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Gente de Opinião

Hiram Reis e Silva

Colônia do Santíssimo Sacramento (Parte I de III)


Colônia do Santíssimo Sacramento (Parte I de III) - Gente de Opinião


Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 08 de junho de 2016.

Barbosa Lessa e Jaime Cortesão, ressaltam a importância econômica da Colônia do Sacramento de onde partiam os navios, carregados com couro e outros produtos, com destino às cidades de São Vicente e Santos. Os portugueses tinham manipulado o Mapa das Cortes arrastando as fronteiras meridionais brasileiras para Leste aumentando consideravelmente o domínio português sobre áreas reconhecidamente espanholas pelo Tratado de Tordesilhas apossando-se ilegalmente da Colônia.

A Colônia do Sacramento, cidade mais antiga do Uruguai, além de guardar um importante acervo arquitetônico do século XVII, já reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, é, sem sombra de dúvida, o mais importante destino turístico cultural uruguaio. A Capital do Departamento de Colônia, edificada na margem esquerda do Rio da Prata, fica a 177 km de Montevidéu e a apenas 45 km de Buenos Aires, localizada na margem oposta do mesmo Rio.

Os educados irmãos uruguaios cultuam as suas tradições, sua história, respeitam seus heróis, recebem os estrangeiros com muita atenção e carinho e, acima de tudo, amam com devoção extrema seu País. Por mais de uma vez, “los hermanos”, vendo-me fotografar seus casarões centenários, monumentos ou prédios históricos, acercavam-se de mim procurando orgulhosamente informar-me a respeito dos mesmos.

Breve Histórico

João Capistrano Honório de Abreu, às páginas 57 a 87, na obra “Ensaios e Estudos (Crítica e História)” ‒ 3ª Série, editado na Livraria Briguiet, em 1938, pela Sociedade Capistrano de Abreu, dedica-lhe um capítulo especial denominado “Sobre a Colônia do Sacramento”. Capistrano de Abreu faz um retrospectiva histórica desde Colombo para contextualizar o tema.

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Sobre a Colônia do Sacramento

Quando Cristovão Colombo, em 09.03.1493, anunciou a El-Rei de Portugal o descobrimento de novas terras Ocidentais, respondeu-lhe D. João II que todas pertenciam à sua coroa. Na opinião do tempo era idêntico o Mar que banhava a Europa e a África por Oeste ao que banhava a Ásia a Este: a Ásia Oriental e Meridional com seus milhares de ilhas, toda a África Oriental desde a Abissínia até o Cabo da Boa Esperança, julgavam-se Índia; as terras situadas a meio caminho da Índia, a própria Índia, foram doadas à Coroa de Portugal por diversos Pontífices a partir de Nicolau II; os Reis de Espanha reconheceram os direitos portugueses em Tratados solenes. Como podiam os novos descobertos demorar (situados) fora de limites serem definidos com tanta precisão?

No mês de abril, terminadas as festividades da Páscoa, D. João chamou a Conselho seus Ministros e resolveu mandar uma Armada às regiões novamente achadas por Colombo. Por intermédio do Duque de Medina Sidonia souberam os Reis de Espanha da grave resolução tomada: a 23 de abril expediram de Barcelona Lopes de Haro, pedindo a D. João II fizesse apregoar por seus reinos que ninguém fosse às ilhas descobertas e nomeasse embaixadores conhecedores do caso para discuti-lo calmamente e levá-lo a decisão honrosa.

O pregão (A proclamação, O bando) foi desde logo lançado e obedecido mais ou menos: em todo o caso, as aparências salvaram-se. Os embaixadores nomeados, Doutor Pero Dias e Ruy de Pina, seguiram por Mar até Barcelona, onde estava a Corte, e lá chegaram a 15 de agosto. A embaixada deu resultado nulo nas aparências por ignorarem os embaixadores o assunto de que se tratava.

Entretanto, os reis de Espanha não se absorviam inteiramente nestas conferências. Seus representantes em Roma trabalhavam ativamente e obtinham de Alexandre VI, o Papa, as maiores concessões. Por duas Bulas de 3 de maio eram doadas àquele reino todas as terras descobertas e por descobrir sob a bandeira de Espanha; por outra de 4 de maio fixavam-se os limites entre possessões espanholas e portuguesas a cem léguas de qualquer das ilhas dos Açores e do Cabo Verde; por outra de 25 de setembro atribuíam-se à Espanha todas e quaisquer ilhas e terras firmes achadas e por achar, descobertas e por descobrir e as que, navegando ou caminhando para o Ocidente ou Meio-dia (Sul), são ou forem aparecendo, ou estejam nas partes Ocidentais ou Meridionais e Orientais e da Índia.

