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Hiram Reis e Silva

Contrarrevolução de 1964 – Parte II


Contrarrevolução de 1964 – Parte II - Gente de Opinião

Temos a honra de continuar a repercutir o artigo do Advoga­do, Escritor e Consultor Jurídico Jacinto Sousa Neto.

A História Secreta e Real
 da Revolução de 1964

(Jacinto Sousa Neto - jus.com.br, 10.08.2022)

O General José Lopes Bragança, cujo irmão foi assassinado pelos comunistas na intentona de 35, instalou o Quartel-General do voluntariado no Pandiá Calógeras, em Belo Horizonte. Os voluntários chegaram pouco antes da meia-noite da terça-feira e dezesseis horas mais tarde o seu número cresceu devidos aos diferentes graus de instrução militar, os voluntários foram divididos pelo Departamento de Instrução em dois grupos: um operacional e outro chamado especial. (Imagem 10)

O povo de Minas Gerais atendeu em massa à chamada de voluntários para defender o regime, num movimento que emocionou o país. Estes homens já retornaram aos seus trabalhos, protegidos por uma Constituição soberana.

Os Generais Carlos Guedes e Mourão Filho receberam a gratidão dos mineiros. O primeiro declarou: “Compreendam os pregoeiros da indisciplina que o povo brasileiro já não se presta a manobras escusas e que o nosso operário sabe distinguir seus líderes”. (Imagem 11)

Estudantes universitários Mackenzie, empunhando bandeiras do Brasil, de São Paulo e de sua faculdade, atravessaram o centro da cidade em ruidosa passeata, rumo à sede do II Exército, onde aplaudiram os soldados em prontidão. (Imagem 12 e 13)

Após a proclamação da vitória, os arames farpados estendidos nas ruas foram substituídos por extensos fios de serpentina.

Na manhã de quarta-feira, foram interditadas as vias que dão acesso à Rua Brig Tobias, onde está situado a polícia estadual de São Paulo. (Imagem 14)

A eclosão do movimento revolucionário havia saído às ruas para promover memorável marcha da família, voltou a percorrer, desta vez, com explosões sob chuva de confete, serpentina e papel picado, além da própria chuva. Milhares de pessoas comemoravam festivamente a vitória da revolução. (Imagem 15)

Cerca das quatro horas da tarde de quarta-feira, alto-falantes situados no Palácio da Polícia, que transmitiam emissões da “Rede da Democracia”, anunciaram a destituição do presidente da República. A notícia caricia de confirmação, mas o povo paulista acreditava na vitória do movimento revolucionário e começou desde logo a comemorá-lo. Foguetes especaram no céu, nuvens de papel picado. De qualquer maneira, a tropa permaneceu de prontidão. Uma vez ratificada a presença de Jango em Brasília, praticamente deposto. São Paulo tornou a vibrar. (Imagem 16)

Depois de dois dias nas barricadas do Palácio da Guanabara, o Governador Carlos Lacerda viu, por fim, o campo livre. Tinham desaparecido as últimas resistência do governo federal, e o Sr. João Goulart, desiludido de encontrar apoio, deixara o Rio. Durante essas quarenta e oito horas dramáticas, Lacerda contou com a firme solidariedade de seus colaboradores e de amigos decididos a enfrentar quaisquer riscos. Todos permaneceram ao seu lado para festejar a vitória, alcançada graças a coesão das Forças Armadas. (Imagem 19)

A maior emoção de Lacerda, durante os dramáticos acontecimentos, foi presenciar a chegada de tanques para defender seu palácio.

O governo da Guanabara não fez qualquer apelo no sentido de recrutar voluntários, mas, mesmo assim, centenas de pessoas compareceram armadas ao Palácio da Guanabara, espontaneamente, dispostas a defender à sede do Executivo carioca. Repetidas vezes correram boatos de que as tropas de fuzileiros estavam na iminência de atacar, fazendo o Guanabara viver momentos angustiantes. O sistema de segurança do Palácio foi coordenado pelo General Salvador Mandim, sob a supervisão direta do Governador Carlos Lacerda. Durante a vigília houve racionamento de água e de mantimentos. (Imagem 20)

Dezenas de senhoras que nunca provavelmente jamais lidaram com armas de fogo, empunharam metralhadoras para garantir a defesa do Palácio Guanabara.

O Deputado Danilo Nunes, que também é militar, tomou parte ativa das providências relativas ao sistema de segurança do Palácio, enquanto que o governador Lacerda não descansou um só momento, durante as 48 horas da vigília, falando ao telefone com diversos Estados.

Horas da tarde de quarta-feira, tanques do Exército subiram a rua das Laranjeiras, aproximaram-se do Palácio Guanabara. A população pensou inconsciente que haveria ataque à sede do Governo, mas tratava-se de viaturas comandadas pelos filhos do General Exchegoyen, que foram hipotecar solidariedade ao governo Carlos Lacerda. A passagem de um avião da FAB sobre Copacabana, sem intensões belicosas, provocou curiosidade, muitos olharam para cima ao mesmo tempo que batiam palmas. O Governador Carlos Lacerda, ainda no Palácio da Guanabara, viu-se cercado de correligionários que foram felicita-lo pela vitória.

Poucos minutos depois de anunciada a vitória, as ruas do Rio eram uma torrente de delírio e emoção. Milhares de cariocas, que acompanhavam com apreensão o desenrolar dos acontecimentos, sentiram-se desoprimidos, por ver que tudo terminava bem, sem o derramamento de sangue entre irmãos. Quando tornou conhecida a notícia de que a Revolução triunfara, houve verdadeiras explosões de alegria em vários bairros do Rio, principalmente em Copacabana, que tem os seus limites extremos marcados por dois fortes, o do Leme e o da Igrejinha, este célebre pelo 5 de julho.

Passeata da vitória foi improvisada por voluntários que se encontravam no Palácio Guanabara e em suas imediações, dispostos a lutar em defesa do Governador Carlos Lacerda. Em todo o percurso foram dados vivas às Forças Armadas e à Democracia. (Imagem 22)

Cabendo-lhe, como presidente da Câmara assumir a presidência da República, com o afastamento de João Goulart pela revolução vitoriosa, o Sr. Ranieri Mazzili tomou posse perante o Congresso e fez um apelo à concórdia, ao respeito a ordem e a hierarquia. O ilustre Deputado paulista permanecerá por 30 dias à frente do Governo Federal. Ao fim desse período, o Congresso elegerá o mandatário que presidirá o país até janeiro de 66. É provável que o próprio Sr. Ranieri Mazzili, tantas vezes eleito para presidente da Câmara, seja escolhido e, assim, permanecerá no Palácio da Alvorada. (Imagem 23)

O Governador de Minas Gerais, Sr. Magalhães Pinto, grande chefe civil do movimento nunca duvidou da vitória, e não teve um momento de vacilação, ou de dúvida, desde que se colocou na liderança do movimento revolucionário, deflagrado no último dia de março. Uma de suas providências foi a abertura de voluntariado, com milhares de mineiros acorrendo ao seu chamado. “Nossa luta, disse ele, foi uma luta para preservar a civilização cristã e para restaurar a Constituição em nosso país. Nossos objetivos foram altos e nobres, como altos e nobres foram sempre que inspiraram os homens públicos de Minas Gerais”. (Imagem 24) (Continua...)


 

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;

 

Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)

Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);

Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);

Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);

Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);

Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)

Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);

Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)

Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).

E-mail: hiramrsilva@gmail.com.

Galeria de Imagens

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