, um dos maiores expoentes da Antropologia brasileira ‘pro antropólogo, o índio é que nem cliente: tem sempre razão’.
Esse é o principal motivo, porque tanto ele, como eu, como muitos indígenas do Nordeste, acreditamos que os antropólogos não podem, não devem e não precisam mais participar dos processos de identificação e delimitação de novas terras indígenas. Os novos indígenas já estão preparados para defender seus interesses sozinhos. O Executivo brasileiro é perfeitamente capaz, de promover os estudos necessários por meio de outros profissionais mais imparciais (sociólogos ou historiadores, por exemplo), e a sociedade brasileira plenamente capaz de avaliar suas demandas nos fóruns apropriados, ou seja: no Congresso Nacional e no Judiciário Federal.
Eis o meu breve parecer!!!”
- Aparato Indigenista E Ambientalista
“Seu maior e principal alvo no momento é formar um bloco territorial compacto, totalmente formado por terras indígenas que devem ir da Cabeça do Cachorro, no alto rio Negro, passando por São Gabriel da Cachoeira e indo até Barcelos e reconhecê-la totalmente como terra indígena para então, já com patrocínio das nações do hemisfério norte e em conluio grupal do batalhão de ONGs que opera na área e com anos de doutrinação ideológica neomalthusiana, internacionalista que prega, questiona a legitimidade da soberania nacional brasileira sobre toda a Amazônia. Essa turma toda de antropólogos e ambientalistas que trabalham em ONGs indigenistas/ambientalistas são definitivamente, as maiores ameaças que a nação, a sociedade e o Exército Brasileiro já enfrentam e ainda enfrentarão nos próximos anos.
O problema é que antropólogos e ambientalistas são uma comunidade fechada de acadêmicos que tentam a todo custo MONOPOLIZAR O DIREITO DE FALAR SOBRE INDÍGENAS, MEIO-AMBIENTE E AMAZÔNIA, para assim formarem uma verdadeira barreira pseudo-científica para legitimar todo e qualquer discurso internacionalista da Amazônia, preparando assim o terreno para o Golpe Militar que virá depois. Assim que conformado todo o terreno amazônico como terra indígena (o que só falta é a demarcação das terras indígenas do Baixo Rio Negro), basta então que UNIDOS, estes indígenas se declarem independentes, se declarem uma nação indígena independentes da autoridade brasileira. Fazendo isso, basta que uma outra nação do Hemisfério Norte ou mesmo a ONU reconheça este território como um outro país, e está feita a tragédia: Teremos que enfrentar uma guerra civil, ou mesmo uma guerra internacional para retomar nosso próprio território perdido pela nossa desatenção.
Contudo, perceba bem a ambigüidade da situação que nós cientistas e militares nacionalistas e comprometidos com a pátria vivemos agora:
1) não há provas concretas que confirmem a existência desse plano. Não há, porque não pode haver em hipótese alguma. Isto é parte do plano: nem os indígenas sabem da existência do plano porque eles se oporiam a tal manobra. A grande manobra é armar todas, absolutamente todas as condições necessárias para a bomba social explodir. Quanto maior e mais explosiva melhor. Depois basta detoná-la. Como: criando uma situação social de profunda revolta de todos os indígenas que os levem aderir a uma idéia absurda como esta. E isto, com o aparato de inteligência e espionagem secreta norte-americana, será o mais fácil de fazer.
Basta um contra-golpe: o assassinato consecutivo ou simultâneo de importantes lideranças indígenas dessa região, o genocídio de um desses 27 grupos indígenas isolados na Amazônia, ou mesmo um conjunto de mentiras mais deslavadas como a tentativa de esterilização das mulheres indígenas, ou contaminação intencional de indígenas desta região pela vacinação obrigatória de algumas destas tribos pertencentes. Acusa-se o estado brasileiro e as forças armadas destas atrocidades por eles cometidas e pronto a bomba detona-se em uma sucessão de eventos imprevisíveis. É por isso que eles não podem deixar evidências de nada disso.
E, é por isso, que nós não podemos ficar só falando, publicando e estudando a situação. É hora de coordenar uma Força tarefa com um centro de coordenação teórica, analítica e estratégica que elabore e implemente ações estratégicas grupais evitando assim a finalização da construção desta bomba social.
Não há orgulho quando afirmo que sou talvez o único antropólogo preocupado com isto. Existem sim, como bem afirmaste, alguns outros poucos ‘antropólogos brasileiros de grande quilate’, mas estão todos inconscientes do que se vai formando no Brasil e absolutamente confiantes na boa vontade de indígenas e dos demais antropólogos na demarcação dessa monstruosidade de terras indígenas que temos em nossa Nação. Os demais antropólogos, que não são de tamanho quilate assim, acabam também cometendo os mesmos erros, ou outros ainda piores de pensarem somente em si e no dinheiro que vão ganhar (muito dinheiro por sinal, por vezes 18 mil Reais para confeccionar um relatório de identificação) e por isso acabam se submetendo perfeitamente a esta função com o maior prazer para fazer tudo que lhe mandarem.
2) Qualquer cientista, antropólogo ou militar que levante esta hipótese é desacreditado como nacionalista, delirante, psicopata que precisa de tratamento porque viaja em ‘teoria da conspiração’. E pior, isto acontece porque até antes de eu descobrir como funciona este esquema e me insurgir contra ele, não havia um antropólogo ou um ambientalista que o denunciasse e que mostrasse os mecanismos de funcionamento interno desta enorme indústria que quer tirar nossa soberania desta parte do território”.
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E-mail: hiramrs@terra.com.br
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