Assim, nem os reis de Espanha nem a Cúria romana estavam pelas consequências que a Coroa Portuguesa tirava de Bulas e Tratados antigos: urgia, pois, achar nova base de negociações. Foi mandado, de Barcelona para a Corte Portuguesa, Garcia de Herrera a dar notícia da próxima partida de outra embaixada incumbida de tratar a questão, para a qual se pedia benigno acolhimento. Composta de Garcia Lopez do Carbajal e D. Pedro d’Ayala, partiu de fato a 2 de novembro e foi recebida friamente: “não tem pé nem cabeça”, disse desdenhoso D. João II, aludindo a um que era coxo e outro de fraco espírito.

Por sua vez, a 08.03.1494, El-Rei mandou Ruy de Sousa, senhor de Usagres e Berengel, João de Sousa, seu filho, almotacé-mor (provedor da casa real), e Árias de Almadana, corregedor dos feitos cíveis na Corte de Lisboa e do desembargo do Paço, os quais conferiram e negociaram em Medina do Campo e levaram a negociação a bom resultado, assinando com Henrique Henriques, mordomo-mór, Gutierres de Cardenas, comissário-mór de Leon e contador-mór, e Doutor Rodrigo Maldonado de Talaveras, todos do Conselho Real, a 7 de junho, o Tratado de Tordesilhas, primeiro capítulo da história diplomática da América.

Pelo Tratado fixavam-se os limites entre as altas potências contratantes não mais a 100 léguas, mas a 370; não mais a Oeste de qualquer das ilhas dos Açores e do Cabo-Verde, como na Bula de 4 de maio do ano anterior, mas a Oeste do arquipélago do Cabo Verde. De que ilha não se especificou, o que, aliás, não significava muito, pois a distância entre a mais Oriental e a mais Ocidental é apenas de 2°45’ (305,58 km). Mais sério foi não especificar-se como se devia entender a légua (outrora 6.349,2 m, hoje 5.556,0 m), pois nas teorias contemporâneas havia-as de 141/6, de 15, de 162/3, de 171/2 e até de 217/8 em um grau do Equador (hoje 20 ou 111,12 km). Mais sério foi, enfim, esquecer-se de que os astrônomos não possuíam ainda nem instrumentos nem saber bastante para achar longitudes no Mar, se acaso o alcançasse o linde (limite).

Estes inconvenientes não apareceram quando, no ano de 1500, o Brasil foi ao mesmo tempo descoberto pelos espanhóis Vicente Añes Pinzón e Diego de Lepe, pelo português Pedro Álvares Cabral. El-Rei de Espanha fez em 05.09.1500 Pinzón “capitán é gobernador de las dichas tierras de suso nombradas desde la dicha punta de Santa María de la Consolación siguiendo la costa hasta Rostro Hermoso, é de allí toda la costa que se corre al Noroeste hasta el dicho Río que vos posistes nombre Santa María de la Mar Dulce”; mas o antigo companheiro de Colombo não se aproveitou da concessão, ou logo desenganou-se dela com o aspecto safio do lito, o canibalismo dos indígenas e a força de ventos e correntes. Neste trecho não se encontram depois mais vestígios de Espanhóis pelo correr do século XVI.

D. Manuel, sucessor de D. João II, mandou desde logo tomar conta do país encontrado por Cabral e melhor explorá-lo.

Uma expedição de três navios saiu de Lisboa em maio de 1501, surgiu a 16 de agosto no Cabo de S. Roque, e acompanhando a costa foi reconhecendo-a dando nome aos pontos mais notáveis. No mapa de Cantino (Planisfério de Cantino ‒ Alberto Cantino), preparado em 1502, apenas voltou a Armada, o ponto mais Meridional que aparece é o Cabo de Santa Marta, no atual Estado de Santa Catarina.

Em 1503, veio nova expedição particular, composta de seis navios pertencentes a alguns cristãos novos, que desde logo arrendaram a terra, para explorar o pau-brasil e fazer escravos. Na ilha de Fernão de Noronha, que também achamos nomeada São Lourenço, por ter sido avistada no dia 10 de agosto, perdeu-se a Capitania; dois navios separaram-se da Armada, reduzindo-a assim à metade. Os restantes não é crível (verossímil) que se metessem a descobrir; provavelmente tornaram para o reino, apenas completaram a carga.

Passam alguns anos, durante os quais habitualmente os portugueses se contentaram em navegar pelas proximidades do Cabo de Santo Agostinho, onde facilmente achavam os poucos gêneros de seu escambo (intercâmbio): pau-brasil, papagaios, macacos, cascavéis, algodão, escravos, resgatados por anzóis, espelhos, ferramentas, avelórios. Em 1513, uma esquadrilha de dois navios, armados por Cristovam de Haro, D. Nuno Manuel e outros, obteve licença para continuar o descobrimento e adiantou-se a lugares até então desconhecidos.

