Sábado, 26 de julho de 2014 - 21h26
Hiram Reis e Silva (*), Bagé, RS
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto (...) E nessa destruição geral de nossas instituições, a maior de todas as ruínas, Senhores, é a ruína da justiça, colaborada pela ação dos homens públicos, pelo interesse dos nossos Partidos, pela influência constante dos nossos Governos. E nesse esboroamento da justiça, a mais grave de todas as ruínas é a falta de penalidade aos criminosos confessos, é a falta de punição quando se aponta um crime que envolve um nome poderoso, apontado, indicado, que todos conhecem (...)
(A Falta de Justiça, d Fonte de Todo o Nosso Descrédito - Ruy Barbosa de Oliveira)
Justiça Tupiniquim - Meritíssimos ou “Meretríssimos”
O Meu País
(Livardo Alves - Orlando Tejo - Gilvan Chaves)
Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país
Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país (...)
Uma “Suprema” justiça que alforria mensaleiros aproveitando o momento em que a massa ignara está com toda a sua atenção voltada para famigerada “Copa das Copas”. Uma justiça que compactua com a violência de abjetos manifestantes que destroem o patrimônio público e privado acobertados e financiados por partidos radicais e sindicatos despóticos que promovem o caos, a desordem e desmandos de toda a ordem. Uma justiça que encarcera cidadãos de bem nas suas residências com medo de sair às ruas e ter de encarar facínoras soltos por torpes e sutis manobras judiciárias. Uma justiça que justifica o cometimento de crimes hediondos por menores apontando como causa sua origem carente. Se isso fosse verdadeiro todo cidadão carente seria necessariamente um contraventor ‒ não seria isso uma visão preconceituosa de nossos “meretríssimos”? A criminalidade aumenta e os crimes tornam-se mais e mais violentos e nossos doutos magistrados, do alto de sua sapiência, protegidos por seguranças e nos seus carros blindados, acham que nada precisa mudar.
Morosidade Judiciária
Em junho do ano passado eu e meus irmãos resolvemos vender a casa que herdáramos de nossos falecidos pais. A dívida pecuniária acumulada nos últimos dez anos com o tratamento de minha esposa elevou-se a um patamar astronômico não nos deixando alternativa.
Fizemos constar do processo a questão da doença da esposa e a falta de capital decorrente das despesas decorrentes achando que, com isso, conseguiríamos uma maior agilidade ao processo.
Todos os tipos de imprevistos ocorreram dilatando mais e mais os prazos de maneira que até hoje não conseguimos fechar o negócio. Desde o início a proposta era passar a casa para meu nome e a juíza, depois de meses analisando a questão, passou-a para o nome de meu irmão, mais tarde o processo foi encaminhado para a Vara errada, outra demora interminável, um dos juízes argumentou que com meus vencimentos eu deveria arcar com os custos processuais. Certamente sua “excelência” não leu a justificativa em que eu discriminava os gastos nos últimos dez anos com a saúde de minha esposa e demonstrava que minha receita mensal era negativa e que a sobrevivência de minha família se operava graças à colaboração de familiares e renegociações sistemáticas com três bancos.
A consequência de todo este imbróglio, que se arrasta há mais de treze meses, e ainda não foi concluído, é que minhas dívidas aumentaram substancialmente já que tive que parcelar o pagamento de cartões, com juros estratosféricos, fazer novos empréstimos com parentes, amigos e até agiotas, comprometendo o próprio tratamento de minha esposa.
Descendo o Amazonas I - Oriximiná/Belém
O resultado de toda essa incompetência crônica e da “Tábua de Marés” para o “Projeto Aventura Desafiando o Rio-mar” é que a descida programada para acontecer dia 03 de agosto próximo teve de ser adiada para março de 2015 quando contaremos com o apoio do Cabo Mário Elder Guimarães Marinho, que terá dado baixa do Exército, pilotando uma embarcação regional de sua propriedade. A passagem para Santarém, do dia 31 de agosto, doada pelo meu grande amigo Cristian Mairesse Cavalheiro será transferida para outubro quando iremos participar da jornada que homenageia o “Centenário da Expedição Roosevelt-Rondon”:
1° Fase - Assuncíon-Cáceres/Tapirapoan: Subindo o Rio Paraguai em barco comercial (gaiola); lanchas de alumínio no Rio Sepotuba. Pernoite na Fazenda visitada por Roosevelt: 15 dias.
2° Fase - Tapirapoan/Rio Roosevelt: Cavalos de carga ou mulas para cozinha, sacos de dormir e barracas. Visita a assentamentos Nhambiquara e Cachoeira Utiariti: 15 dias.
3° Fase - Rio Roosevelt/Rio Aripuanã: Balsas e caiaques infláveis: 15 dias.
4° Fase - Rio Aripuanã/Manaus: Descendo o Aripuanã e Madeira e subindo o Amazonas até Manaus - barco comercial.
5° Fase - Manaus/Santarém: apenas eu e meu caiaque.
Pedimos escusas aos nossos amigos investidores, mas afirmamos que os três projetos ‒ “Centenário da Expedição Roosevelt-Rondon”, Circunavegação da “Laguna dos Patos e Mirim” e “Descida do Amazonas II” (Oriximiná/Belém) acontecerão até o 1° semestre de 2015.
Fonte: OLIVEIRA, Ruy Barbosa de. Obras Completas de Rui Barbosa: Discursos Parlamentares ‒ Brasil ‒ Rio de Janeiro ‒ Ministério da Educação e Cultura ‒ Fundação Casa de Rui Barbosa ‒ Volume XLI - TOMO III - Departamento de Imprensa Nacional, 1974.
Versão Digital: (www.stf.jus.br/bibliotecadigital/RuiBarbosa/16040_V41_T3/PDF/16040_V41_T3.pdf)
(*) Hiram Reis e Silva é Coronel de Engenharia;
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
Sócio Correspondente da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER)
Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS);
Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com;
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H