Seus resultados, segundo se pôde concluir, de uma carta ou gazeta escrita da Madeira em 12.10.1514, quando chegou um dos navios, obrigado a voltar por falta de mantimentos, são formulados por Konrad Haebler (ABREU):

Se João de Lisboa foi o famoso Piloto de que fala a gazeta, é muito incerto, embora não impossível. Os navios passaram os limites do até então explorado, que não devia demorar muito ao Sul do Cabo de Laguna ou Santa Catarina. Nesta viagem descobriram o Cabo de Santa Maria, que deles recebeu certamente o nome, internaram-se num espaço considerável pelo Golfão do Prata, até reconhecê-lo a pequena distância de ambas as margens; provavelmente viram também claro que se tratava da embocadura de um Rio. Em consequência disto e acossados por tempos desfavoráveis, voltaram para o alto Mar e seguiram a costa até altas latitudes Meridionais, onde encontraram indígenas vestidos de pele e ouviram falar em montes nevados. De nem um modo descobriram o Estreito de Magalhães; foram,porém,os primeiros europeus que alcançaram a profunda chanfradura da Baía do Prata,que a Coroa Portuguesa,de fato,mais tarde,reclamou como sua.

Abrimos aqui um parêntese para apresentar um parecer do engenheiro militar, historiador e homem de letras Francisco Maria Esteves Pereira (Portugal, Miranda do Douro, 1854 – Portugal, Lisboa, 1924) a respeito do polêmico artigo publicado na “Nova Gazeta da Terra do Brasil”. Capistrano de Abreu fixou, inicialmente, a data da expedição no período de 1505 a 1506, retificando-a mais tarde para 1514, considerando-a, portanto, como a viagem executada por D. Nuno Manuel. Cita F. M. Esteves Pereira:

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A NOVA GAZETA DA TERRA DO BRASIL

Atrás fica dito que não se conhece nenhum documento escrito em português, em que se refira o descobrimento do Rio da Prata, além da alusão de Álvaro Mendes de Vasconcelos, Embaixador de Portugal em Castela, na carta dirigida a D. João III, datada de Medina del Campo (Castela e Leão, Espanha), a 14.12.1531; e uma frase da carta de João da Silveira, Embaixador de Portugal em França, a D. João III, datada de Paris, a 24.12.1527, e que João de Barros, Fernão de Castanheda e Gaspar Correia também não aludem a esse feito, certamente por se ocuparem somente dos sucessos da Índia. Um documento escrito em alemão parece, todavia, ter conservado alguma notícia da Armada que fez o referido descobrimento. É a “Copia der Newen Zeytung auss Pressillg Landt”.

Deste documento são conhecidas três edições impressas e uma cópia manuscrita.

A primeira edição do impresso é um folheto de 4 folhas não numeradas, do formato de 4° pequeno, sem lugar da impressão nem data. Na página “recto” (direita ou ímpar) da folha 1 está no alto da página em duas linhas o título: “Copia der Newen Zeytung auss Pressillg Landt”; por baixo, ocupando quase toda a página, uma gravura de madeira em que são representados um porto de mar, ilhas, rochedos e navios. A página verso da folha 1 está em branco. O texto do documento ocupa as páginas “recto” e verso das folhas 2 e 3. Os caracteres são góticos; a página inteira tem 35 linhas, e cada linha 50 letras em média. O folheto é anônimo; e parece ter sido impresso no primeiro quartel do século XVI (1500 a 1525). Este paleótipo (documento cuja antiguidade é comprovada apenas pela grafia) é extremamente raro; foi reproduzido em fac-símile pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, com tradução de Rodolpho R. Schüller.

A cópia manuscrita existe no Arquivo dos Príncipes e Condes de Fugger, em Ausburgo, onde o encontrou Konrad Haebler, e o fez conhecido, em 1895. O manuscrito é do formato de fólio (cada folha de impressão é dobrada em duas), compreende quatro folhas não numeradas; a primeira com o título: 1515 – “Newen Zeytung auss Pressillg Landt” a última em branco, servindo estas duas de capa ao texto, que é escrito nas duas folhas interiores. O texto do manuscrito é precedido do título e do sumário, que falta no impresso. Pelo sumário sabe-se que o texto original foi escrito em 1515, na ilha da Madeira. Parece que o seu autor, alemão de nação, era agente comercial, feitor, de uma empresa comercial, na ilha da Madeira, e que a dirigiu ao chefe da casa em Antuérpia. O texto do mesmo foi impresso por Clemente Brandenburger, e traduzido em português com um glossário.

A linguagem da “Newen zeytung auss Pressillg Landt” é o alemão [alto alemão] da época em que foi escrita; mas contêm um número considerável de palavras portuguesas ou castelhanas, e italianas. (ESTEVES PEREIRA)

Alto alemão: dialetos germânicos das terras altas da região Sul da Alemanha –Suíça e Áustria. (Hiram Reis)

Muitos são os escritores que se têm ocupado da “Newen Zeytung auss Pressillg Landt”; citaremos apenas Humboldt, Varnhagen, d'Avezac, Capistrano de Abreu, Konrad Haebler, Rodolfo R. Schüller e Clemente Brandenburger, o último dos quais recapitulou os resultados a que a crítica tem chegado.

Clemente Brandenburger resume do seguinte modo as opiniões dos escritores anteriores a cerca da viagem da Armada a que se refere a “Nova Gazeta da Terra do Brasil”, e a cerca da época em que a mesma foi escrita:

Humboldt conjeturou que na “Newen Zeytung” se tratava de uma expedição ao Estreito de Magalhães, posterior à primeira circunavegação; e que o folheto devia ter sido publicado entre os anos de 1525 e 1540; mas ele mesmo desfez esta conjectura porque Cristóbal de Haro já tinha deixado o serviço do Rei de Portugal em 1517, e, portanto, não podia armar navios para viajarem com licença desse Rei.

Varnhagen emitiu a opinião que a “Newen Zeytung” devia ter sido escrita pouco depois de 1508; e que a expedição de que a mesma trata era a de João de Solis e de Vicente Pinzón daquele ano.

D’Avezac observou que a expedição de João de Solis e de Vicente Pinzón foi mandada pelo Rei de Castela, e que a “Newen Zeytung” se refere a uma expedição portuguesa. Conjetura que o folheto se refere à segunda viagem de Américo Vespúcio (1503), quando diz ter partido de Lisboa em procura de Malaca.

Varnhagen, em resposta às observações de d’Avezac, formulou duas conjeturas; a primeira, que a “Newen Zeytung” se refere à expedição portuguesa de 1506, dirigida por Vasco Galego e João de Lisboa; e que fora divulgada [em cópia manuscrita ou folheto impresso] antes de 1515, porque nesse ano foi publicada em Nuremberg a Cosmografia de J. Schöner, em que se lhe faz referência por extratos manifestos.

A segunda conjetura é que a “Newen Zeytung” se refere aos navios de Gonçalo Coelho, que em 1503 foram para o Brasil. Varnhagen é ainda de parecer que poderia ser a tradução alemã de um original escrito em italiano.

Sofus Ruge crê que se trata de um documento apócrifo, fundado apenas em noções correntes na época, e não em uma determinada expedição, e fixa a data da impressão do folheto entre o ano de 1511, em que se supõe ter aparecido pela primeira vez o nome de Brasil, aplicado à Terra de Santa Cruz, e o de 1515, em que foi publicada a “Cosmografia de Schöner”.

Capistrano de Abreu fixou a data da expedição da Armada, a que se refere a “Newen Zeytung”, primeiro nos anos de 1505 e 1506, depois em 1514; e ligou definitivamente a “Newen Zeytung” ao nome de D. Nuno Manuel.

Franz Wieser conjeturou que a expedição não foi além da baía de S. Matias, e se realizou antes do ano de 1508.

Konrad Haebler, que, como se disse, encontrou a cópia manuscrita da “Newen Zeytung” nos Arquivos dos Fugger, e a publicou em 1895, mostrou que a Armada, à qual se refere a carta do Embaixador Álvaro Mendes de Vasconcelos, datada de Medina del Campo, a 14.12.1531, é a mesma a que se refere a “Newen Zeytung”; que um dos navios da Armada arribou à ilha da Madeira, a 12.10.1514, como se diz no título e sumário da cópia manuscrita, e que foi a mesma Armada que descobriu o Cabo de Santa Maria e reconheceu o vasto estuário do Rio da Prata. Konrad Haebler é ainda de parecer que o texto original da “Newen Zeytung” era uma carta escrita pelo feitor de uma empresa comercial alemã, residente na ilha da Madeira, para um seu amigo, residente em Antuérpia, talvez empregado da mesma empresa comercial; e que a “Newen Zeytung” não é a tradução de um texto italiano, como alguns afirmam, mas o próprio original alemão.

Rodolfo R. Schüller considera a “Newen Zeytung auss Pressillg Landt” como um documento suspeito, e acerca dele fez as seguintes observações:

1ªA carta original foi escrita pelo feitor de uma empresa comercial alemã, residente em uma das ilhas pertencentes à coroa de Portugal, para um seu amigo, residente em Antuérpia.

2ªO lugar [ilha da Madeira], onde foi escrita a carta, e o ano [1514], em que se supõe que foi realizada a viagem, dados no sumário e no começo do texto da cópia manuscrita, devem ter sido acrescentados posteriormente, e por isso não pôde atribuir-se-lhe grande importância.

3ªA carta contém cerca de quarenta palavras de origem portuguesa ou castelhana, e italiana, seguidas da sua tradução em alemão. Conclui-se que o seu autor quis dar autenticidade à narração, reproduzindo as palavras do Piloto de quem as ouvira; e que o destinatário não sabia português, castelhano e italiano.

4ªNa carta fala-se insistentemente em Malaca, mas de um modo vago e misterioso, mostrando ignorar-se a sua posição geografia e supondo-a em ligação direta com a terra do Brasil, e de tal modo que a viagem de Lisboa a Malaca por Oeste seria mais breve que pelo Oriente.

5ªNão é admissível que, em 1514, o Piloto mais afamado do Rei de Portugal, e que já tinha feito viagens à Índia, ignorasse a posição geográfica de Malaca, aonde a Armada de Diogo Lopes de Sequeira tinha chegado em setembro de 1509, e quando a cidade de Malaca já fora tomada por Afonso de Albuquerque, em Agosto de 1511.

6ªA carta não contém nenhum nome geográfico das regiões percorridas pela Armada, ou sinais da entrada dos portos, senão somente as designações vagas: o lugar da “canafistola”, o Cabo, o Brasil inferior [equatorial].

7ªDiversas notícias acerca da gente do Brasil encontram-se nas cartas de Américo Vespúcio, e algumas vezes com o emprego das mesmas palavras essenciais em italiano, e ainda em uma legenda do mapa anônimo, conhecido pelo nome de Kunstmann II.

Schüller conclui: que o Cabo de Santa Maria foi descoberto por Américo Vespúcio na sua primeira viagem ao Brasil (1501-1502); que a narração da “Newen Zeytung” se refere a uma viagem dos portugueses, na qual descobriram e reconheceram o estuário do Rio, hoje chamado da Prata; e que a carta original da “Newen Zeytung” foi escrita antes de setembro de 1509, em que os portugueses chegaram pela primeira vez a Malaca.

Brandenburger procurou refutar os principais argumentos de Schüller a cerca da falta de autenticidade da “Newen Zeytung”.

1°Confirma que da cópia manuscrita da “Newen Zeytung” as datas de 1515, na capa, e 1514, no texto, são claramente legíveis na cópia manuscrita, não tendo havido erro em escrever 1514 em vez de 1504, que foi o ano em que Vespúcio fez a segunda viagem na costa do Brasil, a procurar supostamente o caminho para Malaca.

2°As palavras portuguesas ou castelhanas e italianas, que contém a “Newen Zeytung”, mostram somente que o autor tinha estado fazendo serviço em algum fondaco teutônico (armazém ou entreposto alemão) em Itália, e depois em Castela, e enfim na ilha da Madeira, onde aprendeu as palavras estranhas ao alemão, e que eram usuais no meio náutico e comercial em que vivia.

3°O mapa Kunstmann II foi executado por um cartógrafo italiano, com todas as legendas em língua italiana, exceto algumas em latim nas partes do mapa que primitivamente tinham ficado em branco. Estas legendas em latim parecem ser posteriores à primitiva elaboração do mapa, e acrescentadas depois, sendo mais provável que o texto da legenda do mapa, que tem paralelo na “Newen Zeytung”, seja fundado nesta, do que esta na legenda latina do mapa.

4°As outras expressões da “Newen Zeytung”, que têm paralelos na terceira carta de Vespúcio, em que se refere a primeira viagem à costa do Brasil, umas são muito vagas, outras são noções gerais a cerca dos índios, que podiam ser empregadas por qualquer escritor, quer fosse italiano quer fosse alemão.

Brandenburger conclui:

1°A Armada, a que se refere a “Newen Zeytung”, é a mesma de D. Nuno Manuel, a que alude o Embaixador Álvaro Mendes de Vasconcelos na carta datada de Medina del Campo, a 14.12.1531.

2°O mais afamado Piloto do Rei de Portugal que veio no navio que em 12.10.1514 arribou à ilha da Madeira, era João de Lisboa, o que é confirmado pelo testemunho de Gaspar Correia, que diz ter João de Lisboa descoberto o Cabo de Santa Maria em 1514.

3°A Armada entrou no estuário do Rio da Prata e navegou 60 léguas na direção Noroeste, avistando a costa Sul do estuário.

4°A Armada não prosseguiu a viagem para o Sul, porque os temporais da estação invernosa não permitiram, obrigando a Armada a voltar para Nordeste. Os detalhes relativos à situação do Cabo, e à direção do Golfo, e à tormenta, provavelmente acompanhada de impetuoso vento Sueste [Pampeiro], que ali surpreendeu a Armada, a língua dos íncolas, diferente daquela falada pela gente do Brasil inferior [equatorial]; as notícias a cerca da civilização das gentes que habitavam os territórios próximos dos Andes, onde o ouro e a prata eram tão abundantes que se podiam carregar naus; o achado do bronze e dos machados de prata, semelhantes aos de pedra usados pelos aborígenes; todas estas notícias são plenamente confirmadas pelos navegadores que posteriormente visitaram as mesmas regiões.

5°A Armada, depois de ter navegado 200 léguas na direção Nordeste, a partir do Cabo [de Santa Maria], entrou em um porto e Rio, onde a gente da terra deu informação a cerca dos Incas, da sua riqueza em ouro e prata, cobre e outro metal, que a gente da Armada não conhecia, mas que parecia ser uma liga de cobre e vestígios de estanho. No mesmo porto o capitão do navio adquiriu um machado de prata, provavelmente de procedência do Peru. O Porto e Rio eram situados nos territórios habitados então por uma tribo, talvez pelos Tape da costa do Rio Grande do Sul.

6°Os índios que estanciavam (habitavam) por este Porto e Rio andavam cobertos com capas feitas de peles de animais silvestres [guanaco], com o pêlo voltado para dentro, e atadas com cintas [chiripá] feitas das mesmas peles. (ESTEVES PEREIRA)

Chiripá: pretina que por una extremidad se rodea á la cintura, y pasando la otra por entre las piernas, se vuelve á ceñir por delante, sujetando las dos puntas con una faja ó cinturón. Es el pantalón ó zaragüelles del gaucho porteño y prenda muy cómoda para el trabajo rural ecuestre, además que es de fácil hechura y de pronto lavado, sin que pierda los colores chillones á que tan aficionado es el gaucho. (BAYO)

As observações dos principais escritores que se têm ocupado da “Newen Zeytung auss Pressillg Landt”, e precedentemente resumidas, ajuntaremos as seguintes, que nos sugeriu o estudo do mesmo documento:

1ªA Armada de que se trata na “Newen Zeytung” compunha-se somente de dois navios: o que arribou à ilha da Madeira por falta de mantimentos, e a capitânia, que tinha ficado para trás. Não são dados os nomes dos navios, nem dos seus capitães e Pilotos, A mesma falta se nota nas cartas de Vespúcio. Não pôde dizer-se que os nomes dos navios, dos seus capitães e Pilotos não interessavam ao destinatário, porque a sua menção daria à narração um caráter de autenticidade que lhe falta, tendo sido por isso a “Newen Zeytung” considerada como um documento suspeito.

2ªNão se declara a data em que a Armada partiu de Lisboa para o descobrimento da costa do Brasil; mas não poderia ser posterior ao começo da monção [fevereiro e março] de 1514, para que um dos navios arribasse, de torna viagem, à ilha da Madeira, em 14 de outubro do mesmo ano.

3ªA identificação do “don nono da Newen Zeytung”, com D. Nuno Manuel, a que se refere a citada carta do embaixador Álvaro Mendes de Vasconcelos, tem sido aceita por Capistrano de Abreu, Schüller e Brandenburger. Pelo que sabemos de D. Nuno Manuel, este era a esse tempo Almotacé Mór do Rei D. Manuel; e não há impossibilidade em admitir que ele e outros sócios, com licença do Rei, armassem navios que fossem descobrir à costa do Brasil; como posteriormente D. Nuno Manuel fez armar navios para a Índia e China. (ESTEVES PEREIRA)

Almotacé Mór: Determinam as “Ordenações Filipinas” ‒ o Almotacé Mór a de andar continuadamente em nossa Corte e terá cuidado de buscar tantos e tais regatães (mercadores ou comerciantes), com que a Corte sempre seja abastada de todos os mantimentos e que se obriguem a servir com as mais azêmelas (bestas de carga) e melhores, que puderem. (COSTA)

4ªCristóvam de Haro, natural de Antuérpia, veio para Portugal para o serviço do Rei D. Manuel. Ele e outros mercadores da mesma cidade, no ano de 1515, armaram, com licença do soberano de Portugal, alguns navios para ir à costa da Guiné negociar, como foram; mas depois queixaram-se de que o feitor Estevam Juzarte lhes tomou e roubou sete navios, pelos quais pediam ao Rei 16 mil ducados. Por motivos que não são conhecidos, Cristóvam de Haro deixou o serviço do Rei de Portugal, e foi para Castela, onde já andava em 1517, e associou-se com Fernão de Magalhães, para cuja viagem concorreu com 4 mil ducados.

5ªO Piloto do navio que arribou à ilha da Madeira, era, no dizer do autor da “Newen Zeytung”, o mais afamado dos que tinha o Rei de Portugal. As palavras de elogio devem ser consideradas, em parte, devidas à amizade do autor, que declara ser o Piloto seu bom amigo. A esse tempo, o patrão da navegação da Índia e Mar Oceano, e certamente o Piloto mais considerado pelo seu saber e experiência, era Afonso Rodrigues, a quem foi dado por sucessor João de Lisboa, sem dúvida por ser muito perito na sua profissão. Sabe-se que João de Lisboa foi na Armada em que D. Jaime, Duque de Bragança, passou a África e conquistou a cidade de Azamor (Marrocos), em 1513; mas estava de volta em Lisboa a 21 de novembro do mesmo ano, e nada consta das suas viagens no ano seguinte de 1514. A identificação do Piloto do navio que arribou à ilha da Madeira com João de Lisboa foi aceita por Haebler e Brandenburger. Fica assim determinada a Armada em que ia João de Lisboa quando em 1514 descobriu o Cabo de Santa Maria, segundo o testemunho de Gaspar Correia.

6ªNa “Newen Zeytung” não é dado o nome do Capitão do navio, que ficou atrás do que arribou à ilha da Madeira. João da Silveira, Embaixador de Portugal em França, em carta, datada de Paris, a 24.12.1527, escreveu a D. João III; “a qual [sustância das cartas] é que [mestre João] Varezano vai daqui com cinco naus que o Almirante lhe ordena, a um grande Rio na costa do Brasil, o qual diz que achou um castelhano... Dizem que o dito Varezano vai e partirá em fevereiro ou março. O Rio creio que é o que achou Christovam Jacques”. O grande Rio da costa do Brasil é certamente o Rio da Prata, que o florentino João Varezano dizia ter sido descoberto por um castelhano, provavelmente João Dias de Solis, porque os castelhanos vulgarizaram o nome de Rio de Solis; mas o Embaixador João da Silveira julga que o grande Rio é o que achou Cristóvam Jacques. Esta carta do embaixador de Portugal confirma a de Luís Ramirez, de 10.07.1528 [que extraímos do Apêndice] em que se faz referência a uma viagem de Cristóvam Jacques ao Rio da Prata e que, de acordo com a notícia de Montarroio, supomos ter-se realizado entre 1516 e 1519, talvez dois ou três anos após a da “Newen Zeytung”, e pouco depois da de Solis.

7ªNa “Newen Zeytung” diz-se que a Armada descobriu terra [costa do Brasil] na extensão de 700 milhas [léguas] mais além do que antes se conhecia. Parece que o texto está corrupto (corrompido); o que o autor, e, portanto, o Piloto, quereria dizer era que a Armada descobriu [percorreu] 700 milhas [léguas] da costa, que era mais do que precedentemente (anteriormente) fora feito. Na verdade 700 milhas [léguas] correspondem a 42° aproximadamente, que contados desde o Cabo de S. Agostinho [8° S], que era o ponto a que se dirigiam os navios que navegavam para a costa do Brasil, corresponderia aproximadamente à Ponta de Santa Cruz, das cartas atuais [50° S], o que é inteiramente inverossímil.

8ªA Armada, no regresso, esteve em um Porto e Rio distantes do dito Cabo 200 milhas [léguas] para Nordeste. O Porto e Rio situado à distância de 200 milhas [léguas], cerca de 12°, para Nordeste do Cabo de Santa Maria, corresponde aproximadamente ao que foi chamado Rio de Janeiro (23° S).

9ªBrandenburger refere-se à circunstância do Piloto, que veio no navio arribado à ilha da Madeira, sem saber, se em 1514, havia ligação, ou melhor, continuidade dos territórios de Malaca e do Brasil. Do grande saber e experiência do Piloto João de Lisboa dá testemunho o Livro de Marinharia, concluído em 1514. Certamente nem todos os Pilotos portugueses dessa época possuíam conhecimento da posição geográfica e navegação de Malaca, das Províncias e Reinos que tinham trato com ela; mas os que da Índia navegavam para Malaca certamente o haviam alcançado (obtido) dos Pilotos mouros e jáos, pois que Afonso de Albuquerque adquiriu o mapa de um Piloto jáo, em que eram delineadas a terra do Brasil, o Cabo da Boa Esperança e as regiões em que se criavam as especiarias, como ele refere no final da sua carta, datada de Cochim (Kerala, Índia), a 01.04.1512.

10ªBrandenburger supõe que Cristóvam de Haro deu conta à Corte de Castela do resultado da Armada de D. Nuno Manuel; e que em virtude dessas notícias o Rei de Castela, em 24.11.1514, outorgou ao seu Piloto maior, João Dias de Solis, uma capitulação pela qual lhe deu licença para prosseguir o descobrimento das terras do Ocidente, pelas espaldas (costas) de Castilla del Oro (Panamá), mil e seiscentas léguas ou mais se pudesse. A Armada do Piloto Maior João Dias de Solis saiu de S. Lucar (Sanlúcar de Barrameda, Andaluzia, Espanha) a 08.10.1515. Não parece provável que as notícias de Cristóvam do Haro para algum amigo, residente em Castela, influíssem na resolução da viagem capitulada com o Piloto maior João Dias de Solis. O navio da Armada de D. Nuno Manuel, que em 12.10.1514 arribou à ilha da Madeira por falta de mantimentos, não chegou decerto a Lisboa antes do fim do mês de Outubro de 1514; além disso Cristóvam de Haro estava ainda ao serviço de D. Manuel em 1515; e nesse ano ele e outros mercadores armaram alguns navios para ir à costa da Guiné resgatar, como foram.

11ªSchüller afirma que o Cabo de Santa Maria e o estuário do Rio da Prata foram descobertos por Américo Vespúcio na sua primeira viagem à costa do Brasil. Na terceira carta, em que narra os sucessos da mesma viagem, diz Vespúcio que a Armada correu da costa do Brasil cerca de 750 léguas. Mas na carta não há nenhuma palavra ou frase que se refira ao Cabo de S. Maria, em 34°, apesar do seu avanço e eminência sobre o mar, que o tornaria aparente de muito longe, nem ao vasto estuário do Rio da Prata; do que se conclui que a Armada de Vespúcio não teve vista nem do Cabo nem do Rio. Não se pode, pois, aceitar a afirmação de Schüller, de que a mesma Armada fez o descobrimento do Cabo de Santa Maria [34°S], nem o reconhecimento do estuário do Rio da Prata.

12ªNa “Newen Zeytung” não são dados os nomes do Cabo e do Rio, que a Armada atingiu no extremo Sul da sua viagem. Por outros documentos sabe-se que foram denominados Cabo e Rio de Santa Maria; e ambas estas designações eram usadas pelos navegadores portugueses, em 1530, quando a Armada de Martim Afonso de Sousa percorreu a costa do Brasil até ao mesmo Cabo e Rio. Como se sabe, os Pilotos portugueses do começo do século XVI levavam nas suas viagens, além das cartas, da agulha de marear e do astrolábio, e da tábua da declinação do Sol ao meio-dia, o calendário que continha os dias do mês, os da semana e o nome do santo que nesse dia comemorava a Igreja católica. (ESTEVES PEREIRA)

    Declinação do Sol ao meio-dia: a determinação da Latitude consistia na medição da distância zenital do Sol ao meio-dia, através de um astrolábio, e da leitura da declinação do Sol, através da Tábua de Declinação Solar, previamente calculada para cada dia do ano. (Hiram Reis)

    Eles tinham por uso dar aos Cabos, Portos e Rios, ainda não conhecidos, o nome do santo do dia em que pela primeira vez os avistavam. Por isso é de presumir que a Armada, a que se refere a “Newen Zeytung”, avistasse o Cabo e Rio de Santa Maria pelo meado de agosto, pois que em 15 deste mês é a festa de Santa Maria, de muita devoção em Portugal. O nome do Cabo de Santa Maria tem-se mantido sem mudança até ao presente; mas o do Rio de Santa Maria passou por modificações. Os índios, que estanciavam por aquelas paragens, chamavam ao Rio principal Paraná, e ao seu afluente Uruai, os quais depois de juntos formam o vasto estuário. O Rio foi conhecido entre os navegadores castelhanos pelo nome de Rio de Solis, não por ter sido descoberto pelo Piloto João Dias de Solis, mas porque este Piloto foi ali morto pelos íncolas. Las Casas (Bartolomé de las Casas) diz que João Dias de Solis foi o descobridor do Cabo e do Rio, e lhes deu o nome de Cabo e Rio de Santa Maria. Fernandes de Oviedo diz que o Rio se chamava Rio de Solis porque o descobriu o Piloto João Dias de Solis. Estas informações tardias dos escritores castelhanos têm evidentemente por fim reivindicar para o Piloto Maior o descobrimento que o Piloto teria feito quando estava ao serviço de Castela. Depois, quando Diogo Garcia, um dos companheiros de João Dias de Solis, obteve alguma prata dos índios Guaranis, que estanciavam pelas margens do grande Rio, e a trouxe a Castela, onde foi a primeira recebida das Índias Ocidentais; o grande estuário foi denominado Rio da Praia. Em alguns documentos castelhanos da primeira metade do século XVI, o Rio é designado pela expressão Rio de Solis, que dizem da Prata. Enfim, depois de 1527, nos documentos portugueses e castelhanos encontra-se somente a designação de Rio da Prata. (ESTEVES PEREIRA)

Fontes:

ABREU, João Capistrano Honório de. Ensaios e Estudos (Crítica e História) – Brasil – Rio de Janeiro – Edição da Sociedade Capistrano de Abreu – Livraria Briguiet, 1938.

BAYO, Ciro.Vocabulario Criollo-español Sudamericano– Espanha – Madrid – Librería de los Sucesores de Hernando, 1910.

COSTA, Mário de Almeida. Ordenações Filipinas ‒ Livro I ‒ Portugal ‒ Lisboa ‒ Fundação Calouste Gulbenkian, 1603.

ESTEVES PEREIRA, Francisco Maria. História da Colonização Portuguesa do Brasil ‒ Volume II ‒ A Epopéia dos Litorais ‒ Capítulo XII ‒ O Descobrimento do Rio da Prata ‒ A Nova Gazeta da Terra do Brasil ‒ Portugal ‒ Porto ‒ Litografia Nacional, 1923.

Fonte:

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;

Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)

Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);

Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);

Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM - RS);

Sócio Correspondente da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER)

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS);

Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).

E-mail: hiramrsilva@gmail.com;

Blog: desafiandooriomar.blogspot.com.br

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